«Ele, que entrou na História há dois mil anos, quer entrar na nossa vida, mas a estrada em nós está cheia de obstáculos. É necessário aplanar as montanhas, remover os pedregulhos. Quais são os obstáculos que podem obstruir a estrada a Jesus?
São todos os desejos que nascem na nossa alma e não estão de acordo com a vontade de Deus. São os apegos que a atormentam.
Desejos mínimos de falar ou de ficar calados, quando se deve fazer precisamente o contrário. Desejos de afirmação, de estima, de afeto. Desejos de coisas, de saúde, de vida… quando Deus não o quer.
Desejos piores, de revolta, de julgar, de vingança…
Eles surgem na nossa alma e a invadem totalmente. É preciso apagar com decisão estes desejos, tirar estes obstáculos, colocarmo-nos de novo na vontade de Deus e assim preparar o caminho do Senhor.
É preciso – diz a Palavra – endireitar as suas veredas.
Endireitar: isso, isso mesmo. Os desejos nos desviam do nosso caminho. Apagando-os, voltamos a nos identificar com a vontade de Deus e reencontramos o caminho.
Mas há um modo para termos a certeza de percorrer um caminho direto, que leva com segurança à meta, a Deus. Ele tem uma passagem obrigatória: chama-se irmão.
Lancemo-nos de novo, neste Natal, a amar cada irmão que encontrarmos durante o dia.
Acendamos no nosso coração aquele ardente e louvável desejo que Deus, com certeza, quer: o desejo de amar cada próximo, fazendo-nos um com ele em tudo, com amor desinteressado e sem limites.
O amor reavivará relacionamentos e pessoas e não permitirá que surjam desejos egoístas, ou melhor, será o seu melhor antídoto.
Poderemos, assim, preparar para o Natal, como um presente para Jesus que vem, o nosso fruto: rico e suculento; e o nosso coração: queimado, consumido de amor».
Chiara Lubich
Do livro E volta Natal, Ed. Cidade Nova, 1997, pág 76/79
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