Ago 22, 2015 | Focolare Worldwide
«Trabalho, desde 1994, na Pastoral Carcerária da arquidiocese de Santiago de Cuba que também compreende a cidade de Guantánamo. Junto com outros voluntários acompanhamos os presos e as suas famílias, precisamente porque são os mais pobres entre os pobres. Em 2007, quando conheci a espiritualidade da unidade, um raio de luz penetrou em mim, iluminando ainda mais o meu serviço na prisão e fez-me compreender que na vida devemos procurar o que une e não o que divide. Partilhar este modo de viver com os outros ajudou-me muito. Uma vez, perguntaram-me: «Como é que fazes para lidar com assassinos e estupradores, sabendo que a maior parte deles nem ao menos dá-se conta de quem os acompanha nesta estrada…». É verdade, às vezes isso acontece, mas a espiritualidade de Chiara Lubich ajuda-me a reconhecer em cada uma destas pessoas a presença de Jesus crucificado e abandonado. Nós somos chamados apenas a semear aquela pequena semente do Evangelho, sem esperar nada em troca. Esta convicção dá-me força, sustenta-me e ajuda-me a não me sentir sozinha. Não me deixa cair na tentação de abandonar este serviço e descubro que, no fim, sempre recebo mais do que aquilo que dei. Desde algum tempo, todos os meses começamos a levar a Palavra de Vida, para dar tanto aos detentos como às suas famílias. Depois de um certo tempo, foi grande a nossa surpresa ao saber que na ala do regime especial nasceu uma pequena comunidade de detentos, coordenada por um jovem. Eles reúnem-se para comentar o que leem e, durante o mês, procuram por em prática, vivendo experiências verdadeiramente significativas. “Nos anos da juventude – contou o Y, um deles – cometi crimes pelos quais estou pagando com a reclusão. Estou na penitenciária da cidade de Guantánamo (que fica perto do famigerado cárcere americano de máxima segurança). Encontrei a fé em Deus através de pessoas do Movimento dos Focolares que, há vários anos, vem regularmente visitar-me. Também escrevi a minha história, onde conto o meu encontro com Deus e como renasceu em mim a esperança na Vida que não se acaba. Cada dia empenho-me para por em pratica a Palavra de Vida do mês». Um dia, o Y. telefonou-me e disse: «Estou com febre e com uma grande dor de cabeça. Precisava ouvir a tua voz. Falar com vocês é um bálsamo para mim». Garantimos a ele que iríamos rezar por ele, que Jesus veio à terra para nos salvar para sempre, para além da nossa vida terrena. Disse que tinha certeza disso, acrescentando que «é isso que me dá força para continuar todos os dias, procurando amar a todos». (Carmen, Santiago de Cuba)
Ago 21, 2015 | Focolare Worldwide

(AP Photo/Raad Adayleh)
Dia sete de agosto passado, a Igreja Católica da Jordânia desejou relembrar, com uma noite ecumênica de oração, os dolorosos acontecimentos de um ano atrás, que provocaram a evasão de mais de 100 mil cristãos. «Mais de dois mil fieis, na maioria iraquianos refugiados, rezaram com solenidade, e com um sofrimento profundo, na praça da igreja de Fuheis», escrevem de Amã. «Foi uma grande consolação a leitura da carta escrita pelo Papa Francisco, mas também a notícia da ajuda concreta oferecida pela Conferência Episcopal Italiana (CEI), que permitirá a 1400 crianças iraquianas frequentarem a escola este ano». Participaram do evento o Secretário Geral da CEI, D. Galantino, acompanhado pelo padre Ivan Maffeis; o Patriarca caldeu do Iraque, Louis Sako, com os seus vigários, Mons. Salomone Warduni e Mons. Basil Yaldo; o Patriarca latino, D. Fuad Twal; o atual bispo dos latinos na Jordânia, D. Marun Lahhan, e o bispo emérito dos latinos, D. Salim Sayegh. Esteve presente ainda o Secretário da Nunciatura, D. Roberto Cona, com alguns sacerdotes de vários ritos, inclusive da Igreja Ortodoxa, presentes na Jordânia e no Iraque, com algumas personalidades civis. Um evento de cristãos que se reúnem para rezarem juntos.
