Movimento dos Focolares

A arte do director de orquestra

Nov 30, 2009

Um gesto pode libertar um raio de luz

A estrada de montanha mostra-se difícil. Eu guio o carro de um amigo já duma certa idade. Ele conhece estas estradas e isso nota-se da maneira como a mão dele me vai fazendo sinais de diminuir a velocidade, de acelerar, de ter cuidado. Pelo canto do olho vou seguindo esses gestos, às vezes apenas esboçados. Faço tudo o que posso para conseguir estar em perfeita sintonia, para guiar exactamente como guiaria o meu amigo. Imagino-o como se fosse um director de orquestra e sinto uma felicidade imensa quando consigo perceber aquele trecho. À noite telefona-me o Maximiliano, um frade de um velho convento. Nos últimos tempos a sua relação com o superior tornou-se difícil e diz-me que lhe faltam as forças para poder continuar a aturá-lo, por isso tomou a decisão de interromper o caminho tomado. Conto-lhe a história do “director de orquestra” e apercebo-me que o seu silêncio se torna denso. Depois diz-me: “talvez o meu erro tenha sido ter esperado alguma coisa da parte do meu superior, mas ele não pode tocar o meu instrumento, não pode fazer o meu papel. Ele pode-me ajudar unicamente a estar em harmonia com os outros! Devo pegar outra vez no meu instrumento, na minha responsabilidade e mostrar o meu talento na harmonia do conjunto”. Maximiliano chora. Quando acaba o telefonema apercebo-me que uma ideia nascida de um gesto de amor libertou um raio de luz, que alguém, nalgum lugar, esperava. (T. M. – Eslováquia)

___

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Subscrever o boletim informativo

Pensamento do dia

Artigos relacionados

Cristãos protagonistas do diálogo

Cristãos protagonistas do diálogo

No dia 29 de junho se celebra a festa de São Pedro e São Paulo e é um dia significativo no âmbito ecumênico. Nesta data, publicamos algumas entrevistas com cristãos de várias Igrejas.

Esta maldição da guerra

Esta maldição da guerra

“Eu via o absurdo, a estupidez e, principalmente, o pecado da guerra…”. Igino Giordani, ao escrever as suas memórias, reflete sobre o período terrível da Primeira Guerra Mundial, quando ele mesmo foi convocado. O “massacre inútil”, como a definiu Bento XV. As suas palavras nos fazem pensar em como a história poderia nos ensinar a trabalhar pela paz, nos nossos dias, combatendo contra os novos, absurdos, inúteis massacres do nosso século.

Jubileu dos jovens: itinerários de caminho, esperança, reconciliação

Jubileu dos jovens: itinerários de caminho, esperança, reconciliação

Uma peregrinação a Roma, durante o evento, com a participação de jovens do mundo inteiro, para percorrer o histórico “itinerário das sete igrejas”, com catequeses, oração, testemunhos, aprofundamentos espirituais ligados ao carisma da unidade, música e partilha.