Movimento dos Focolares
Costa do Marfim: a “ameaça” da fraternidade

Costa do Marfim: a “ameaça” da fraternidade

04aNa Costa do Marfim, entre 2002 e 2006 combateu-se uma guerra civil pouco conhecida na Europa e no mundo. Não se tratou de uma guerra religiosa, mesmo se alguns meios de comunicação tentaram apresentá-la deste modo. Foi um conflito político para o controle do poder. Os Focolares estão presentes no país, na capital Abidjan e em Man, desde 1975.

«Quando a hostilidade explodiu, a região de Man começou a ser o alvo dos rebeldes e os países ocidentais aconselharam aos seus conterrâneos a evacuação imediata. O centro de recolha para a partida dos estrangeiros localizava-se na frente de um dos nossos centros, a Mariápolis permanente Vitória. O Centro estava enchendo-se de refugiados, então decidimos, europeus e africanos, permanecer com a população. Foi uma escolha certamente arriscada, mas era motivada pelo desejo de partilhar o drama que envolvia a todos».

A partir daquele momento, trabalharam juntos para acolher milhares de pessoas que chegaram àquele centro. Os refugiados pertenciam a vários grupos tribais e eram muçulmanos, cristãos e seguidores das religiões tradicionais africanas. Todos foram recebidos sem nenhum tipo de distinção. Por parte dos membros dos Focolares foram oferecidos locais para o alojamento provisório. Muitos dos refugiados traziam consigo o que podiam.

20141221-02«A vida naquele lugar, mesmo com todas as dificuldades causadas pelo conflito, continuou como era na cidade com uma convivência pacífica e integrada pelas várias comunidades, embora houvesse tensões inevitáveis. Realizou-se também uma vasta operação de partilha de bens de primeira necessidade (vestuário, alimentação e água). Todos os médicos e enfermeiros tinham fugido, por informação do governo, e o único médico que permaneceu era um de nós, que se encarregou de cuidar de todos que precisassem sem nenhuma discriminação, inclusive dos rebeldes, que, por um período, controlaram a área de Man. Assim que o governo retomou o controle da região, a maior parte das pessoas partiram para as suas aldeias, mas alguns permaneceram ali».

A experiência de Man evidencia alguns aspectos típicos do modo de agir das comunidades dos Focolares em situações de risco: «Em primeiro lugar, a presença no território inspirada há anos pela vida evangélica gerou uma comunidade interétnica que ofereceu um locus de acolhimento e de paz. Os membros da nossa comunidade, impulsionados por uma forte motivação espiritual, decidiram permanecer com as pessoas, partilhando a sua sorte.

Realizando o princípio da fraternidade, garantimos um acolhimento a todos, sem fazer discriminações. Isto fez nascer uma confiança recíproca, que permitiu que milhares de pessoas não só sobrevivessem, mas também partilhassem o que tinham com outros. A confiança que se gerou, inclusive com os rebeldes, garantiu também a possibilidade de salvar outras vidas. Alguns rebeldes, arriscando a própria vida, acompanharam um ônibus especial, que levou até um território controlado pelo governo, as crianças que estavam num hospital que foi tomado por outros rebeldes. Enfim, graças ao esforço de todos, uma certa coesão do tecido social foi mantida».

Leia mais em: Mais potente do que as armas

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Bolívia, um caminho para a América Latina

20141220-bPobreza na América Central e no sul do continente, a juventude, a cultura digital, a mulher, as culturas locais, os afro-americanos, os movimentos sociais, as novas perspectivas teológicas do continente. Estes foram alguns dos assuntos tratados durante o II Seminário de Antropologia Trinitária, promovido pelo Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM), que foi realizado em outubro passado, em Cochabamba, na Bolívia.