«Após a oração – escrevem as focolarinas de Fheis – estava previsto um jantar para as autoridades religiosas na residência das irmãs do Rosário, oferecido pela Cáritas local. Mas, inesperadamente, o bispo latino de Amã, de acordo com o Secretário da Nunciatura, desejou que esse jantar fosse oferecido em nossa casa! Os preparativos aconteceram no último momento, mas sempre com grande alegria e emoção por essa inesperada benção de Deus, por poder ser uma casa acolhedora para a Igreja». «Vieram cerca de 40 pessoas, entre as quais o prefeito da cidade com algumas personalidades civis. Os cardeais, patriarcas e bispos desejaram rezar na nossa capela: um momento sagrado». «Neste tempo de incertezas e de grandes ameaças para a paz e para a presença dos cristãos no Oriente Médio, a oração feita pelos cristãos juntos foi um apelo forte, numa atmosfera de paz e de unidade. Um alívio para essas terras atormentadas».
Ago 20, 2015 | Focolare Worldwide
https://vimeo.com/131854617
Ago 19, 2015 | Focolare Worldwide
“Meu nome é Marco e tenho 35 anos. Desde 2008 eu trabalho como suplente, sou professor de religião católica. Infelizmente, por questões burocráticas, sou convocado para trabalhar de maneira muito esporádica: três dias em uma escola, passam-se alguns meses e sou convocado por uma semana em outro lugar. Depois, alguns dias em outro lugar e mais outros dias em um lugar diferente. Normalmente eu dou aulas durante dois meses em um ano. Como funcionário público eu não posso ter dois empregos e devo estar sempre disponível quando me convocam para lecionar; caso contrário – se eu recuso – outra pessoa ocupa o meu lugar. Tendo tempo a disposição, dedico-me a vários trabalhos em casa – moro com meus pais – assumo algumas atividades na paróquia, desde a formação de jovens e adultos de um oratório até a coordenação dos encontros da Palavra de Vida, uma vez por mês; trabalho voluntariamente em uma casa que cuida de idosos e faço parte da Comissão Diocesana para o Ecumenismo e para o Dialogo Inter-religioso. Essas atividades ocupam o meu tempo e me mantêm sempre ativo. Mas, quando me faltam as aulas, inicia um crescente e velado senso de incapacidade, diminuição da auto-estima e parece-me que tudo se torna, gradualmente, sempre mais difícil. Certo dia eu recebi um telefonema: um amigo sabendo da minha situação de trabalho me disse que conhecia um jovem, um estudante que necessitava de aulas particulares de latim e de grego. O meu amigo, confiando na minha propensão ao estudo, tinha certeza de que eu conseguiria muito bem assumir as aulas. De fato, desde que me formei, não abandonei completamente o estudo das línguas antigas. E mais, para compreender melhor também o Antigo Testamento, nos últimos anos eu estudava até mesmo o hebraico bíblico. Todavia, diante daquela proposta, a minha primeira reação foi de recusa. Eu dispunha de dez dias para decidir, em seguida aquele jovem procuraria outro professor particular. Quem tem familiaridade com a arte da tradução e com as línguas antigas, sabe muito bem que uma coisa é traduzir para si mesmo ou divertir-se com a tradução livre; outra coisa é ensinar a um aluno particular que necessita aprender e obter boas notas. Mas eu precisava trabalhar, mesmo se isso significava retomar as regras gramaticais da língua grega e do latim e, em dez dias, saber bem para poder ensiná-las. Por sete dias eu deveria deixar de lado todos os compromissos e passar de oito a dez horas por dia com os livros na mão. Eu devia assumir um grande risco. E assim aconteceu: comecei a estudar como um louco. Depois de alguns dias o meu amigo ofereceu-me um espaço na casa dele, dando-me inclusive as chaves da casa. Outro amigo, sabendo deste meu ‘novo trabalho’, procurou-me porque o seu filho necessitava de aulas particulares e, mais que um professor, necessitava de um preceptor: não só aulas de latim e de grego, mas, também de filosofia, literatura italiana e inglesa. Enfim, em toda a área de humanas. Aquele era um caso desesperado. Tratava-se de um jovem com muitos problemas quanto ao aspecto relacional e, em todas as disciplinas do último ano do ensino médio – no início do ano – recebera sempre um ‘reprovado. Confiando em Deus respondi afirmativamente. Atualmente ele começou a colecionar diversas notas 8,5 – 9 e retomou gosto pelo estudo. Também os relacionamentos pessoais começaram a melhorar. Recentemente eu cumpri um mês inteiro de suplência, continuei com as aulas particulares durante a tarde e retomei todas as atividades de antes”.
