Movimento dos Focolares
Palermo: “cultura da ressurreição”

Palermo: “cultura da ressurreição”

Maria Voce, Presidente do Movimento dos Focolares, concluiu estes dias, ricos de eventos dedicados à cultura da unidade e da fraternidade, com um encontro de família dedicado à comunidade dos Focolares da capital siciliana, lançando um desafio: «Que Palermo se torne capital da cultura da ressurreição, capital no sentido de “a cabeça”, aquela da qual parte esta cultura da ressurreição para invadir o mundo inteiro». 20 anos atrás, Chiara Lubich recebia a cidadania honorária da capital da Sicília. Desde então, a comunidade continuou neste percurso para procurar atualizar as palavras pronunciadas por Chiara naquela ocasião: «Prometemos que Palermo estará sempre presente nos nossos corações, de modo que, pela audácia e pela coragem dos seus cidadãos, saiba chegar a ser modelo para muitas outras cidades da Itália e do exterior, como verdadeira “cidade sobre o monte”». As iniciativas, dentro do programa de “Palermo Capital da Cultura 2018”, promovido pelo Município, abraçaram diversos campos: direito e legalidade, diálogo ecumênico, música e espetáculo com o Gen Verde, workshops, flashmob e mesas redondas promovidas pelos jovens. Na sede do Parlamento Regional, Palácio dos Normandos, sábado, 11 de maio, mais de 120 pessoas participaram do Simpósio “Relacionalidade e direito. O bem relacional e os bens comuns”. Após os discursos da parte de algumas personalidades do mundo da justiça, magistrados, advogados, estudantes, docentes, Maria Voce concluiu os trabalhos afirmando que o âmbito do Direito e da Justiça tem «extrema necessidade de pessoas que tenham o coração aberto ao grande ideal da unidade da família humana e que, para isso, empenhem totalmente si mesmos a agir concretamente para curar todo relacionamento, sem medos e sem comprometimentos». À tarde, mais de 300 jovens foram protagonistas do programa sobre “Identidade digital”, promovido pelo Instituto Universitário Sophia, e “Somos as nossas escolhas. A coragem de ir embora, a coragem de ficar”, presentes Jesús Morán, copresidente dos Focolari, e o prefeito Leoluca Orlando. Os jovens ofereceram os testemunhos sobre a escolha que frequentemente os faz entrar em crise: ficar na Sicília ou apostar a própria vida em outras cidades e países? Jesús Morán encorajou os jovens, atentíssimos, a encontrar a estrada no “saber se doar”. A escolha recai sobre «onde posso me doar mais e onde posso desenvolver mais os meus talentos. […] Se vou embora, não posso ir para fugir, e se fico, não posso ficar por medo». O prefeito Orlando salientou o quanto seja difícil mudar uma cidade que provém de anos de submissão a regras e comportamentos mafiosos, mas que busca se resgatar através de uma mudança cultural. Na manhã de domingo, 13 de maio, um momento “de família” com a Santa Missa, seguida do encontro com as famílias do bairro do centro histórico Albergheria/Ballarò e com momentos artísticos realizados pelas crianças. À tarde, 500 representantes de cerca de 20 Igrejas cristãs participaram, no Teatro Golden, do Simpósio “Juntos na caridade, do diálogo à cooperação. Discursaram o Arcebispo de Palermo, Corrado Lorefice, Maria Voce, e a diretora do Departamento regional para o Ecumenismo, Erina Ferlito. Os testemunhos narraram a caminhada já empreendida com decisão em várias cidades da Sicília: da ajuda aos presos, à atenção pelos pobres, pelos sem teto, pelos imigrantes. Depois, “On the other side”, o concerto do Gen Verde com mais de 800 participantes. No dia anterior tinham se apresentado os jovens participantes dos workshops promovidos pela banda e que depois participaram do flashmob numa das ruas principais da cidade. Também esta foi uma experiência arrebatadora, que entusiasmou jovens e adultos, no rastro da mensagem de fraternidade que a banda internacional leva ao mundo inteiro.

