Ago 20, 2018 | Focolare Worldwide
A Cartiera, ex-fábrica na periferia de Turim, no norte da Itália, há diversos anos, graças a uma obra de requalificação, não tem mais o aspecto de uma estrutura abandonada. Por aqui passou uma ventada de ar fresco e vitalidade, graças ao Turim Summer Campus organizado pelos Jovens por um mundo unido, de 28 de julho a 6 de agosto. Uma experiência, na sua primeira edição, nascida para reconduzir a periferia ao centro, que viu uma alternância de momentos de formação e de ação. Ponto de força foi a participação das crianças da região, de nacionalidades e culturas diferentes, que junto com os jovens do Campus realizaram, com simplicidade e divertimento, um recital, fruto do empenho e da colaboração experimentados durante as oficinas artísticas (pintura-reciclagem, música, teatro, dança, canto). Uma riqueza de talentos que valorizou as diversidades culturais presentes no bairro, consideradas não um motivo de discriminação social, mas de diálogo e confronto. Também as temáticas tratadas durante os momentos formativos foram causa de reflexão que interpelou os jovens a se tornarem cidadãos ativos, abrindo debates sobre o diálogo intercultural, sobre o final da vida, sobre a engenharia “green”. Em Roma, o Summer Campus 2018 se realizou seguindo as pegadas do compromisso e do divertimento. As atividades propostas no bairro de Corviale – um edifício com cerca de um quilômetro de comprimento, conhecido como o “Serpentão” – foram de vários tipos: oficinas de música, murais e argila para as crianças; e debates sobre temáticas de atualidade, com a participação de especialistas, para refletir sobre notícias e desafios do nosso quotidiano: as periferias, a legalidade organizada “a partir da base”, a acolhida dos migrantes a partir de um ponto de vista social e jurídico, a participação na vida política, a inutilidade da guerra e a manipulação mediática, origem e causa de novos conflitos. Além das diversas associações do bairro, também algumas das 8 mil
famílias que vivem no “Serpentão” abriram as portas de casa e contaram as suas histórias de dor e esperança. O que, à primeira vista, parece um grande e imponente predião, do qual a olho nu não se vê o fim, semelhante a uma colmeia de casas e janelas todas iguais, por dentro não dá medo: é o que experimentaram os jovens do Campus, graças ao encontro com pessoas, rostos e histórias que consentiu ir além das fronteiras e preconceitos, e sobretudo além do muro de cimento que cada um traz dentro de si. Jovens do campus, crianças e famílias de Corviale trabalharam juntos para a realização da festa conclusiva na paróquia do bairro. Uma ocasião para mostrar o fruto das oficinas, mas também para construir uma rede entre as realidades do território, frequentemente distantes, e redescobrir um sentido de comunidade e família. O “caminho contínuo” deste campus se concluiu, nos dias 11 e 12 de agosto, no Circo Máximo de Roma, com o encontro dos mais de 70 mil jovens peregrinos, provenientes de toda a Itália, com o Papa Francisco, depois na Praça São Pedro, com a Missa e o Angelus. O Papa convidou cada um a não ser “jovem de divã”, a não aspirar à tranquilidade, mas a arriscar para, com coragem, correr atrás dos próprios sonhos. As experiências vividas nas periferias de Turim e Roma são um motor que impeliu cada participantes dos campi a mover os primeiros passos na estrada, desafiadora, mas necessária, para realizar os próprios sonhos.
Ago 20, 2018 | Focolare Worldwide
«Neste ano tivemos o nosso Youth Camp em Mafikeng, na África do Sul, exatamente ao mesmo tempo que o Genfest nas Filipinas, com participantes do Zimbabwe, do Malawi, de Zâmbia, do Lesoto e da África do Sul. A presença de jovens provenientes dos vários países por si só já era um sinal visível do nosso desejo de superar as fronteiras pessoais e culturais». Mafikeng (até 1980 Mafeking) é a capital, além de centro comercial, da província do Noroeste, fundada em 1885 como posto militar britânico avançado. Atualmente é uma etapa importante na linha ferroviária da Cidade do Cabo a Zimbabwe. «Foi muito interessante e até divertido descobrir o quanto são diferentes as nossas culturas e como seja possível se amar reciprocamente nas nossas diversidades. Aprendi muitas coisas – escreve Teddy, de Zâmbia – que não quero ter só para mim, mas quero compartilhar com os meus irmãos. O Youth Camp – é Nkosiphile, do Zimbabwe quem diz – me abriu os olhos. Não vejo a hora de pôr em prática tudo aquilo que aprendi».