Ago 18, 2015 | Focolare Worldwide
Olhando a composição do público, no auditório do Centro Chiara Lubich, em Trento, poderíamos ficar surpresos por uma certa bizarra homogeneidade: 250 jovens, dos 16 aos 30 anos, provenientes de mais de 20 nações, 70 sacerdotes e seminaristas, e cerca 20 adultos que se empenham em viver a espiritualidade dos Focolares no contexto paroquial e diocesano. Qual a ideia de fundo para este encontro do início de agosto, em Trento? O que liga tantas realidades culturais tão diferentes? A primeira resposta encontramos já no título do encontro, “Hoje como ontem”. E a segunda na própria cidade de Trento. Esses jovens, adultos e sacerdotes reúnem-se para refletir sobre o primeiro núcleo gerador do carisma espiritual deles, e para percorrer (inclusive fisicamente) o caminho que, a partir de 1943, inspirou o Movimento dos Focolares. «Começamos o encontro num clima de alegria explosiva – contam Ludovico e Eleonora . O programa deseja ser uma imersão na vida dos primeiros tempos, com o radicalismo da vivência da Palavra».
Na programação alternaram-se assuntos temáticos e passeios aos locais onde os Focolares deram os primeiros passos: Praça dos Capuchinhos, Fiera di Primiero, Tonadico, Gocia d’Oro… «Durante a Missa, na Igreja dos Capuchinhos – escreve Zbyszek – nós declaramos estar prontos, com a graça de Deus, a dar a vida uns pelos outros, começando pelas pequenas coisas do cotidiano. Naquele lugar, onde Deus selou o pacto de unidade entre Chiara e Foco (Igino Giordani), nós quisemos também renovar o amor recíproco, que queremos viver, “hoje como ontem”». Houve ainda a possibilidade de um enriquecimento por meio das palestras de especialistas em comunicação, no diálogo inter-religioso, e em cooperação e desenvolvimento, com a AMU (Ação Mundo Unido). Com a contribuição deles refletimos sobre os desafios da nossa sociedade multiétnica e multirreligiosa. Um amplo espaço foi dado ao aprofundamento do tema da imigração e da acolhida, com a preciosa colaboração do “Projeto Cinformi”, que apresentou o modelo de acolhida aplicado na cidade de Trento, inclusive com oficinas práticas, realizadas em duas visitas aos campos de acolhida. Momentos inesquecíveis de encontro com cerca de cem refugiados à espera de um futuro.
