Educação, caminho privilegiado para a busca da paz. Com este fio condutor foram tecidos os percursos da família e escola, animadores de grupo e estudiosos da pedagogia e, também, de jovens e adolescentes de diversos contextos culturais, empenhados a tomar posição, na vida cotidiana, diante da questão educativa, participantes de Learning Fraternity (Castelgandolfo, Roma 6-8 de setembro de 2013).
Dois dias intensos, vividos em um momento de extrema dramaticidade e de um coro universal e unânime de vozes que pedem que não prevaleça a lógica da violência e da guerra, mas, a lógica da paz e da fraternidade. Em uma carta ao Papa Francisco os seiscentos e cinquenta educadores proveniente do mundo inteiro escreveram: “Como cristãos e como cidadãos sentimos nossa a responsabilidade e a tarefa de recompor as relações de convivência na justiça e no amor, com o testemunho e com a ação educativa, endereçadas a construir e a difundir a cultura do encontro e do diálogo como único caminho para a paz!”
Trinta e cinco nações representadas, vinte stands nacionais e locais e trinta e cinco workshops (desde os meios de comunicação social até ao desenvolvimento sustentável) que ofereceram um vasto panorama de quanto o princípio da fraternidade sustenta as mais variadas experiências educativas, nas mais diferentes partes do planeta, desde a prevenção da violência nos estádios a projetos desenvolvidos em escolas nas periferias mais pobres do mundo como em Santo Domingos, Nairóbi e Recife.
Como por exemplo, o Projeto “Fortes sem violência”, desenvolvido com a colaboração da banda internacional Gen Rosso, a Associação Starkmacher, a Caritas de Colônia (Alemanha), o Ministério do Trabalho e Social Federal da Alemanha. Aderem a este projeto, além de escolas na Alemanha, instituições sociais de vários outros países, que se ocupam de jovens em situações de risco, de imigrantes, de prisioneiros e de orfanatos, envolvendo até hoje mais de 25.000 jovens.
Outro exemplo: a escola de Dalwal, em Punjab, no Paquistão. Depois de uma série de acontecimentos, atualmente, contam-se 209 estudantes, dos quais somente quatro são cristãos. O empenho com a educação – nos conta a diretora, Valentina Gomes – é o de formar, sem irenismos, “a consciência aberta aos valores universais tais como o respeito à liberdade religiosa, o perdão, a partilha”.
Entre os participantes, estava presente também uma delegação proveniente do Egito. Elhamy Naguib é um artista e promoveu um workshop sobre a arte mural: ele é membro da Fundação “Koz Kazah” (Arco-íris) e contou que fez uso desta forma de expressão artística também no dia 7 de fevereiro passado, durante as manifestações na Praça Tahrir. “Eu fui à praça e comecei a desenhar inspirando-me nas grandes aspirações do povo egípcio”. E assim, a justiça social adquiriu a forma de uma balança e a liberdade, a de um pássaro. “Não desistimos da esperança de um futuro com a democracia para o nosso país, onde nós somos todos iguais”, afirma Naguib.
Os promotores da iniciativa foram o Movimento Humanidade Nova, a Associação Educação e Unidade, a AMU (ONG) e o Movimento Juvenil pela Unidade, com todas as agências educativas do Movimento dos Focolares, desde as crianças até as famílias: a caminhada que agora teve início não se conclui, portanto, com o evento Learning Fraternity; mas, continua na práxis educativa experimentada nas mais variadas regiões do mundo, para formar pessoas capazes de estabelecer relações com os outros na era, mais sempre mais complexa, na qual vivemos. Foi o compromisso expresso na leitura e na assinatura de um “manifesto”, um pacto educativo formulado em dez pontos e entregue ao Papa Francisco: “educar com a vida”, “aprender juntos para ser capazes de ensinar juntos”, “criar redes de relações”, “contribuir à realização do próprio caminho”, “acolher o limite, para fazer deste uma ocasião de crescimento e diálogo, recomeçando sempre”: eis uma síntese do desafio assumido.
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