Com o título “Uma Antropologia Trinitária dos nossos povos e para os nossos povos. Alteridade e pluralidade”, o seminário foi conduzido por uma equipe composta por teólogos especializados da América Latina (jesuítas, religiosos, sacerdotes diocesanos e leigos). Estava presente também o teólogo italiano Piero Coda, diretor do Instituto Universitário Sophia (IUS), escola internacional dos Focolares, cuja sede encontra-se na cidadezinha de Loppiano, nas proximidades de Florença. Muito importante a participação ativa de quatro estudantes do IUS, provenientes da Bolívia, Colômbia e Argentina. Recentemente, o instituto começou as primeiras tratativas para estabelecer-se também na América Latina.

No primeiro dia houve uma entrevista coletiva online, com jornalistas lugares, para apresentar o primeiro livro da equipe que já trabalhou durante o ano passado, no seminário realizado na cidadezinha dos focolares na Argentina, “Mariápolis Lia”. Estavam presentes, na entrevista, jornalistas do Brasil, Colômbia, Paraguay, Chile, Equador, Peru, Bolívia e Argentina.

Um momento muito singular foi a visita realizada ao Instituto de Missiologia, cujo diretor, Dr. Roberto Tomichá, um franciscano indígena, que é membro da Comissão Central de Antropologia Trinitária. Os congressistas visitaram o centro de estudos que foi projetado segundo as categorias e parâmetros indígenas. Naquela ocasião o diretor exprimiu a sua convicção de encontrar na antropologia trinitária “o fundamento para a teologia dos povos locais”.

Para que este itinerário de reflexão, feita em comunhão, de pensamento e vida tenha continuidade, decidiu-se que seja o Instituto Universitário Sophia Latino-americano, ainda nos primeiros passos, a representá-los junto ao CELAM. Este acordo engloba as escolas às quais pertencem os diversos participantes.

Tratando-se de teólogos reconhecidos na América Latina e em outros países, eles surpreenderam a todos com declarações que evidenciam “a profunda liberdade e a criatividade fecunda que experimentaram nas equipes de trabalho, na metodologia estabelecida e no horizonte que mira o futuro”. O próximo seminário, previsto para 2015, será na Argentina.

 

Costa do Marfim: a “ameaça” da fraternidade

Um flash: a história de uma família

 

Salvatore não tinha ainda quatorze anos, mas, lembra-se perfeitamente “como se fosse ontem, do meu encontro com Jesus. Naquela ocasião eu conhecera o focolare, onde moravam homens realizados, capazes de fascinar um jovem. Eu me sentia atraído, também o meu irmão, e toda e qualquer desculpa era boa para irmos a casa deles. Era a presença de Jesus entre eles que me atraía. Uma das consequencias daquele período? O desejo de encontrar-me com Jesus Eucaristia todos os dias”.

Aos vinte anos Salvatore apaixonou-se por Adriana. Ele conta: “Decidi declarar o meu sentimento na certeza de ser correspondido. E, ao contrário… isto não aconteceu e, foi muito difícil! Eu não conseguia imaginar o meu futuro senão partilhando a minha vida com ela. A tentação era de fechar-me dentro de mim mesmo. Mas, eu aprendera a não deter-me nas dificuldades, mas, a ter uma visão e o coração sempre aberto e continuei a viver desta forma. Depois de alguns anos eu tinha a Adriana ao meu lado e, com ela, começou a aventura da nossa vida”.

Alguns anos depois do casamento, com três filhos já adolescentes, Adriana e Salvatore tinham a vida cheia de compromissos com a família, o trabalho e o serviço voluntário. E, especialmente para Adriana, iniciou um período de grande desconforto. “Aos poucos, sutilmente, cresceu em mim uma espécie de aridez, caracterizada por uma profunda perda de estima por mim mesma. Cheguei até a experimentar a amarga sensação da perda de afetos a ponto de, em alguns momentos, não desejar mais continuar vivendo. Mas, tudo ao meu redor, me solicitava seguir em frente: o trabalho, horas de trabalho em um guichê diante uma fila sempre enorme e, todavia, procurando amar cada pessoa e, depois, em casa, cozinhar, fazer faxina, acolher e fazer companhia aos filhos. A relação com Deus, aos poucos, reduziu-se a um minúsculo ponto luminoso, sempre mais distante. Um dia tomei consciência desta ausência de Deus em mim e senti um medo enorme que me abalou profundamente. Eu o implorei de manifestar-se: foi quase um desafio proposto da minha parte! E eu o reencontrei, Amor sempre fiel, em um relacionamento mais íntimo, procurado e nutrido durante as caminhadas que comecei a fazer naquele período, de manhã bem cedo, e que contribuíram para que eu reencontrasse o equilíbrio interior”.

