Movimento dos Focolares
Uma saudação de Myanmar

Uma saudação de Myanmar

Mariapolis-2014_02“Uma calorosa saudação dos duzentos participantes da nossa sexta Mariápolis em Myanmar! A maioria deles empreendeu longas viagens para chegar ao seminário de Taunggyi, nas montanhas da região oeste do país: doze horas de viagem partindo de Yangon, cerca de vinte horas para os provenientes do sul, algumas pessoas fizeram uma caminhada de três horas até chegar ao ônibus para continuar a viagem de outras dez horas!”. Vivienne e Roberto nos escrevem de Myanmar depois da conclusão de alguns dias vividos tofos juntos, no início de maio, na “Mariápolis”, encontro típico dos Focolares nos quais pessoas de várias idades e classes sociais diferentes, procuram viver a fraternidade que nasce do Evangelho, até mesmo quando – como no caso de Myanmar – não existem somente cristãos. “Participaram católicos, uma representação de cristãos de outras denominações e alguns budistas”. “O clima agradável de Tauggyi – continua o testemunho deles – em contraste com o calor de 40 graus de Yangon causou a impressão de estar em um pequeno “paraíso”. Mas, foi especialmente a temperatura criada pelo amor recíproco – que era indicada por meio de um termômetro dos nossos “atos de amor” pessoais e os que recebíamos – que melhorava a cada dia”. Para ajudar na preparação e durante o encontro vieram alguns focolarinos da Tailândia, que neste período está atravessando um momento difícil por causa da situação política, e alguns seminaristas que se encontravam no local para um período de férias. Mariapolis-2014_05Felicita Khin San Moe contou: “Eu sou responsável da Associação das Mães na minha aldeia e, antes de vir aqui eu tinha um problema porque houve uma briga entre alguns membros. Durante estes três dias de Mariápolis compreendi melhor aquela situação. Decidi que, ao retornar, vou pedir desculpas às mães, como sinal de amor!”. “Mesmo se participo da Igreja Batista, eu creio que estou aqui graças a Maria, nossa Mae!”, declarou Eden Htoo, de dezenove anos. “Farei tudo o que for possível para que cresça a semente do amor recíproco que foi plantada no meu coração e, também, para compartilhá-la com outros”. Mariapolis-2014_04Michael confessa que se sentiu “encorajado a ter mais respeito pelas pessoas de outras religiões”. E Paulina, 18 anos, afirmou: “Eu gostei muito da frase ‘Se você quer ser amada, deve amar por primeiro’. Eu nunca tentei pedir desculpas depois de desentender-me com alguém, pensava que seria um golpe ao meu ego. Mas compreendi que, ao contrário, é importante pedir desculpas. Antes eu detestava aqueles que me odiavam, mas, agora, vou tentar fazer assim: quanto mais me detestarão, tanto mais os amarei.” Entre os participantes estava também Dom Matthias U Shwe que conhecera o Movimento dos Focolares ainda seminarista, quando os focolarinos italianos estiveram pela primeira vez em Myanmar, em 1966. “Foi uma surpresa: ele chegou algumas horas antes da Missa que concluiu o encontro. Ele nos encorajou e nos estimulou a retornar no próximo ano. Nós empreendemos a viagem de retorno muito felizes – concluem Vivienne e Roberto – e com o desejo de levar aos nossos ambientes a experiência de unidade vivida naqueles dias”. Mariapolis-2014-per-Emmaus

“Deus está sempre conosco”

Deus é grande! Um dia, enquanto me dirigia ao trabalho, encontrei no trem uma senhora que conheço de vista, porque sempre a vejo na igreja. Eu a cumprimentei e iniciamos uma conversa. Ela disse-me: “Vejo que o senhor é casado. Tem filhos?” Eu respondi afirmativamente: sou pai de duas meninas lindas, das quais me sinto muito orgulhoso. Quando eu perguntei sobre os seus filhos ela começou a chorar, diante de todos os passageiros, e eu fiquei muito embaraçado. Comecei a pedir desculpas e ela me contou o motivo das lágrimas: “Ontem, depois de ter visto os resultados dos exames, o meu ginecologista disse que não posso ter filhos. Eu sou casada há nove anos e isso me causa um grande sofrimento!”. Eu a escutei com muita atenção e depois a encorajei a não se deixar vencer, mas que continuasse a ter fé em Deus. Eu prometi que me uniria às suas orações. Três semanas depois reencontrei aquela senhora ao término da missa. Ela estava radiante e estava me esperando para dar uma boa noticia: “Estou grávida há três semanas. Deus é grande!” Nove meses depois nasceu Emanuele, um menino muito bonito. W. U. – Itália Trabalho de tradução Eu estava precisando de dinheiro e conseguira encontrar um trabalho: traduzir textos. Um dia uma amiga me confidenciou que estava atravessando um momento de dificuldades econômicas. Então eu ofereci a ela uma parte dos textos que recebera. No mesmo dia recebi uma proposta de outro trabalho, no qual eu receberia o dobro da quantia que eu oferecera à minha amiga. E. M. – Açores O colega de escola Um dia um colega de classe começou a jogar os livros e cadernos no chão, imprecando contra Deus: “Por que você não está aqui e me ajuda quando eu preciso? Mas o que você faz lá nas alturas?”. Eu não entendi porque ele agia daquela forma, até que soube que a sua mãe deveria ser operada por causa de um câncer. Eu procurei demonstrar ao meu colega que estava ao seu lado, vivendo com ele aquele sofrimento, e depois, juntos, pedimos a Jesus o êxito da cirurgia. Também as minhas colegas rezaram. A nossa turma parecia ter sido transformada: aquele fato fez com que nos uníssemos ainda mais. Depois soubemos que cirurgia obteve êxito e todos nós agradecemos a Deus. J. S. – Alemanha

