Fev 23, 2015 | Focolare Worldwide
«Lembre-se, Luigino, eu fiz nascer a EdC para os pobres. Vocês fazem bem em estudar, mas lembrem-se sempre dos pobres». Chiara Lubich me repetiu estas palavras muitas vezes durante os dez anos em que fiquei ao seu lado com a comissão internacional, para coordenar a EdC.
Resgatar da pobreza suportada (bem diferente da pobreza escolhida) continua a ser a finalidade do projeto, o sentido da nossa atuação. Enquanto houver sobre a terra pessoas que não podem viver uma existência decente por falta de recursos, nenhum sistema econômico e social pode se definir como justo, muito menos de comunhão.
As pobrezas amadas e aliviadas pela EdC nestes 23 anos de vida diversificaram-se, ampliaram-se. Das favelas de São Paulo e do Brasil, se passou logo às favelas de muitas cidades; depois entendemos, pela ação tenaz de empresários como Paco Toro (Espanha), que para reduzir as pobrezas podíamos criar postos de trabalho e, junto com a ONG Ação Mundo Unido (AMU), começamos a apoiar o desenvolvimento de micro atividades produtivas em vários países do mundo. Enfim, constatamos que a crise atual trouxe novamente, também para a rica Europa, pobrezas antigas e novas. Entre estas, a chaga do azar, que está devastando centenas de milhares de famílias, principalmente as mais pobres. Daqui o empenho da EdC na Itália para apoiar a campagna SlotMob,, que em um ano esteve em mais de 70 cidades e está mudando a mentalidade de muitas pessoas.
Nos últimos anos, a EdC está se difundindo de modo especial no continente africano, onde subiram para 10 as empresas que a partir deste ano começaram a compartilhar os lucros para sustentar os pobres do mundo, enquanto outras 12 se aproximaram do projeto; muitas são as bolsas de estudo para jovens africanos, alguns dos quais frequentam com empenho o Instituto Universitário Sophia.
Dessa forma, atraídos por esta vida nova e florescente, como expressão de reciprocidade, decidimos realizar em Nairóbi, no Quênia, o nosso congresso internacional, após quatro anos do congresso feito no Brasil em 2011.
Estaremos naquela grande cidade de 27 a 31 de maio e de 22 a 26 será realizada a primeira escola pan-africana para jovens. A África – que hoje sofre muito ainda, também pelos relacionamentos predadores que tantos países industrializados tiveram e continuam a ter com ela, primeiro esquecendo-a e depois isolando-a – quando sente o perigo de contágio – está destinada a ser a grande protagonista da economia e da sociedade do futuro.
O seu desejo de viver, os seus jovens, as suas culturas antiguíssimas, estão a dizê-lo já, fortemente. A EdC quer ir para a África para amá-la, para aprender da sua ‘cultura da vida’, para praticar a comunhão e a reciprocidade. E para construir juntos um novo modelo de desenvolvimento e uma nova economia. Mas juntos, e na estima mútua. Na festa dos povos.
Luigino Bruni
EdC online
Inscrição: www.eoc-nairobi-2015.info
Informações: info@eoc-nairobi-2015.info
Fev 20, 2015 | Focolare Worldwide
Dom Giovanni Martinelli é um pequeno-grande homem. Um homem corajoso, que não obstante ter sofrido um grave problema de saúde há dois anos, continua “com teimosia” a querer permanecer na sua Líbia como um pastor amoroso, para cuidar das suas ovelhas que, a estas alturas, são somente um pequeno grupo de enfermeiras filipinas que trabalham nos hospitais e que “não podem” sair do país.
«Não tenho nada de especial a dizer – ele inicia – ficamos órfãos do embaixador que deixou o país. Mas, eu repito, não tenho nada a dizer, estamos aqui porque Jesus nos quer aqui. Estou a serviço deste povo, não estou aqui em busca de nenhum poder».
E a comunidade católica? «A comunidade cristã ainda existe, estamos tranquilos!»
Estão tranquilos? «Terminamos de celebrar a missa, Deus está conosco, por que devemos temer?»
