Movimento dos Focolares

A imensidão de Deus

Mai 11, 2020

O relacionamento com a natureza tornou-se cada vez mais central na nossa vida pessoal e na das organizações e dos Estados, bem como o dever de protegê-la e reparar os danos que lhe causamos. A pandemia de que ainda estamos sofrendo, se por um lado evidenciou ainda mais o nosso dever, por outro, paradoxalmente, deu um momento de trégua à criação. A seguinte experiência espiritual de Chiara Lubich nos faz voltar Àquele que é a raiz de todas as coisas: Deus.

O relacionamento com a natureza tornou-se cada vez mais central na nossa vida pessoal e na das organizações e dos Estados, bem como o dever de protegê-la e reparar os danos que lhe causamos. A pandemia de que ainda estamos sofrendo, se por um lado evidenciou ainda mais o nosso dever, por outro, paradoxalmente, deu um momento de trégua à criação. A seguinte experiência espiritual de Chiara Lubich nos faz voltar Àquele que é a raiz de todas as coisas: Deus. (…) Num momento de repouso, assisti a um documentário sobre a natureza. (…) Ao contrário de outras transmissões feitas pela TV  (…), este programa produziu um grande efeito em minha alma. Contemplando a imensidão do universo, a extraordinária beleza da natureza, a sua potência, elevei-me espontaneamente ao Criador de tudo e compreendi de uma maneira toda original a imensidão de Deus. Esta impressão foi tão forte, tão nova, que me veio até mesmo de me ajoelhar para adorar, para louvar, para glorificar a Deus. Senti a necessidade de fazê-lo, como se essa fosse a minha vocação atual. E, como que se meus olhos se abrissem agora, compreendi mais do que nunca quem é Aquele a quem escolhemos por Ideal, ou melhor, Aquele que nos escolheu. Eu o descobri tão grande, tão imenso, a ponto de me parecer impossível que Ele tivesse pensado em nós. Esta impressão da sua grandeza permaneceu em meu coração por dias e dias. Dizer agora «santificado seja o vosso nome» ou «Glória ao Pai, ao Filho, e ao Espírito Santo» é muito diferente para mim: é uma necessidade do coração. (…) Nós estamos a caminho. Normalmente enquanto viajamos já pensamos no ambiente que nos acolherá na chegada; já pensamos na paisagem, na cidade, já nos preparamos. É assim também que nós devemos fazer agora. No Céu, louvaremos a Deus? Louvemo-lo então desde já. Deixemos que o nosso coração manifeste a Ele todo o nosso amor; que, com os anjos, com os santos (…) proclame: «Santo, Santo, Santo!» Expressemos nosso louvor com as palavras e com o coração. Aproveitemos para reavivar aquelas orações que fazemos diariamente com esta finalidade. E demos glória a Ele também com todo o nosso ser. Sabemos que quanto mais nos anulamos (tendo por modelo Jesus Abandonado, que se reduziu a nada), tanto mais gritamos com a nossa vida que Deus é tudo e, portanto, o louvamos, o glorificamos, o adoramos. Mas, agindo dessa forma, também o nosso “homem velho” (cf. Ef 4,22) morre, e com a sua morte vive o “homem novo” (cf. Ef 4,24), a “nova criatura” (cf. 2Cor 5,17). Procuremos vários outros momentos durante o dia para adorar a Deus, para louvá-lo. Façamo-lo durante a meditação, ou em um [momento de oração]. Louvemos a Deus para além da natureza ou no íntimo do nosso coração. E principalmente, vivamos “mortos” para nós mesmo e vivos para a vontade de Deus, para o amor aos irmãos. Sejamos, também nós, como dizia Elizabete da Trindade, «um louvor da sua glória».[1] Assim anteciparemos um pouco o Paraíso. E repararemos a indiferença que muitos corações hoje no mundo tem para com Deus.

Chiara Lubich

(em uma conexão telefônica, Rocca di Papa, 22 de janeiro de 1987) Tirado de: “L’immensità di Dio”, in: Chiara Lubich, Conversazioni in collegamento telefonico, pag. 271. Città Nuova Ed., 2019. [1]             Cf. Elisabete da Trindade. Viver de Amor. São Paulo: Cidade Nova, 1985

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