Nascidos de um presente

Nascidos de um presente

Mora e trabalha na província de Gênova, cidade do noroeste italiano, numa região aprazível, entre o mar e os montes que sobem logo às suas costas. A função de presidente de um dos consórcios da rede de empresas sociais, com cerca de 700 dependentes no setor de serviços sociais, assistenciais e de inserção de pessoas em situação de pobreza no mundo do trabalho, e de referente regional da AIPEC (Associação Italiana de Empresários por uma Economia de Comunhão) não tiraram nada de sua atitude imediata e da sua simplicidade. O seu depoimento foi ouvido com muita atenção durante um encontro na Embaixada Italiana junto à Santa Sé, dia 3 de maio passado, com o título “Chiara Lubich e a Economia de Comunhão”. «Eu tinha o desejo de fazer um trabalho útil aos outros. Logo que me formei, passei em um concurso público como educadora para a integração social de crianças com deficiência. Eu me sentia útil, mas o trabalho tinha um contrato provisório. Havia outras moças naquela situação, que como eu tinham o desejo de crescer na profissão social. Uma de nós falou-nos de algumas pessoas que, há alguns anos, trabalhavam numa cooperativa da região e se ocupavam de pessoas desfavorecidas. O contato com eles foi determinante: colocaram à nossa disposição um espaço, nos dedicaram tempo e a sua experiência. A nossa cooperativa nasceu assim, de uma dádiva, um gesto de gratuidade que acolhemos e em seguida, por nossa vez, replicamos. Entendemos depois que aquele gesto tinha as suas raízes nos valores da Economia de Comunhão. Esta experiência de vida, antes ainda do que o trabalho, marcou e caracterizou o estilo da nossa empresa».

© 2018 Il Sentiero di Arianna

Foi assim que, em 1996, surgiu “O Caminho de Arianna”, uma cooperativa formada inicialmente por nove jovens mulheres, que colocaram em comum os recursos adquiridos e os reinvestiram em formação e desenvolvimento da empresa. Daquele núcleo inicial, hoje a empresa conta com mais de 130 sócios, 85% mulheres. «Quanto mais seguíamos os valores da Economia de Comunhão, mais as nossas cooperativas se desenvolviam, tornando-se um valor para toda a comunidade. Quanto mais preenchíamos de valor palavras como trabalho, dignidade da pessoa, reciprocidade, formação, ajuda mútua, mais conseguíamos superar os inevitáveis períodos críticos. A força do empreendedorismo feminino foi determinante. Chiara Lubich indicava-nos um percurso concreto, que gerava possibilidades de mudança. A sua visão de um mundo mais équo e a sua ideia de economia nos fascinavam».

© 2018 Il Sentiero di Arianna

«O Caminho de Arianna» – explica – é uma organização que dá às mulheres a possibilidade de serem protagonistas. «Aqui, a notícia de uma gravidez é sempre uma boa notícia. Muitas de nós puderam e podem ainda viver serenamente a maternidade e o retorno ao trabalho. Mas também as mulheres que não são mães são geradoras de mudanças e inovação, porque sabem desencadear processos positivos de melhoria organizativa, para uma harmonização entre tempos de trabalho e de cuidados com a própria família. Porque as necessidades são muitas. E nós partimos justamente daquelas das nossas famílias e da comunidade, propondo soluções, tecendo redes de relações sociais e econômicas com as entidades, as instituições e outras empresas». Com este espírito, o Grupo Tassano contribui no apoio ao desenvolvimento de outras realidades empresariais. «A empresa mais forte é a que nasce como expressão de um território. Por meio das redes nacionais às quais pertencemos como colaboradores, estamos nos dedicando às questões do desenvolvimento econômico fundado nos valores éticos, de respeito ao homem e ao ambiente. Através da AIPEC encontramos empresas e empresários que pertencem a setores diferentes, mas compartilham o mesmo senso de responsabilidade social. Juntos nos comprometemos a compor um novo modelo econômico: inclusivo, solidário, de desenvolvimento sustentável». O que significa para Simona ser uma empresária da Economia de Comunhão? «Quer dizer ser sempre nós mesmos. Acolhedores, respeitosos, coerentes, atentos ao uso dos recursos, ligados aos outros e ao mesmo tempo livres. Uma pessoa é sempre a mesma, mesmo em tempos e espaços diferentes. O mesmo vale para uma empresa». Chiara Favotti