O padre Sylvester está ainda em Bengasi? «Claro que está – responde Dom Giovanni – e ele também diz que ainda se pode permanecer para estar ao lado deste povo tão sofrido».
Pode-se tentar alguma hipótese para o futuro? «É muito difícil fazer previsões, antes, é melhor não fazê-las porque muitas vezes fizemos hipóteses que, depois, não se realizaram. É melhor viver dia após dia ou, melhor, momento por momento. Tudo está no momento presente. Em um momento encontro Jesus; em outro, encontro os irmãos; em outro, amo este povo».
Como é a situação em Trípoli? «Posso dizer que é bastante calma, não nos proibiram nada. A atmosfera é tranquila e pacífica. Pode-se sair de casa sem correr grande perigo durante o dia; à noite, evidentemente, não saímos de casa».”
Medo? «No momento não recebemos nenhuma ameaça. Estamos aguardando como a situação irá evoluir. Talvez eles nos degolem… Mas a minha eu entregarei em um prato, porque estou aqui para morrer pela minha gente».
Como vocês vêm o papel da Itália nestes acontecimentos? «Esforçou-se muito, especialmente o embaixador, para manter aberto o canal do diálogo entre as diversas tribos, entre as facções. A Itália, até o momento, propaga a paz».
Como vocês vêm uma intervenção armada do exterior? «Não creio absolutamente que seja a solução».
Em 2011, quando havia ameaças de guerra, o senhor disse que se isto acontecesse a Líbia arriscava explodir nas próprias divisões tribais e políticas. Mas, infelizmente, os europeus demonstravam segurança que a democracia eletiva teria contagiado positivamente o país.
«A prudência teria sido útil, tanto naquele momento quanto agora. A diplomacia internacional deveria cumprir a sua parte para reunir os pedaços da Líbia. Não se devem impor visões políticas que não pertençam a este povo».
Depois, retoma e conclui: «Se alguém vier aqui somente com armas e sem uma grande vontade de dialogar, não serve a nada. É necessário vir aqui para amar este povo, não para promover os interesses dos ocidentais, não para explorar o petróleo e outras fontes de recursos. Deve-se vir aqui somente se se tem vontade de dialogar com os muçulmanos. Eu estou aqui por isto e por nenhum outro motivo».
Fonte: Città Nuova online
Fev 19, 2015 | Focolare Worldwide
Um grupo de 80 jovens cristãos e muçulmanos. Um argumento: multiculturalismo, várias religiões, diálogo. Uma pergunta: interessa-te? Um format: aquele do “Regenerate”, dois dias em Hertfordshire, num clima distensivo onde pode-se enfrentar também os temas mais quentes. Os protagonistas são os jovens dos Focolares da Grã-Bretanha e da Irlanda, este ano com um grupo da Islamic Unity Society com os quais há alguns meses cresce a amizade e a estima recíproca, e com quem realizaram várias iniciativas, desde sessões de estudos à plantação de árvores pela paz.
Os participantes ouviram a experiência do Dr. Mohammad Ali Shomali, Imã e diretor do centro Islâmico da Inglaterra, que falou em videoconferência de Paris. Incentivou o grupo a “criar oportunidades de diálogo com cada um: o diálogo é aquilo que nos caracteriza como seres humanos. Aceitar dialogar com alguém que é diferente de nós não nos diminui, mas faz-nos mais verdadeiros para conosco mesmo”.
Convidada de honra Angela Graham, jornalista que trabalhou na BBC. Cresceu na Irlanda do Norte, a partir da própria experiência encorajou os jovens a serem “pessoas de diálogo” nos próprios ambientes e a procurarem construir pontes com pessoas de culturas e crenças diferentes.
Nos dias 14 e 15 de fevereiro, no Focolare Centre for Unity que os hospedava em Welwyn Garden City, realizaram-se também workshops sobre vários temas: diálogo inter-religioso, meios de comunicação, política e empenho civil. «Impressionante experimentar que aqui há gente apaixonada em viver e trabalhar com Deus», afirma Mohammed Mozaffari, um dos jovens muçulmanos da Islamic Unity Society. E Lucia, do grupo dos Jovens por um Mundo Unido: «As diferenças não são um obstáculo, mas uma ajuda para construir algo juntos». «Também os que tinham mais dificuldade para identificarem-se com uma fé formal – contam Nino e Mil, da comissão organizadora – estavam à vontade, sendo construtores como todos».