Contemporaneamente à manifestação das Filipinas, também a que se realizou na Albânia, com cerca de 120 participantes, cristãos, muçulmanos e não crentes, provenientes de várias partes e cidades da Albânia, junto com jovens de Skopje (Macedonia) e uma jovem alemã de Stuttgart. «Como um entrelaçamento, passando do local ao global, realizamos quatro workshops no âmbito da economia civil, da cultura da legalidade, bem como sobre temas como os preconceitos, as relações interpessoais e as redes sociais, com a presença de especialistas italianos e albaneses. Visitamos casas para pessoas com deficiências e para os sem teto, e conhecemos algumas realidades ecumênicas e inter-religiosas da capital, Tirana. A visita à Catedral, acompanhados pelo bispo da Igreja ortodoxa da Albânia, à Mesquita e ao Centro Nacional das Igrejas evangélicas foram seguidas por um “flash mob” realizado por todos os jovens no Parku Rinja, no centro da cidade. O Genfest foi acompanhado por momentos de festa e de oração, num clima de alegria. Serviu para pôr em rede jovens do norte e do sul do país, para fazer com que eles experimentassem a internacionalidade das novas gerações, levadas por si só a superarem as fronteiras. Uma sua nota característica foi a de trabalhar junto com a Igreja na Albânia no percurso rumo ao Sínodo sobre os jovens, além de uma etapa importante para retomar muitos relacionamentos com cristãos de outras Igrejas e com muçulmanos que agora querem prosseguir neste caminho de diálogo».
Bragança, na parte norte oriental do Brasil, é a cidade onde se realizou o Genfest para 300 jovens provenientes de diversas cidades do Estado do Pará, que hospeda uma grande fatia do Parque nacional da Amazônia. «Muitos deles – escrevem – estavam tendo o primeiro contato com a comunidade dos Focolares. No programa, além de muita música, incluímos muitos testemunhos, a visita e a participação em alguns projetos sociais da cidade, como a Fazenda da Esperança, um hospital, um grupo ecumênico, e outras atividades que nos ajudaram a entrar no espírito verdadeiro desta manifestação. Depois, explicamos o “Mundo Unido Project” e a proposta de Manila, “Percursos para a unidade”». Na margem oposta do estuário do Rio Amazonas, em Macapá, outro Genfest acolheu 140 jovens. «Uma experiência única, que pudemos realizar graças ao apoio de todos os membros dos Focolares, que nos apoiaram desde o início. Apesar das dificuldades, achamos que o nosso objetivo tenha sido alcançado: “além de todas as fronteiras”».
Ago 15, 2018 | Focolare Worldwide
Eles participaram de todos os Encontros mundiais das famílias, desde o de Roma em 1994, e agora preparam-se para viver o evento de Dublin, quando darão o próprio testemunho no Congresso Pastoral. São Anna e Alberto Friso, ex-responsáveis por “Famílias Novas”, realidade surgida dentro do Movimento dos Focolares. Ao microfone de Vatican News falam dos desafios que as famílias cristãs devem enfrentar atualmente e das expectativas para o encontro de Dublin, iluminado por Amoris laetitia, do Papa Francisco. Vocês participaram de todos os encontros mundiais, um quarto de século! O que mudou para as famílias cristãs, na opinião de vocês, nestes 25 anos? Anna Friso: Especialmente para as novas gerações, ter sido acentuado o fato de não acreditar mais no “para sempre”. O desafio a ser enfrentado é fazer com que os jovens percebam que o amor é um componente excepcional da vida e que constitui uma fonte de felicidade que o casal carrega. Direcionar-se ao matrimônio não significa perder a liberdade, mas obter uma linda possibilidade de vida! Alberto Friso: Dois aspectos caracterizam, de modo especial, a nossa sociedade hoje: o individualismo e o relativismo. Diante destes dois impulsos veio a faltar a coesão, a unidade no casal. Isso exigiu que nós cristãos, nós famílias cristãs, olhássemos mais profundamente ao desígnio de Deus e víssemos como Ele nos chamou a viver à sua imagem e semelhança. Como família que testemunha há tanto tempo a vida cristã, o que vocês diriam a um jovem casal que dá o passo do matrimônio, do amor para sempre? Alberto Friso: O que diríamos é: tenham presente que o amor que vocês perceberam no primeiro momento em que sentiram nascer este sentimento tem uma capacidade extraordinária, eterna! É uma centelha do valor mais profundo que constituirá a base de toda a vida de vocês, também quando chegarem as tempestades, e é o amor de Deus. Portanto, vocês não são dois que casam, mas três, porque Jesus estará com vocês. E isso, graças a Deus, traz respostas. Durante a vida, depois, estes jovens se tornam, eles mesmos, testemunhas e colaboradores em transmitir a alegria. Sentem-se imagem de Deus e testemunhas desta realidade. Anna Friso: O desafio é não se deixar influenciar pela cultura dominante, que sublinha a centralidade dos sentimentos, ou os direitos pessoais que prevalecem sobre os do outro, ou sobre o valor do casal. No desígnio do matrimônio existe esta marca de felicidade que é possível realizar justamente porque faz parte do destino da pessoa, do DNA da pessoa.
