15 Abr 2018 | Focolare Worldwide
A ação da força militar na noite entre 13 e 14 de abril trouxe para o centro das preocupações internacionais o conflito na Síria. Depois do veemente apelo do Santo Padre, a presidente dos Focolares, Maria Voce, reafirmou, em nome dos membros do Movimento no mundo, a sua proximidade, solidariedade e oração pelo povo sírio que, há sete anos, vive sofrimentos terríveis. “Estando em constante contato com as nossas comunidades da Síria – diz Maria Voce –, não podemos deixar de assumir como própria a dolorosíssima impressão delas de serem vítimas de uma guerra por procuração, causada e realizada por outros interesses”. “O Movimento – ressalta a presidente – faz um apelo aos líderes políticos do mundo inteiro para que voltem a um diálogo profundo e verdadeiro, guiados pela busca sincera de uma solução pacífica em prol do povo sírio e de todos os povos do Oriente Médio”. Rocca di Papa (Italia), 15 de abril de 2018
13 Abr 2018 | Focolare Worldwide
A guerra civil e as contínuas tensões fizeram da Síria um país martirizado. Quem perdeu o trabalho foi obrigado a gastar todas as economias para sobreviver e se tratar. Médicos, professores e muitos profissionais emigraram para o exterior. Quem ficou, com muita frequência, perdeu a casa e contribuiu para superlotar bairros já no extremo da capacidade. Os setores pelos quais é necessário agir com maior urgência para a reconstrução futura são os do apoio à renda, instrução e assistência sanitária. Atividades do programa:
- Apoio ao estudo e formação escolar – Homs e Damasco – reforço escolar, assistência ao estudo, merenda e fornecimento de material didático para 220 adolescentes;
- Escola EHIS para surdos-mudos – Aleppo – Cursos escolares e atividades extras para 75 crianças;
- Curso profissional – Aleppo – Curso de artesanato tradicional sírio;
- Assistência sócio-sanitária – Homs e Kafarbo – Acesso aos tratamentos médicos para os doentes de câncer (quimioterapia e medicamentos complementares), apoio à execução de intervenções cirúrgicas, apoio aos doentes que sofrem dia insuficiência renal, apoio econômico a outros serviços médicos (radiografias, análises…), apoio psicológico;
- Apoio à renda familiar – Kafarbo, Homs, Aleppo e Damasco –. Distribuição mensal de subsídios econômicos para alimentação, despesas de aluguel/reestruturação, suporte a tratamentos médicos.
A realização das atividades garante emprego a cerca de 70 pessoas entre professores, operadores sociais, formadores e assistentes e envolve cerca de 50 voluntários. Locais Kafarbo – Homs – Aleppo – Damasco Beneficiários 200 famílias pelo apoio à renda – 114 doentes pela assistência sanitária – 295 adolescentes pela assistência ao estudo e à formação Custos do programa Custo total € 293.138,33 – Contribuições solicitadas a AMU: € 241.586,20 Para apoiar o programa: Azione per un Mondo Unito ONLUS (AMU) – Banca Popolare Etica IBAN: IT58 S050 1803 2000 0001 1204 344 Codice SWIFT/BIC: CCRTIT2184D Azione per Famiglie Nuove ONLUS (AFN) – Banca Prossima IBAN: IT55 K033 5901 6001 0000 0001 060 Codice SWIFT/BIC: BCITITMX Causale: Programma Emergenza Siria As contribuições depositadas nas duas contas correntes para a emergência Síria serão administradas conjuntamente por AMU e AFN.