E com os filhos? Experimenta-se o desapego. Salvatore narra a sua experiência vivida com o filho mais velho. “Desde muito novo ele alimentou o desejo de ser músico. Aprendeu a tocar violão e, mesmo não querendo, nunca, estudar no conservatório, ele não mediu esforços e frequentou na nossa cidade, Nápoles, os ambientes dos artistas. Quando completou vinte anos, tocava com músicos já afirmados. Mas, ele não tinha muitas perspectivas e, aos vinte e quatro anos, deu uma guinada na própria vida: decidiu que ia morar em Londres. Tal decisão foi para mim uma ducha gelada! Ele, que não sabia uma palavra sequer em inglês ia para uma cidade enorme, que ele não conhece, sem saber onde hospedar-se e como ganhar a vida. No dia da viagem eu o acompanhei ao aeroporto e, no setor de embarque, o acompanhei com o olhar até quando o perdi de vista. Com o coração dilacerado e descompassado eu experimentei sensações contrastantes: temor pela sua vida, sofrimento pela separação, consciência do dever de respeitar as escolhas dele. E, olhando o avião que decolava, pareceu-me contemplar que Deus me pedia para viver o seguinte: deixe, agora, a carne da sua carne, que se separe de você e levante vôo. Desde sempre, antes que fosse o seu filho, ele é meu filho: você acha que não me ocuparei, Eu, do bem para ele?”

Atualmente ele mora estavelmente em Londres e afirmou-se como músico. Há dois anos fomos visitá-lo e tivemos a oportunidade de assistir, no teatro considerado o templo da dança moderna, com mais de dois mil expectadores, um show da companhia que ele faz parte e com a qual já fez uma tournée em várias partes do mundo”.

E hoje, o que estamos vivendo? Eles mesmos se perguntam. “Uma nova liberdade, também pela escolha de deixar a nossa cidade e transferirmos em outra, a serviço do Movimento dos Focolares no mundo”.

(A. e S. L. – Itália)

 

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O canteiro da paz também em Trieste

Dado_della_Pace_Trieste_03Que este Dado seja um símbolo para nos lembrar que a paz é um bem precioso, e é necessário ser sempre conservado com o esforço de todos”. Estas foram as palavras de Fabiana Martini, vice-prefeita de Trieste, cidade do norte da Itália, na cerimônia de inauguração de um novo canteiro e do Dado da paz, no dia 21 de novembro passado.

A estrutura em aço e policarbonato, medindo 60 cm por lado, fixada no jardim público “Muzio de Tommasini”, da cidade de Trieste contém, em cada um dos seis lados, uma frase singular: “Ajudar-se reciprocamente, Perdoar o outro, Ser o primeiro a amar, Escutar o outro, Partilhar com o outro e Acolher todos”.

Promovida pela Prefeitura de Trieste e realizada pela Associação Ação por um Mundo Unido (AMU), expressão social do Movimento dos Focolares – por ocasião do centenário do início da Primeira Guerra Mundial – a iniciativa é resultado de um projeto que já se desenvolve em outras cidades italianas: Trento e Rovigo, mas, também, em países mais distantes como a Hungria e o Paquistão.

Qual o objetivo? Favorecer programas de educação à paz, envolvendo especialmente crianças e adolescentes das escolas, mas, também, professores e agentes do setor da educação, famílias e todos os adultos, de todas as faixas etárias, que desejam comprometer-se com esta importante e sempre atual questão.