Um clima de alegre expectativa

Um clima de alegre expectativa

«O que você fazia quando tinha a minha idade? Que brincadeiras me aconselha?». É a pergunta que Luis Francisco, 10 anos, mexicano, dirige ao Papa Francisco, enquanto espera a sua vinda. Como ele, todos os habitantes da cidadezinha internacional fizeram a contagem regressiva dos dias. Uma espera que começou no início de fevereiro, quando chegou da secretaria do Papa Francisco o anúncio de uma sua visita, no dia 10 de maio, às cidadezinhas de Nomadelfia e de Loppiano. Na primeira das 24 cidadezinhas dos Focolares, surgidas com o passar do tempo em várias regiões do mundo, Papa Francisco virá ver pessoalmente como se vive “na escola do único Mestre”, como ele mesmo a definiu. “Surpresa e alegria profunda”, tinha exclamado Maria Voce, presidente dos Focolares, diante da notícia totalmente inesperada desta visita. Loppiano, nestes dias, fervilha de pessoas. Faces sorridentes, felizes, e muitíssimos jovens. Concluiu-se há poucos dias o evento do Genfest, que de toda a Itália, e não só, convocou centenas deles no final de abril, e milhares na manhã de 1º de maio, radiosos apesar da ameaça de chuva. O clima de festa continuou, numa espera cheia de fermento e esperança, como é natural na iminência de um evento que será lembrado por muito tempo. Fomos, telecâmera na mão, realizar breves entrevistas com os habitantes de Loppiano, atentos no trabalho ou nas atividades normais, e para sondar a atmosfera. Benedetta se encontra na cidadezinha para um período de formação na escola das focolarinas. Para ela, a visita do Papa é também um presente de Deus, porque cai no mesmo dia do seu aniversário: «Mesmo se ficará pouco tempo, espero que possa encontrar uma família, aquela que procuramos construir cada dia». Desde 1966, em Loppiano, está a sede do grupo musical Gen Rosso, nascido por desejo de Chiara Lubich para difundir com a música, a mensagem de um mundo mais justo, pacífico e solidário. Os componentes vivem em primeira pessoa este espírito, com um estilo de vida caracterizado pela comunhão e pela fraternidade. Faz alguns anos que dele faz parte também Michele Sole, que no átrio diante do santuário dedicado à Mãe de Deus (Theotókos), onde está tudo pronto para este encontro histórico, cantará “Madre dolcissima” [“Mãe dulcíssima”]. Envia ao Papa uma mensagem de agradecimento «por ter tido a coragem de se chamar Francisco. Acho que não tenha sido fácil escolher um nome que significa opção preferencial pelos pobres, pelos últimos». Da sala de ensaios, entretanto, saem as notas de “Accendi la pace” [“Acende a paz”], que os componentes do Gen Rosso estão ensaiando junto com a outra banda internacional de Loppiano, o Gen Verde, um grupo multidisciplinar, formado por algumas artistas e musicistas, que se distingue pelo seu perfil acentuadamente internacional. Roberto Cipollone, Ciro no meio artístico, em Loppiano desde 1977, tem o dom de saber usar a imaginação e a habilidade para transformar objetos não mais usados ou materiais de descarte em obras que tocam o coração e o enchem de agradável surpresa. É o “artista que lhes dá nova vida”. Com a sua arte fez nascer uma “Bottega” [“Ateliê”], expressão de originalidade e amor pela natureza através da escultura, da pintura, do artesanato. «Espero que o Papa possa encontrar aqui os seus desejos mais profundos realizados». Aranza, que vem do México, está participando com a sua família da “Escola Loreto”, onde famílias de países e línguas diferentes aprofundam a espiritualidade da unidade. A internacionalidade e a imersão “full time” nos cursos, que começam todos os anos em setembro e terminam em junho, fazem dela uma experiência única de intercâmbio e enriquecimento entre culturas. Do Papa, gostaria de uma resposta a uma pergunta, breve, mas desafiadora: «O que podemos fazer, nós jovens, para vencer as imposições e os estereótipos do mundo?». Natália, ao invés, é uma estudante brasileira que frequenta em Loppiano o Instituto Universitário Sophia. Espera, do Papa, conhecer o papel dos jovens casados na Igreja. Muitas perguntas, questionamentos e expectativas. Mas a mesma alegre expectativa. Chiara Favotti