Uma saudação de Myanmar

Em Tacloban: uma homenagem aos heróis “sem nome” do tufão Haiyan

Waray NgaRun PosterWARAY ngaRUN, ou seja “sem nome”: um jogo de palavras que transforma a expressão do dialeto filipino waray-waray, no termo run, em inglês, corrida. Uma maratona em homenagem às vítimas das quais não se conhece o nome, dos heróis desconhecidos que prestaram e ainda prestam ajuda. Este é o significado da corrida pela solidariedade que se realizará no dia 28 de junho, em Tacloban (uma das cidades mais atingidas pelo tufão destruidor que passou pelas Filipinas, em novembro de 2013), durante a festa da cidade. A intenção do evento WARAY ngaRUN é apresentar as necessidades atuais dos habitantes das regiões devastadas e, também, encorajar as pessoas a recomeçar e continuar levando adiante a vida. Um objetivo, muito importante, é entusiasmar os jovens a serem os primeiros na reconstrução da vida do país. A programação terá início com a maratona, às 6h da manhã, continuará com um bazar e exposições, durante o dia todo, e se concluirá com uma vigília de solidariedade, durante a noite. Será uma ocasião para partilhar as experiências e iniciativas de pessoas ou grupos que, de diversas maneiras, foram verdadeiros heróis durante e depois da passagem do tufão. É prevista a participação de muitos setores da sociedade civil: dos artistas waray a bandas musicais; de pessoas que desejam oferecer os próprios talentos a estudantes e professores de escolas e organizações públicas e particulares. A soma que será arrecadada nesta manifestação será destinada ao Start Again Project, promovido pelos Jovens por um Mundo Unido, em favor das comunidades atingidas pelo tufão, na região das Ilhas Visayas,e com um plano de ação que contém sete pontos:

  • Reconstrução dos tetos das escolas
  • Coleta de material escolar
  • Um memorial denominado “Yolanda”
  • Instalação de sistemas de água potável
  • Programas de instrução superior
  • Um restaurante popular
  • Uma expedição médica

Esta iniciativa originou-se da experiência vivida com a banda internacional Gen Rosso, ocasião na qual foi realizado um workshop e um espetáculo em Tacloban, como parte da Philippines Solidarity Tour 2014. “Quando os membros do Projeto Start Again prestaram socorro em Leyte, incluindo a nossa comunidade de Tacloban – eles nos escreveram – nós sentimos, de maneira profunda, a necessidade de corresponder ao amor que recebemos, organizando uma atividade que possa financiar as diversas iniciativas deles. E, com o evento WARAY ngaRUN compreendemos que não somos mais somente destinatários, mas, também, colaboradores ativos.” Página Facebook: WARAYngaRUN2014