Dado_della_Pace_Trieste_02A cerimônia, seguida com grande interesse por muitas pessoas, foi conduzida por Roberto Mosca, de Ação por um Mundo Unido, e abrilhantada pelas músicas e cantos de muitas crianças, adolescentes e jovens. Participaram também numerosos alunos de várias classes e escolas. Além da vice-prefeita Fabiana Martini, discursaram também os secretários municipais das Obras Públicas, Andrea Dapretto e da Educação, Antonella Grim, que evidenciaram a validade do projeto, a importância e o valor de estabelecer relações verdadeiras e pacíficas.

Quem passar pelo jardim, diante do novo “Canteiro da paz”, em cujo centro está o “Dado da paz”, e girá-lo, assim como se utiliza um dado em jogos, poderá começar a construir um pessoal, mas, sempre importante, caminho de paz.

Inspirado na arte de amar proposta por Chiara Lubich, fundadora do Movimento dos Focolares, este “brinquedo pedagógico” tem por objetivo vivenciar, todos os dias, a frase que se lê quando se lança o dado. A iniciativa desenvolve-se no âmbito de um projeto didático muito amplo – que envolveu e continua envolvendo, muitos professores, inúmeros alunos de diversas classes e de muitas escolas – especialmente dos níveis de educação infantil e fundamental que já iniciaram uma trajetória, com atividades diárias, que visam a sensibilização à paz e à solidariedade.

Fonte: Assessoria de imprensa da Prefeitura de Trieste

 

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Evangelho vivido: sempre há alguma coisa para dar

20141215-01Alguma coisa para fazer

Quando chegou até nós, jovens, a notícia de que fora da cidade, no deserto, havia uma colônia de mil pessoas atingidas pela lepra, fomos ver a situação e descobrimos que lhes faltava de tudo, até mesmo a assistência médica. Depois de termos feito alguns acordos com a Caritas, desde então somos um grupo formado por cristãos e muçulmanos que vamos até lá, nos dias livres do trabalho. Para ajudar concretamente, dois estudantes de medicina atualizaram-se sobre métodos de tratamento da lepra. Outros dedicaram-se a outros serviços, como pintar as casas. Um outro ainda, jornalista, escreveu artigos em vários jornais e revistas para informar e sensibilizar para o problema o maior número possível de pessoas. Principalmente, demo-nos conta de que estes doentes precisam muito de alguém que os escute: para eles, isto é ainda mais importante do que os medicamentos. Esta experiência faz-nos compreender que cada um de nós pode sempre fazer e dar alguma coisa em benefício dos outros.

S. H. – Egito

20141215-02O carro

Aquele pobre já tinha batido várias vezes à nossa porta para pedir dinheiro. Sempre pensei que é melhor ensinar a pescar do que dar o peixe, por isso comecei a construir um pequeno carro para vender doces e café. Com uma pequena mesa metálica que tínhamos em casa fiz a vitrina e, com uma quantia que ajuntei vendendo papel, comprei as rodas. Enfim, consegui fazer um carro até muito bonito. Depois fomos até Bogotá, na região frequentada por este pobre, para lhe entregar o carro. Ficou maravilhado e tão feliz que nos pediu para fazer uma foto junto conosco. Começou a trabalhar imediatamente e agora tem uma vida mais digna.

O. M. – Colômbia

20141215-03Encontrei um amigo!

Estava indo de carro a uma consulta médica. Chovia e estava com pressa. Tinha apenas passado por um homem que caminhava com dificuldade à margem da estrada, quando refleti e, retrocedi a marcha, para convidar-lhe a entrar no meu carro. Também aquele homem estava indo ao médico… o mesmo médico que eu! Quando soube exclamou: «Hoje encontrei um anjo!». E eu, precisamente, chamo-me “Angelo”. Quando soube, deu uma boa risada. Ao sairmos do consultório médico, acompanhei novamente o Antonio (é este o seu nome) para ir fazer as compras e depois até a sua casa, onde me apresentou a sua mulher Antonietta. Contando-me um pedaço a sua história, ofereceram-me um copo de licor e biscoitos feitos por ela. Quando nos despedimos, trocamos os números de telefone e prometemo-nos encontrar outras vezes. Antonio: «Hoje encontrei um amigo». E Antonietta, trazendo doze ovos frescos: «Ainda estão quentes, fui agora buscá-los das nossas galinhas». Parecia que o tempo tinha parado. Realmente há mais alegria no dar do que no receber!

