Movimento dos Focolares

Camarões: honestidade versus corrupção

Dez 1, 2012

É possível fazer honestamente o próprio trabalho em ambientes onde prevalece a corrupção? Onde encontrar a força? Jeanne, da República dos Camarões, conta a sua experiência.

«Trabalho na administração da Alfândega e estou quase no fim da minha carreira. Um longo caminho de 29 anos! Feito de alegrias e sofrimentos, mas principalmente de escolhas muitas vezes difíceis.

Desde os meus primeiros anos de trabalho, como mulher e ainda mais como cristã, tive problemas de consciência: como escutar a voz de Deus e segui-la num ambiente com lucros fáceis e compromissos às vezes inevitáveis? Tive a resposta em 1984, época em que conheci o Movimento dos Focolares e fiquei tocada pela vida destas pessoas simples e felizes. Eles tinham uma alegria, uma liberdade, que eu não sentia. Quis saber mais. O segredo era o amor a Deus e aos outros.

Este encontro transformou a minha vida. Tomava consciência que o mais importante na vida é amar. Não importa a profissão que a pessoa tem, o cargo que assumimos é sempre uma grande ocasião para amar Deus e os irmãos. Isso mudava tudo! Os colegas, os clientes, não eram mais um obstáculo, uma barreira, mas tornavam-se parceiros com quem construir a unidade.

O constante esforço de ultrapassar os meus limites e os dos outros, para ir contracorrente, sempre foi acompanhado pela alegria que se experimenta após cada serviço cumprido; por um sentimento de liberdade, cada vez que fui capaz de renunciar aos meus interesses e aos ganhos fáceis.

Em 1999 recebi o prêmio de excelência da Associação das Mulheres Dirigentes da Alfândega Camaronesa, em colaboração com os usuários do serviço. A Palavra de Vida daquele mês dizia: “Que a vossa luz resplandeça diante dos homens, para que vejam a vossas boas obras e glorifiquem o Pai que está nos céus” (Mt 5,14-16).

Esse reconhecimento fez com que eu me sentisse interpelada pessoalmente: “Fique firme, não ceda às dúvidas e à falta de coragem, melhore a cada dia!”.

No final da minha carreira percebo que nenhuma profissão é a anticâmera do inferno! Que a nossa função específica, como cristãos na sociedade, é fazer tudo com um novo espírito, com total adesão à vontade de Deus. Ele sempre nos acompanha com a Sua graça».

Jeanne – República dos Camarões

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