Live streaming 10.5.2018, 10.00 – 12.00 (CEST): Vatican Media Live http://live.focolare.org tradução:  Inglês – Espanhol – Francês – Português Para mais informações vai ao site de Loppiano e Movimento dos Focolares O evento também será transmitido em lingua italiana pela rede televisiva:

  • Vatican Media live: das 8.00 ás 12.00 (ora italiana)
  • RAI: Especial TG1 das 10 ás 11.45 (ora italiana) em digital terrestre, satelite e web
  • TV 2000: “Speciale Diario di Francesco” ás 7.30 (ora italiana). Ás 10 (ora italiana) transmite o evento de Loppiano (digital terrestre e web).

 

Papa Francisco em Loppiano

Papa Francisco em Loppiano

Em Loppiano está tudo pronto para acolher o Santo Padre. Estão chegando mais de seis mil pessoas da Itália, mas serão milhares as conectadas via streaming nos cinco continentes. Perguntamos a Maria Voce, presidente dos Focolares, como acontecerá este encontro tão esperado. «Queremos apresentar ao Papa – explicou – esta pequena cidade, a primeira que nasceu, precursora de outras 24 espalhadas no mundo, que quer oferecer um modelo de convivência fundamentado nos princípios evangélicos de solidariedade e fraternidade, certamente único, mas exportável e difusivo. Em Loppiano, o Papa não se encontrará apenas com os 750 habitantes – continuou Maria Voce –, mas também com uma representação da família mundial do Movimento dos Focolares. Dirigiremos a ele algumas perguntas sobre temáticas que muito nos interessam: o desafio da fidelidade à ideia carismática de Chiara Lubich em contato com as condições mudadas de hoje; a formação dos jovens para uma cultura da fraternidade; a contribuição do modelo de convivência de Loppiano para um anúncio atual da mensagem cristã e para a superação de barricadas, nacionalismos e preconceitos». O Movimento dos Focolares é uma constelação variegada que põe no centro do próprio agir o diálogo e um estilo de vida que contribui para a construção da unidade e da paz no mundo. Conta com mais de 2 milhões de aderentes pertencentes a muitas Igrejas Cristãs, mas também de diferentes credos religiosos e de inspiração laica. São cerca de mil, as obras sociais em andamento em diversos países, e umas 800 empresas que trabalham no mundo seguindo os princípios da Economia de Comunhão. Chegou ao décimo ano de vida o Instituto Universitário Sophia, que tem sede justamente em Loppiano. Na sua chegada à cidadezinha, o Santo Padre irá diretamente ao Santuário Maria Theotókos, onde entrará para um breve momento de oração. Também se deterá diante do quadro de Nossa Senhora com o Menino, obra de um pintor de religião Hindu, símbolo do diálogo que é um dos pilares da convivência de Loppiano. Em seguida, no átrio, Maria Voce apresentará ao Papa a saudação dos Focolares. Depois, alguns cidadãos de Loppiano lhe dirigirão perguntas. O diálogo com o Santo Padre será intervalado por números musicais de artistas provenientes de diversos países e contextos religiosos. Enfim, uns trinta cidadãos cumprimentarão pessoalmente o Papa o qual, após a bênção, deixará o átrio do santuário para partir.