Em Dublin, obviamente, Amoris laetitia terá um papel particularmente importante. O que esta Exortação pós-sinodal está dando às famílias, mas não só? Alberto Friso: Especialmente ela nos impulsiona a testemunhar, com a vida, a realidade cristã do amor de Deus. Diante do mundo, não devemos tanto defender uma ideia, um pensamento, um valor, devemos testemunhar que Deus é caridade e que a caridade está no profundo do coração, inclusive de quem se encontra nas crises mais negras e profundas. Anna Friso: Nós a apreciamos muito justamente pela sua luminosidade, e também pela sua concretude, que não desce a pactos com a doutrina, mas sabe compreender e dar a mão a quem se encontra ferido na vida. E a estas pessoas, em especial, dá a esperança de poder alcançar um caminho de felicidade mesmo nas adversidades, nas dificuldades. A sua beleza é exatamente ser um hino ao amor. Nós vimos neste documento toda a ternura da Igreja. Creio que seja um presente justamente para as novas gerações que se casam. Fonte: Vatican News, 10 de agosto de 2018
Ago 13, 2018 | Focolare Worldwide
O referendo de autodeterminação feito na Catalunha (Espanha) no dia 1º de outubro de 2017, declarado ilegal, desencadeou um período político e social de desordens políticas e de grande tensão civil, que envolveu de forma direta todas as faixas da população, com os jovens na linha de frente. Martì é catalão e vem de uma cidade próxima a Barcelona, mas transferiu-se para Madri, aonde estuda. É um Gen, ou seja, compartilha os ideais de unidade dos Focolares com outros rapazes provenientes de várias regiões da Espanha, e conta que “não obstante este valor comum, também com eles os três primeiros meses em Madri não foram fáceis. Além disso, na casa onde morava eu era maltratado por ser o único catalão. Eu e os Gen discutíamos muito e muitas vezes nos enraivecíamos. Um dia, porém, decidimos resolver esta situação, conversando e escutando-nos de verdade. Começamos a entender que essa era a coisa mais importante a ser feita: para além das nossas ideias não podíamos perder o diálogo entre nós, o mais importante era entender-nos e respeitar-nos. Não posso dizer que a partir daí o caminho tenha sido mais simples, mas entendemos que é quando nos colocamos na disposição da escuta verdadeira que os problemas se resolvem e não quando queremos impor-nos”.
Alba também é catalã e conta que o período após o referendo foi, para ela e os outros Gen, como uma prova de fogo. “Nas redes sociais havia comentários muitos fortes sobre razões políticas, de uma e da outra parte, escritas por alguns Gen, que me feriam profundamente, mas não tinha parado para pensar se também o meu modo de me exprimir podia machucar alguém que não pensava como eu. Foi naqueles dias que comecei a refletir sobre o que significava para nós o que muitas vezes dizemos, que estamos dispostos até a morrer uns pelos outros. Quando iríamos ter que colocar em prática essa promessa? Sentia que o momento era agora.
Então nos reunimos, de toda a Espanha, para esclarecer-nos entre nós, mesmo se não foi fácil, porque éramos muitos e era impossível dizer-nos tudo. Com alguns continuamos a conversar, por exemplo com Laura. Lembro que com ela a situação era delicada porque não sabíamos como enfrentar o problema sem ferir-nos mutuamente. Quando ela me propôs fazermos um pacto, isto é, colocar o amor acima de qualquer outra coisa, fiquei sem palavras! Jamais alguém me tinha feito uma proposta daquelas; mas funcionou, porque daquele momento em diante conseguimos dialogar. O objetivo não era defender a nossa ideia, mas cuidar uma da outra, sem nos ferirmos, mas deixando, ao mesmo tempo, o espaço para cada uma se exprimir. Esta experiência levou-me a ver a situação política de modo diferente, fez-me entender que o importante não é ter razão, mas entender que além das ideias do outro há sempre a pessoa, e isto é o mais importante. Ainda hoje as nossas opiniões não mudaram, pensamos sempre de modo diferente e isso não é fácil. Às vezes devemos pedir desculpas, mas conversando chegamos à conclusão que seja o negativo seja o positivo fazem parte da experiência. A incompreensão agora se transformou em algo maior, não é resignação, não é apenas respeito. É aquela rosa que vale mais do que todos os espinhos colocados juntos”.