Uma saudação de Myanmar

VI Prêmio Hemmerle a Ruth Pfau

20140527-02Ruth Pfau é uma médica que exerceu o seu empenho e serviço no Paquistão, com um trabalho pela paz, para além da assistência sanitária. Uma cristã que, na opinião do bispo evangélico Christian Krause, “superou os abismos entre homens e mulheres numa sociedade dominada por homens, entre ricos e pobres, entre tradição e modernidade, entre culturas diferentes”. Uma religiosa que demonstrou o Amor de Cristo a pessoas das mais diferentes convicções, como sublinhou D. Joseph Coutts, presidente da Conferência episcopal do Paquistão, ao agradecê-la em nome da Igreja paquistanesa. Com o apoio da Associação alemã de cooperação contra a lepra e a tuberculose (DAHW), Ruth Pfau construiu um hospital na metrópole paquistanesa de Karachi. Pelo seu programa de controle da lepra e da tuberculose foi nomeada secretária de estado do governo do Paquistão. Há mais de 20 anos colabora com a missão de “Christoffel” para ajudar os deficientes visuais, adquirindo grande estima numa sociedade quase inteiramente muçulmana. Também admiram esta mulher nascida em 1929, o bispo de Aachen Heinrich Mussinghoff e a presidente dos Focolares Maria Voce, que a considera uma “testemunha do amor de Deus e construtora de uma sociedade mais justa e fraterna”. O que tem em comum com o teólogo Klaus Hemmerle, ex-bispo de Aachen, seu contemporâneo falecido em 1994, cujo Prêmio conferido a cada dois anos pelo Movimento dos Focolares recorda a figura e o patrimônio espiritual? A resposta foi dada pelo jornalista televisivo e professor de teologia Michael Albus, que fez a laudatio na catedral de Aachen onde se realizou a premiação, no dia 8 de maio. 20140527-01“Terem a coragem de ousar um salto, decididos a ajudar onde há necessidade. Sem justificativas teóricas, políticas ou até mesmo teológicas. E sem perguntar – como é costume no mundo capitalista – qual será a recompensa?”. É um traço comum aos dois, assim como também o desejo de construir ‘uma igreja que salva Deus num mundo que está por morrer por congelamento’, como recordava São Martinho”. Ruth toma a palavra: “Podemos ajudar-nos reciprocamente a ser homens, permanecendo cheios de humanidade”. Um sinal desta humanidade para ela significa “perder tempo”, foi o que aprendeu na Ásia. Nos hospitais e nas casas para idosos na Alemanha isto encontra-se raramente. Para ela é um sinal de perda da humanidade. Alegra-se pelo prêmio honrar esta “perda de tempo”, mesmo se a motivação evidencia a sua capacidade de construir pontes, ser artífice de unidade pela doação radical aos pobres, a partir da sua fé vivida com força e convicção num ambiente carregado de conflitos”.

Uma saudação de Myanmar

Trento e a onda de paz

A história de Trento, no norte da Itália – cidade natal de Chiara Lubich – não esquece aquele bombardeio destruidor do dia 13 de maio de 1944, que arrasou vidas, casas, ideais. No mesmo dia, 70 anos depois, a cidade viu um “bombardeio de atos de amor”, como disseram algumas das crianças presentes. A praça da catedral de Trento, como um enorme salão decorado, recebeu este ano mais de 2500 crianças, provenientes de 23 escolas da cidade. Com elas estavam estudantes do ensino médio e superior, professores, pais, avós, representantes das instituições, o prefeito e vários assessores. Trata-se de um evento que passou a fazer parte da história dos últimos 11 anos da cidade. Participam todas as escolas, para contar, de mil maneiras diferentes, como, durante o ano, procurou-se viver as frases do “dado do amor”, e como se conseguiu ser “atores de paz”. O programa abordou o tema do “conflito”: como conviver com ele, como enfrentá-lo, como resolvê-lo. Tocante o momento do “time out”, um minuto de silêncio e oração para lembrar os países feridos por conflitos, com um pensamento especial dirigido às quase 300 estudantes sequestradas na Nigéria. Um longo minuto que recolheu a vivacidade da praça, envolvida com os sinos da Catedral que tocaram ao meio dia. Uma festa num lindo dia de sol. A cidade parecia invadida por uma onda de paz, com milhares de mensagens e histórias de “atos de amor” escritos e distribuídos aos passantes, negociantes e turistas, e com centenas de desenhos que coloriam a principal rua do centro histórico. As crianças eram os protagonistas, entusiasmados e convictos de que “a paz começa por mim”. A manchete da primeira página do jornal “O Adige” dizia: “A praça invadida pelos portadores da paz”. E o diário “Trentino”: “Que bonita injeção de esperança, ver milhares de crianças vestidas com gorros e malhas de todas as cores, quase um arco-íris vivo, gritando em uníssono: paz!”. Também a RAI e outras emissoras de televisão e rádio regionais falaram dessa esperança. A festa “Trento, cidade da paz”, conclui o percurso anual de educação aos valores, realizado nas escolas da cidade e compartilhado por cerca de cem professores, nos encontros mensais da “Mesa Tudo Paz”. A iniciativa teve início há 11 anos, com uma turma de crianças da 3ª série do ensino fundamental, sua professora e o dado da paz jogado todas as manhãs, para viver uma das suas seis faces. O jornalzinho “Tudo Paz”, com o qual circulavam e eram contados a outras crianças os episódios de paz, desenhos, poesias, canções, e que atualmente, inserido no jornal da Prefeitura, chega às casas de todas as famílias de Trento. E ainda, com a construção, junto com o então prefeito Alberto Pacher, do “Canteiro da Paz”, com o dado no centro, para que quem passasse pudesse “observar e aprender”. Hoje amadureceu também o projeto “Trento, uma cidade para educar”, que envolve os sete institutos da cidade, com as escolas de ensino infantil, fundamental e médio, institutos de ensino técnico e superior, e escolas da Província, às quais estão coligadas as de outras cidades. Com os alunos e professores, também as famílias acompanham um itinerário de formação. E ainda a administração municipal e da província, outras instituições e associações. http://vimeo.com/69260154