O evento não passou desapercebido para as autoridades civis: «É encorajador ver jovens de diferentes background culturais e religiosos empenharem-se reciprocamente no diálogo – afirmou o vereador Michal Siewniak – e procurarem juntos respostas sobre como viver em harmonia numa sociedade pluricultural e plurirreligiosa».
Fev 17, 2015 | Focolare Worldwide
O infinitamente pequeno e o infinitamente grande que se atraem para explicar o universo; a aplicação de descobertas como o Bóson de Higgs no campo médico, tecnológico, social. Foram os temas do discurso da cientista Fabiola Gianotti, próxima diretora do Cern de Genebra, dia 15 de fevereiro passado em Loppiano (Florença, Itália), diante de 800 pessoas entre as quais cientistas, cultores do mundo científico, artistas, amigos, famílias e cerca de 200 estudantes de ensino médio.
Parece, enfim, que a ciência tenha voltado a estar na moda neste ano de 2015, quando as pessoas vivem ainda confusas pela crise econômica e, ao mesmo tempo, buscam «espaços de infinito que permitam enfocar quem somos, qual é a nossa dignidade e missão na vida», como comentou um dos presentes. Certamente mérito de cientistas como Gianotti, mas também de acontecimentos como o prêmio “Renata Borlone, mulher em diálogo”. Um evento de alto valor educativo, no qual fé e cultura se interceptam, criando uma ocasião de crescimento social e pessoal.
Muitas mensagens de congratulação chegaram à Dra. Gianotti, entre elas a de Maria Voce: «A Associação Cultural Renata Borlone e o Instituto Universitário Sophia (IUS) uniram-se ao aplauso geral, salientando de modo especial os valores nos quais a Sra. inspira a sua vida de mulher e de cientista». A presidente dos Focolares salientou «a consonância de ideais e de intentos entre estas duas figuras» (Gianotti e Borlone), ainda que na diversidade de contextos.
«Fala-se do Bóson de Higgs como do lugar que dá consistência a todas as outras partículas – afirmou Lida Cicarelli, postuladora da causa de beatificação de Renata Borlone -. Também Renata, enamorada, além de que pela ciência, por tudo o que diz respeito à humanidade, tinha encontrado o lugar, o campo que deu espessura a toda a sua vida e significado aos seus dias: Deus. E assim como, em breve, a cientista retirará para nós o véu sobre o mundo da ciência – continuou – ela encontrou em Deus aquele que revelou-lhe “o irmão” que lhe pedia amor, acolhida, compreensão, partilha das alegrias e dos sofrimentos, com um coração de carne. Viveu neste espaço divino, e quem passava por ela reencontrava a dignidade de descobrir-se filho de Deus».
A terceira edição do prêmio é destinada aos cultores da pesquisa científica e mira à promoção do diálogo com todos aqueles que, no campo acadêmico, comprometem-se por uma cultura que respeite a dignidade da pessoa humana. A motivação da escolha de Fabiola Gianotti foi lida pelo professor Sergio Rondinara, do IUS: «Pelas suas altas qualidades profissionais, pelo ardor demonstrado na pesquisa científica e pelas capacidades humanas mostradas na frutuosa coordenação do elevado número de cientistas e pesquisadores do experimento ATLAS, no Cern». O prêmio é uma obra do artista chinês Hung e representa um acelerador de partículas em miniatura.
O discurso da Dra. Gianotti foi uma intensa e apaixonada exposição que capturou toda a plateia, acompanhando os presentes num tour virtual dentro do universo do infinitamente pequeno, o das partículas elementares, especialmente do Bóson de Higgs, descoberto no final de 2012 graças ao trabalho de 3.000 cientistas, de 38 países, e à tecnologia do acelerador de partículas LHC (Large Hadron Collider), de 27 km de cumprimento, estendido cem metros abaixo da superfície entre a Suíça e a França.