Live streaming 10.5.2018, 10.00 – 12.00 (CEST): Vatican Media Live http://live.focolare.org

Simão, o tubarão

Simão, o tubarão

Simone Barlaam

«Como estão vendo pela cor dos cabelos eu já tenho alguns anos a mais do que vocês. Mas também faço parte da família do Genfest. Os Genfest de que participei quando jovem ficaram gravados dentro de mim. O que ficou daquelas experiências? Duas coisas. A primeira: para mim, que vinha de uma pequena cidade do Abruzzo (Itália) cada vez significava mergulhar numa experiência de mundialidade. A segunda: no Genfest eu entendi que cada um é protagonista do próprio destino. O meu futuro dependia de mim. Aquele que, desde então, procurei seguir cada dia na vida, para realizar as minhas aspirações. Inclusive as mais delicadas e aparentemente impossíveis. É a mesma coisa que hoje, com a minha esposa, Claudia, estamos procurando transmitir aos nossos filhos. Eu gosto de pensar que existe um desígnio maior para cada um de nós. Como as peças de um quebra-cabeça, as vicissitudes da vida se misturam, se entrelaçam, parece difícil encontrar a posição certa de cada uma delas, mas depois, improvisamente, as peças começam a se encaixar. Em janeiro de 2000, Claudia e eu estávamos na Austrália, em Sydney, em viagem de lua-de-mel, e passeávamos no novo Parque Olímpico. Fazíamos programas e colocávamos os alicerces para construir a nossa família. Simão estava para chegar e nós estávamos felizes e cheios de amor. Nós nos sentíamos invencíveis. O nascimento de Simão, pouco depois, foi conturbado. No dia em que ele nasceu descobrimos que possuía uma hipoplasia do fêmur e uma coxa vara. Uma deficiência permanente, agravada por uma fratura do fêmur. Na prática, tinha um fêmur 15 centímetros mais curto do que o outro. Frágil como um pedaço de vidro. Com o passar dos anos Simão foi operado 12 vezes: alongamento dos membros, intervenções corretivas do quadril, transplantes ósseos para consolidar o colo do fêmur que não resistia. Doze operações acompanhadas por longos meses com um gesso que o paralisava do peito para baixo. Nos longos períodos na cama ele aprendeu a desenhar, a única coisa que conseguia fazer deitado. Gostava muito de desenhar peixes, principalmente os tubarões, pela força e a velocidade deles. Tanto é verdade que um amigo muito querido o apelidou “o tubarão Simão”. Quando estava engessado até o peito víamos muitas vezes o filme “Procurando Nemo”, que é ambientado na Austrália. Simão, como Nemo, tinha (e tem) uma barbatana menor que a outra. Eu me sentia como Merlin, o pai de Nemo. Ansioso pelo seu futuro. E cheio de medo por aquilo que lhe poderia acontecer. Mas, como Merlin, num certo momento entendi que Simão podia enfrentar sozinho o seu “oceano”. Sem medo. Mesmo com a barbatana menor. Até que Simão começou a praticar esporte. O nado era o único esporte que podia fazer, para mover os músculos sem o risco de quebrar os seus ossos de cristal.  Depois de um certo tempo começou a competir. Alguns anos depois começou a treinar com os rapazes da equipe nacional italiana de nado, todos os dias, depois do colégio, por duas horas e meia, que depois se tornam cinco, antes das competições mais importantes. Tanto que com 17 anos, no último Campeonato Mundial de nado paraolímpico, que foi feito na Cidade do México em dezembro passado, Simão ganhou duas medalhas de ouro, nos 50 e nos 100 metros estilo livre, uma prata e um bronze. São as provas mais velozes no nado. Agora, exatamente 16 anos depois da nossa viagem de núpcias, Simão está na Austrália, como estudante de intercâmbio, para fazer o ensino médio e continuar os seus treinamentos de alto nível. Continua a treinar, a estudar e compete com os melhores nadadores australianos no Centro Aquático Olímpico de Sydney, precisamente onde Claudia e eu o tínhamos levado quando estava ainda no ventre. Pois bem, se alguns anos atrás alguém me tivesse dito que um dia eu teria um filho com dois títulos de campeão do mundo eu teria respondido que era um louco. Simão tem uma barbatana menor, mas é mais forte do que todos podiam acreditar. Teve a coragem de abri-la e de voar. Eu desejo a vocês, os convido, a abrirem também as suas asas. A ter coragem, e a aprender a voar. Sigam suas paixões. Não se deem por satisfeitos.» Riccardo Barlaam