Uma saudação de Myanmar

Francisco na Terra Santa: homens e mulheres de ressureição

20140526-02“Ut unun sint”, que todos sejam uma coisa só, é o lema da peregrinação do Papa Francisco à Terra Santa, o que reafirma o empenho de “caminhar juntos rumo à unidade” dos cristãos, buscando também “um autêntico diálogo com o Judaísmo, o Islamismo, e outras tradições religiosas” [da declaração conjunta, assinada pelo Francisco e o Patriarca Bartolomeu]. O centro da viagem era, na verdade, o encontro no Santo Sepulcro, com o Patriarca Grego-ortodoxo de Constantinopla, Bartolomeu, e os responsáveis pelas Igrejas de Jerusalém, para renovar a unidade expressa por Paulo VI e o Patriarca Atenágoras, 50 anos atrás, em Jerusalém; no entanto a presença do Papa na Terra Santa certamente  teve um forte efeito no diálogo entre as religiões e um estímulo no caminho da paz. É o que testemunham as expectativas do rabino David Rosen, diretor internacional das relações inter-religiosas do Comitê Judeu Americano. Entrevistado por Paolo Lóriga, enviado de Città Nuova, em sua casa, em Jerusalém, declarou que “a maioria dos judeus e rabinos avalia essa visita de maneira muito positiva”, e que a presença de Francisco “pode produzir um impacto profundo e positivo na consciência judaica e na concepção dos cristãos”. Rosen é um dos 400 signatários – entre rabinos e personalidades judaicas – de uma mensagem de boas vindas ao Papa, um gesto não apenas de cortesia, mas sinal da “redescoberta da fraternidade entre judeus e católicos. “Estou certo – acrescentou – que a visita será um evento maravilhoso, uma ocasião de festa e de alegria”. 1401034809Sinal disso foi também o grito de exultação após o convite do Papa Francisco a Peres e Abbas: “Convido o presidente palestino, Mahmoud Abbas, e o presidente israelense, Simon Peres, a elevar comigo uma intensa oração, invocando de Deus o dom da paz”. O Papa falou em Jerusalém, no dia 25 de maio, depois da Santa Missa celebrada na Praça da Manjedoura. “Ofereço a minha casa, no Vaticano, para hospedar este encontro de oração”. “Uma surpresa para todos nós”, declarou D. William Shomali, vigário para a Palestina do patriarca católico latino e grande artesão de relacionamentos, dado que as tentativas de chegar a uma oração em comum, durante a visita, não havia tido êxito. Tana Imseeh é de Ramallah e trabalha no ministério do Welfare: “Escutamos um anúncio histórico, tenho certeza que trará frutos de paz”, declarou. 20140526-01O Papa chegou a Belém, vindo da Jordânia, onde foi calorosamente acolhido pelo Rei Abdullah II. Lá ele foi ao lugar do batismo de Jesus onde encontrou 600 pessoas, entre refugiados sírios, jovens feridos e portadores de deficiência. Chegado à Palestina, deixando de lado o protocolo, dirigiu às autoridades palestinas o augúrio de que “as espadas transformem-se em arados e esta terra possa voltar a florescer na prosperidade e na concórdia”. Com força sustentou que “é a hora de por um final a esta situação de conflito cada vez mais inaceitável”, indicando que “chegou, para todos, o momento de ter a coragem da paz”. No caminho que leva à Praça da Manjedoura passou próximo ao muro que divide Belém de Israel. O Papa pediu ao carro que parasse, para aproximar-se do muro. Deteve-se diante dele, recolhido em oração por alguns minutos. Depois avançou ainda, até apoiar a cabeça ao muro, e partilhar fisicamente o sofrimento de um povo. A parada não estava prevista na programação, mas o Papa Francisco confidenciou: “É difícil construir a paz, mas viver sem paz é um tormento”. Site do Vaticano: http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/travels/2014/outside/documents/papa-francesco-terra-santa-2014.html Site oficial da visita à Terra Santa: http://popefrancisholyland2014.lpj.org/ Site oficial da visita à Jordânia: http://popevisit.jo/