Alguns deles vieram encontrar-nos. Rita contou: «Fiquei muito tocada com Lamin, um jovem muçulmano de Gana, que escreveu uma poesia para sua mãe e quis lê-la para todos. Uma poesia cheia de saudade, mas também de esperança. Os olhos dessas pessoas dizem tudo, não podem ser esquecidos». O encontro concluiu-se com duas metas, uma imediata e outra a longo prazo: o encontro marcado na Jornada Mundial da Juventude, que ano que vem será em Cracóvia (Polônia); e a unidade do mundo como objetivo – segundo a oração de Jesus, “que todos sejam um” – pela qual, estamos convencidos, vale a pena dar a vida. «Saímos com o compromisso de ser “Palavra viva” – escrevem Danilo e Emanuele – e de levar esta “água pura da fonte” às nossas cidades, na vida cotidiana das nossas periferias, doando-nos a cada próximo que passará ao nosso lado».
Ago 16, 2015 | Focolare Worldwide, Senza categoria
«Um encontro de coração com coração», foi assim que a definiu uma pessoa que participou pela primeira vez na Mariápolis de Astorga, uma das muitas manifestações dos Focolares que se realizaram em toda a Europa e em muitos outros pontos. O evento, de 2 a 6 de agosto, invadiu pacificamente a cidade com 800 pessoas de várias partes da Espanha e também da França, da Itália, da Alemanha e do Brasil. Na saída da visita aos monumentos e museus típicos, ou no fim da missa que se celebrava na histórica catedral gótica, ou ainda nas noites em que se organizavam concertos de gêneros musicais sempre diferentes, as estradas e as praças da cidade estavam lotadas de pessoas. E os habitantes de Astorga, observando o seu modo típico de se relacionarem inspirado na fraternidade, curiosos respondiam aos cumprimentos. Uma senhora parou uma jovem que passeava pela estrada para agradecer pela presença deste grupo tão alegre na cidade. O programa foi muito apreciado, pelo equilíbrio entre os momentos de reflexão e de espiritualidade e os espaços dedicados para o diálogo, para os testemunhos e para as atividades lúdicas. Um mix que contribuiu para os objetivos da Mariápolis: facilitar o encontro consigo mesmo, com Deus e com os outros. «Não foi um crescimento – observou um dos participantes –, não houve um início a um certo nível e depois uma progressão em intensidade e qualidade. Cada dia foi pleno, completo; cada dia foi de um grande valor». Entre as várias atividades específicas para os adolescentes e as crianças, realizou-se uma caminhada pela cidade, com etapas em algumas ruas e praças onde foram realizadas muitas dinâmicas desportivas e lúdicas. A Mariápolis de Astorga esteve presente também no Facebook, um espaço virtual de encontro tanto para os próprios participantes como para as pessoas que não puderam estar presentes. Foram muitas as contribuições por meio de comentários e fotos, aos quais ainda se pode aceder por meio de cluster. Alguns comentários: «Foi a minha primeira Mariápolis – escreveu Cati. Foram dias de fraternidade, de amor e de unidade. Juntamente com a minha família agradeço a todos aqueles que tornaram este encontro possível»; «Estou em viagem de volta para Toledo – escreveu Paco –, e aproveito para agradecer a todos por estes dias. Posso dizer que foi uma Mariápolis cheia de graças divinas».
Na perspectiva de atuar o espírito da Mariápolis na vida quotidiana, foi proposto o projeto «Todos somos mediterrâneos», para sensibilizar os cidadãos europeus para o drama da imigração que atinge todo o mar Mediterrâneo, desde os seus confins do sul, dos países em guerra ou desfavorecidos economicamente, em busca de melhores condições de vida. Este projeto, em sintonia com o tema da Mariápolis «Estradas que se encontram», materializa-se numa coleta de assinaturas para pedir à União Europeia uma significativa mudança da política migratória. No último dia, na avaliação do programa realizado, os participantes declararam-se unanimemente satisfeitos, especialmente em relação ao acolhimento que cada um experimentou desde o primeiro momento. A cidade de Astorga, pelas suas dimensões humanas e pelo seu clima moderado, reúne muitas características que facilitaram as possibilidades de encontro. Neste sentido, «o Movimento dos Focolares – escrevem os organizadores – agradece particularmente ao Bispado e à Administração municipal pela especial colaboração».