«Alguém de vocês pode se perguntar: “mas quem se interessa pelas massas das partículas?” – afirmou a cientista. Na verdade esta pergunta está muito próxima da nossa vida, porque se as partículas não tivessem a massa que têm, nós não estaríamos aqui. Se o elétron não tivesse massa, o átomo não se reuniria e, portanto, não haveria a química, não existiria a matéria como nós a conhecemos. Nós estamos aqui, portanto, também graças a este mecanismo de Higgs».
Com relação às aplicações dos aceleradores de partículas, explicou que são utilizados amplamente no campo médico para a cura dos tumores. A doutora concluiu que a pesquisa no Cern enfrenta questões fundamentais sobre partículas elementares e sobre a estrutura e a evolução do universo, importantes por quanto recaem sobre a vida cotidiana. «Mas o conhecimento fundamental – completou – é importante por si só, porque é um dos direitos-deveres irrenunciáveis do homem, além das aplicações concretas; um pouco como a arte, que está entre as expressões mais elevadas do homem enquanto ser pensante. Negar, portanto, a importância absoluta dessas atividades humanas, significa tolher a natureza da própria natureza humana».
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Fev 16, 2015 | Focolare Worldwide
Todos os documentos já estão carimbados: agora é filho para todos os efeitos. Um filho sobre quem derramar toda a abundância de amor que os pais adotivos reservaram desde sempre. Anos de espera e viagens além do oceano não os detiveram. Depois de um primeiro e rápido encontro, no qual filho-pais se “conheceram”, passada uma breve convivência, num hotel no exterior, finalmente estão em casa. Uma experiência única, exaltante, a de ter concluído o processo de adoção que, no entanto, mais do que uma conclusão tem toda a aparência de um começo. Em subida. Superado o primeiro impacto, mil interrogativos assaltam os recém-diplomados pais adotivos que, em geral, sentem-se perdidos. É para eles que teve início, em Nápoles (Itália), o projeto “Famílias de Coração”. Nascido de uma ideia da AFN, com a contribuição do Instituto Banco de Nápoles Fundação, o projeto prevê a abertura de um escritório de consultoria gratuita para as famílias adotivas da região, que disponibilizará consultoria de especialistas ou, simplesmente, a possibilidade do confronto com outras famílias. Além disso, serão propostos cursos gratuitos onde as aulas teóricas serão alternadas com encontros sociais, para favorecer o intercâmbio de experiências entre famílias e o contato delas com outras associações. A adoção continua a ser um desafio aberto, isso porque, ainda hoje, são em demasia os menores em estado de abandono que ficam nas instituições, no norte e no sul do mundo. Desafio que Chiara Lubich, ainda no distante 1967 quis abraçar, convidando as famílias que a seguiam a “esvaziar os orfanatos”. Foi assim que uma miríade de famílias, com ou sem filhos, abriram casa e coração a quem não possuía uma família, favorecendo que naquela criança acolhida como filho, fosse sanada a ferida sofrida com o abandono. «Com esta iniciativa – explica o casal Gravante, responsável pela sede da AFN em Campania – pretende-se dotar as famílias com aqueles instrumentos que, potenciando seus próprios recursos, as ajudem a crescer como famílias-mundo, ou seja, capazes de abrirem-se à diversidade que o filho vindo de longe inevitavelmente traz consigo. Diversidades de patrimônio genético e de cultura. É um caminho fascinante mas árduo, da mesma forma como é adentrar, junto com a criança, no abismo de tudo quanto viveu e ajudá-la a pacificar-se consigo mesma». Como a qualquer entidade autorizada para as adoções internacionais, é pedido à AFN um acompanhamento das famílias nos três primeiros anos pós-adoção, mas muitas vezes esse cálculo não é suficiente. O processo de integração da criança na nova família e a sua inserção nas estruturas sociais do local podem exigir muito mais tempo. As famílias adotivas, muito mais do que ficar sozinhas, precisam do relacionamento com outras famílias como elas, para conseguir redescobrir, a cada dia, o valor da opção feita e reencontrar o entusiasmo inicial em projetar o futuro, num itinerário que nasce da partilha. E foi de partilha e solidariedade que Andre Turatti, presidente da AFN, falou no lançamento do projeto, salientando como este binômio é exatamente o que anima a associação: «Estamos felizes por poder oferecer, graças também à generosa participação do Instituto Banco de Nápoles, esta oportunidade para a região de Nápoles. Uma região que merece. Na verdade, das 850 crianças que encontraram uma família por meio da AFN, 180 foram acolhidas nessa região. E é essa maturidade que consentiu dar início a um projeto que desejamos levar ao restante da Itália, e não só, como contribuição a uma sociedade solidária». Para informações: www.afnonlus.org
Fev 13, 2015 | Focolare Worldwide
As Igrejas egípcias celebram durante estes dias – e não de 18 a 25 de janeiro como em muitos outros países – a própria Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. Fadiah e Philippe, do Movimento dos Focolares no Egito, nos escreveram a respeito da participação deles nas várias iniciativas das Igrejas locais e de como, ao centro das orações deles, está a invocação da proteção e da ajuda de Deus sobre a inteira nação egípcia, nesta fase difícil.
