Movimento dos Focolares

Emergência refugiados: “Abraçar os imigrantes”

Out 4, 2013

Muitas vezes, tristemente no centro das atenções, a emergência refugiados interpela a consciência e pode colocar em ação dinâmicas de solidariedade e de proximidade a ponto de envolver as instituições: uma experiência no norte da Itália.

Rezemos para ter um coração que abrace os imigrantes”, foram as palavras do Papa Francisco que, no dia 8 de julho, durante a sua visita a Lampedusa, assim se expressou, comovido com o contínuo êxodo dos refugiados que fogem da guerra, da fome, de todo tipo de sofrimentos e que, há dez anos, deixa histórias de desespero e de medo no litoral sul da Itália.

Tudo começou com um curso de italiano. É a história de Cristina, Elena e Maria Norena, voluntárias do Movimento dos Focolares,  que se sentiram pessoalmente interpeladas nesta causa, diante da crescente presença de irmãos em dificuldades. Elena nos conta: “Transcorria o mês de maio de 2011, o desembarque de refugiados continuava ininterruptamente, trazendo cerca de 25.000 pessoas provenientes da Líbia que estava em guerra. Na nossa província de Trento (norte da Itália) chegaram duzentos refugiados, quase todos homens, muçulmanos, jovens na idade entre 18 e 30 anos.” “Eu sou colombiana – continua Maria Norena – e eu também experimentei a falta de relacionamentos e de vida social. Aqueles jovens narravam a própria solidão e sofriam porque não sabiam falar italiano. As pessoas do meu grupo me apoiaram, imediatamente, e começamos juntas esta aventura.”

A experiência tornou-se logo conhecida e envolveu outras pessoas e também algumas instituições. “O nosso interesse era assegurar concretamente, um futuro àqueles jovens – afirma Cristina – e assim, junto a todos aqueles que ofereciam a própria disponibilidade nós começamos a intervir nos jornais locais, especialmente no jornal diocesano que foi colocado à nossa disposição para manifestar em nome daqueles que não têm a possibilidade de fazê-lo. Também o Bispo solicitou a comunidade trentina para ocupar-se daqueles jovens, nossos irmãos.”

Naquele ínterim, a administração da Província decidiu prolongar o projeto, garantindo a cada um dos refugiados dois anos de subsistência e de assistência a contar da data de chegada. No fim do segundo ano, porém, os jovens deveriam sair dos alojamentos.

Na intenção de garantir aos jovens uma moradia estável – diz Maria Norena – nós envolvemos pessoas e organizações paroquiais e as comunidades locais do Movimento dos Focolares tanto para recolher fundos quanto, especialmente, na procura de trabalho e de meios para a integração dos jovens na sociedade.”

“Atualmente conseguimos casa para os dezesseis amigos que conhecemos pessoalmente – comenta Cristina – e experimentamos a intervenção da Providência que nos acompanha nas pequenas ou grandes exigências: recebemos quatro bicicletas necessárias porque um dos apartamentos é distante da cidade e não tem meios de transportes públicos naquela região e, também, uma máquina de lavar roupas que era indispensável.”

Um jovem, hóspede de um dos alojamentos administrados pelo grupo de voluntários, nos escreveu: “Eu os agradeço por tudo o que vocês estão fazendo, pela confiança que depositam em mim e por acreditar na minha honestidade. Eu os amo muito!”

___

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Subscrever o boletim informativo

Pensamento do dia

Artigos relacionados

No mesmo barco: uma viagem na direção da paz

No mesmo barco: uma viagem na direção da paz

8 meses de navegação, 30 portos e 200 jovens. Tendo zarpado em março de 2025 de Barcelona (Espanha), o navio-escola para a paz “Bel Espoir” continua sua viagem que se concluirá em outubro, ligando as cinco margens do Mediterrâneo. A bordo, oito grupos de vinte e cinco jovens de todas as nacionalidades, culturas e religiões que, animados por um desejo comum de construir um mundo melhor, viverão juntos aprendendo a se conhecerem em meio a debates e experiências pessoais, abordando novas questões nas várias etapas. Entre esses, também, cerca de vinte rapazes e moças, com os jovens embaixadores de Living Peace e os jovens do Movimento dos Focolares. Berhta (Líbano), envolvida no projeto MediterraNEW, que trabalha para a educação de jovens no Mediterrâneo, principalmente migrantes, conta-nos a sua experiência.

Argentina: Empenho em prol do diálogo intercultural com os povos indígenas

Argentina: Empenho em prol do diálogo intercultural com os povos indígenas

Agustín e Patricia e seus dois filhos são uma família argentina. Após um curso na Sophia ALC, filial latino-americana do Instituto Universitário sediada na Mariápolis internacional de Loppiano (Itália), eles foram em busca de suas raízes entre os povos originários e nasceu um forte empenho em prol do diálogo intercultural.