Angelo D. N. – Itália

 

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Índia. Udisha é muito mais

20141212-01«Não são apenas atividades nos tempos livres, ou uma mera oportunidade de trabalho. Udisha é muito mais. É um verdadeiro ponto de referência para as crianças, as famílias e a comunidade inteira». Escreve Susanna, uma jovem voluntária italiana, a primeira da Itália a prestar serviço no projeto do Movimento dos Focolares em Goregaon, um dos slum de Mumbai, 400 mil habitantes, a 40 minutos do centro da cidade.

Udisha, em urdu “O raio de sol que traz um novo alvorecer”, envolve todos os anos mais de 100 crianças, adolescentes e jovens (dos 4 aos 22 anos) e muitas mães: 60 estão inseridas nos projetos de microcrédito. O projeto nasceu com base na espiritualidade da unidade, segundo a convicção de Chiara Lubich de que a maior força de transformação social é inerente ao Evangelho vivido. Concretamente, trata-se de atividades nos tempos livres, counseling, terapia ocupacional para as crianças e jovens; contribui-se para o pagamento das parcelas escolares; produção de venda de bolsas para a atividade de microcrédito; jornadas de convivência e encontros organizados com os pais e apoio econômico para as famílias.

«Aquilo que me impressionou mais – continua Susanna, estudante – é a consciência, principalmente por parte dos jovens, da oportunidade que o projeto lhes oferece como estudantes e como pessoas e, consequentemente, o seu compromisso e sua ativa participação no próprio projeto. Os jovens encontram em Udisha uma verdadeira e própria segunda casa, pessoas com as quais se podem abrir e com quem podem contar sempre. Muito importante, sob este ponto de vista, é a presença de um consultor que dá suporte psicopedagógico aos jovens e aos pais».

20141212-02Os voluntários desenvolvem a sua vida quotidiana em Udisha, e a impressão é que o projeto tem «um papel central para quem participa. Constata-se isso pelo comportamento das crianças durante os trabalhos em grupo e na responsabilidade dos mais velhos em relação aos mais jovens. As mães vêm a Udisha ao menos três vezes por dia: para acompanhar as crianças, para levar o almoço aos filhos e para buscá-las no fim das atividades, para depois voltarem novamente para trabalhar no projeto das bolsas onde estão envolvidas diretamente. Também é muito significativa a presença, entre as professoras dos tempos livres, de jovens que no passado participaram no projeto e que continuam a participar como voluntárias».

É uma experiência onde cada um pode por ao serviço dos outros aquilo que de melhor sabe fazer. No caso de Susanna, por exemplo, é a dança: «Pude ensinar dança tanto aos jovens como às suas mães, preparando com elas uma apresentação por ocasião da festa da independência. Isto envolveu-me particularmente, porque me deu a possibilidade de estabelecer um confronto com algumas senhoras, que aderiram com entusiasmo às atividades, fazendo-me compreender a importância de criar espaços de distensão, aos quais podem dedicar algum tempo para saírem da rotina quotidiana».

Qual a minha impressão antes de deixar o subcontinente indiano? «Creio que a experiência em Udisha representa uma ótima oportunidade porque permite viver plenamente a realidade indiana: a hospitalidade, a dignidade, a alimentação, o aspecto religioso e o respeito recíproco pelas várias religiões e culturas, os rituais, os fins de semana passados com uma família hindu e em geral com as famílias de Udisha. Em relação aos medos que tinha antes da viagem, tudo isto fez com que aqueles medos fossem esquecidos».