“Ecumenismo receptivo”: transformar a mentalidade que frequentemente se esconde no modo como os membros de Igrejas diferentes aproximam-se uns dos outros. O reverendo Dr. Callan Slippero, do Centro de Estudos Internacionais do Movimento dos Focolares, explicou bem isto durante um encontro ecumênico a Wellwyn Garden City, em Londres, no dia 4 de fevereiro passado. O Dr. Callan, que é também o delegado regional para todas as Igrejas no Condado de Hertfordshire, no seu discurso cujo título foi: “Chiara Lubich e o ecumenismo receptivo: como a espiritualidade facilita a unidade entre os cristãos”, explicou que “ao invés de pensar que tudo correria melhor se os outros fossem um pouco semelhantes a nós e que, portanto, temos algo para ensinar; podemos ir ao encontro dos outros para aprender”. Aproximando-se dos outros com esta atitude, ele continua, “descobrimos que não temos necessidade de esconder nada, mas, podemos reconhecer as nossas fraquezas e a necessidade de sermos curados. Isto dá início a uma relação nova e nos conduz a uma conversão nova e mais profunda a Cristo, no qual descobrimos mais plenamente a nossa verdadeira identidade eclesial”.
Um público qualificado ouviu o discurso: 14 bispos católicos, anglicanos, luteranos e da igreja Copta Ortodoxa, provenientes de diversas regiões da Inglaterra e, também, o Secretário Geral das Igrejas Unidas na Inglaterra, o organismo ecumênico nacional das Igrejas na Inglaterra. Para eles foi uma “degustação” de uma nova metodologia ecumênica e um modo para partilhar as experiências nas respectivas Igrejas.
Nos mesmos dias, na Alemanha, no Centro Ecumênico de Ottmaring, foi evidenciada a importância da autêntica vida cristã para contrastar os fenômenos violentos e liberticidas os quais assistimos recentemente, a partir dos atentados em Paris. Gérard Testard, francês, membro da diretoria da rede “Juntos pela Europa” e fundador da iniciativa religiosa “Efesia”, foi um convidado especial. Ao citar a frase escolhida como tema para a Semana de Oração, “Dá-me de beber!” (Jo 4,7), ele afirmou: “O encontro de Jesus com a mulher samaritana, no poço de Jacó, nos indica o caminho para esta situação: Jesus abate as barreiras erguidas pelos homens e se manifesta salvador do mundo. Os acontecimentos da atualidade nos obrigam, como cristãos, a trabalhar pela unidade, uma vez que a missão pela unidade ultrapassa o mundo cristão, para lidar com os perigos do terrorismo, com a violência e com o fanatismo inaceitáveis”.
Testard apresentou a experiência positiva de diálogo que conta com o apoio e a promoção do Conselho dos Muçulmanos da França e da Conferência Episcopal Francesa, “Efesia”, fundada em 2007 no Líbano. Cristãos e muçulmanos encontram-se regularmente no dia 25 de março, festa da Anunciação, uma vez que Maria é também muito venerada pelos muçulmanos. Depois de quatro anos desta celebração, as autoridades libanesas declararam o dia 25 de março como festa nacional islamico-cristã da Anunciação. “É a primeira festa comum na história do país.”