https://youtu.be/Gqdvi3jlUkE?t=1450
Ago 12, 2018 | Focolare Worldwide
Ago 9, 2018 | Focolare Worldwide

Foto: Fabio Ciardi, omi
«Quem nos convidou a este lugar encantador – a Estíria, o “coração verde” da Áustria, como o chamam aqui – foi D. Wilhelm Krautwaschl, atual bispo desta diocese que acabou de fazer 800 anos», escreve o cardeal tailandês Francis Xavier Kriengsak, coordenador dos bispos amigos do Movimento dos Focolares. «Para nós esta estadia foi a ocasião para vivermos juntos como irmãos, compartilhar alegrias e dores, regenerar as forças e nos ancorar novamente no essencial». Um pouco de história. O primeiro encontro de bispos amigos dos Focolares se realizou em 1977, por convite do teólogo Klaus Hemmerle (1929-1994), que era bispo de Aachen (Alemanha). Naquela vez os participantes foram doze, provenientes dos cinco continentes. Na audiência geral no Vaticano, Paulo VI, saudando-os, os encorajou a ir em frente. No ano seguinte, encontrando-os pela última vez, disse a eles: «Como chefe do colégio apostólico vos encorajo, vos estimulo, vos exorto a continuar nesta iniciativa». O mesmo encorajamento chegou dos papas seguintes, até o Papa Francisco que enviou uma saudação. Depois, em 1981, começaram estas férias de verão entre bispos com um pequeno grupo. Chiara Lubich, em 1984, os convidou a «se projetarem decididamente, junto com a Obra de Maria, na direção da unidade das igrejas e o diálogo com as religiões e com todas as pessoas de boa vontade», em sintonia com o objetivo da Igreja e da espiritualidade dos Focolares. «Este convite – escrevem –provocou um salto de qualidade da nossa comunhão». 
Foto: Fabio Ciardi, omi
Este ano, os participantes foram 63, provenientes de 31 países, dentre os quais, por alguns dias, o bispo luterano Christian Krause, ex-Presidente da Federação Luterana Mundial. O objetivo, o mesmo de sempre: «aprofundar e viver a espiritualidade de comunhão» e «explorar os modos de como ela pode potencializar a caminhada da Igreja» nas várias circunstâncias socioculturais. O contexto: o belo Castelo de Seggau (séc. XII), antiga sede dos bispos de Graz, hoje transformado em centro para congressos, imerso no verde. O encontro começou num clima de grande alegria e fraternidade, «repercorrendo – escrevem – os primórdios da participação dos bispos no carisma da unidade, que os levou a almejar a vida de comunhão não só durante as férias de verão, mas também, à distância, durante o ano inteiro».
Muitos os discursos. Pe. Fabio Ciardi (OMI), responsável da Escola Abba, expôs algumas meditações sobre a experiência de luz vivida por Chiara Lubich em 1949. D. Vincenzo Zani, secretário da Congregação para a Educação Católica, explanou o Sínodo dos bispos sobre o tema dos jovens, que acontecerá em outubro. D. Brendan Leahy (Irlanda), fez uma palestra sobre o Encontro mundial das famílias, que se realizará no final de agosto em Dublin, com a presença do Santo Padre. Maria Voce, presidente dos Focolares, antecipou o tema que será aprofundado, durante o próximo ano, por todos os membros dos Focolares: “O Espírito Santo, alma da Igreja e do mundo”. Depois, junto com o copresidente Jesús Morán, falou sobre a viagem deles a alguns países asiáticos, no mês de março passado, para se encontrar com as comunidades do Movimento, e sobre a recente grande manifestação dos jovens, o Genfest em Manila. Ainda mais, foi assistido novamente o discurso do Papa na cidadezinha de Loppiano (no dia 10 de maio passado), definido por Morán «uma espécie de vademecum para a caminhada da Obra de Maria». O Governador da Região acolheu os bispos na Sala Magna da antiga universidade dos Jesuítas, oferecendo a eles uma recepção. Um evento – disse – sem precedentes, que se insere na boa colaboração entre instituições civis e igreja «em espírito ecumênico e com abertura a todas as religiões».