12 Abr 2018 | Focolare Worldwide
«Há cerca de três anos nós, Jovens por um Mundo Unido de Roma, colaboramos com as educadoras, a administração penitenciária e o “Comitê G9”, um grupo de oito detentos da ala também denominada G9 do cárcere de Rebibbia que, mesmo não tendo filhos, empenham-se para favorecer ocasiões de encontro entre os outros detentos e as respectivas famílias». A aventura é contada por Raffaele Natalucci, um jovem de Roma. «Três vezes por ano preparamos um espaço onde pais e filhos podem estar juntos, para brincar e desenhar com as crianças. Durante as atividades organizadas ao ar livre, no pátio interno do cárcere, participam cerca de trezentas pessoas, entre detentos e familiares, além de muitos voluntários vindos de fora. Durante um destes eventos pude ouvir o testemunho de um detento: “A privação da liberdade distancia-nos da realidade. Estando sempre na cela, entre quatro paredes, até mesmo a visão diminui. Algumas pessoas que receberam autorização para sair contaram que tinham que fazer um esforço para olhar para longe, para o horizonte. A possibilidade de trabalhar dentro do cárcere para mim tem um grande significado. Antes eu dedicava-me a atividades ilegais, mas aquilo que eu fazia era como gelo ao sol, que se derrete num instante. Ao contrário, trabalhar, organizar manifestações desportivas ou iniciativas em favor dos detentos vale cem vezes mais do que um salário”». Continua o Raffaele: «Como Jovens por um Mundo Unido estamos vivendo uma experiência humana muito forte: a determinação da polícia penitenciária de entregar todos os objetos pessoais antes de entrar no cárcere ressoa, cada vez, como um convite a abandonar também os preconceitos, superando as barreiras entre o mundo externo e o cárcere, para construir um relacionamento autêntico com as pessoas detentas, a tal ponto que nos chamam de “Comitê externo”. Começamos também um “Projeto sobre a legalidade” com uma série de encontros temáticos dentro do cárcere. Em plena sintonia com as educadoras, os detentos e com a ajuda de especialistas, escolhemos alguns temas para serem apresentados, como as relações interpessoais, a integração entre culturas, a “legalidade do nós”, a redescoberta das próprias habilidades e a reinserção profissional». «Por ocasião da festa dos pais, no dia 19 de março, convidamos o psicólogo Ezio Aceti para falar sobre a “genitorialidade” para cerca de setenta detentos no teatro do instituto penitenciário, focalizando as espectativas e as necessidades da criança. “Ter consciência dos pensamentos e das preocupações do outro, dizer a verdade, mostrar uma imagem positiva – explicou Aceti – são os pressuppostos necessários para que o encontro entre os detentos e os filhos possa ter resultados positivos”. Durante o debate um dos detentos perguntou: “O que é que pode dizer para a sua filha um pai condenado à prisão perpétua?”.“Pode dizer que seu pai errou, mas está fazendo de tudo para melhorar” foi a resposta. “Se sua filha vê no pai a coerência e a coragem de reerguer-se, terá esta imagem do seu pai”. E ainda: “Genitorialidade é manter viva uma ligação. È preciso transmitir aos filhos um sentimento de pertença. Deste modo irão viver uma experiência positiva e irão recordar-se do pai que está no cárcere”. O psicólogo chamou a atenção dos detentos: “Educar um filho não quer dizer não errar, mas dar o máximo de si apesar dos erros. Isto ensinará aos filhos a tolerância. Vocês podem ser bons pais mesmo se erraram. No fundo todos nós sentimo-nos muitas vezes sem coragem, mas dentro do nosso coração uma outra voz diz: reergue-te, recomeça. Não importa quantas vezes vocês erraram, mas quantas vezes recomeçaram. O milagre acontecerá de tanto recomeçar, de tanto reerguer-se: acontecerá uma mudança”».
10 Abr 2018 | Focolare Worldwide
A Letizia Mombelli e o seu marido são proprietários de uma empresa da região de Brescia (Itália). Nos últimos anos, passaram por momentos de crise enfrentando tudo com confiança em Deus e na sua providência, entregando a Ele as preocupações e as decisões. Começaram a atividade com uma pequena empresa mecânica com poucos dependentes, mas a falta de trabalho, a burocracia e a decisão de recusar todas as tentativas de corrupção provocaram uma grande perda de capital. A escolha dolorosa de licenciar boa parte dos dependentes foi inevitável, bem como aquela de vender os maquinários para garantir aos trabalhadores tudo o que a lei prevê. Antes do desligamento completo esperaram que cada um tivesse encontrado um outro emprego. “Vivemos tudo isso como um fracasso – lembra Letizia – mas não desistimos. Ao nosso redor a família do Movimento dos Focolares sustentou-nos com a oração e confiamos tudo a Deus para que nos guiasse em todas as escolhas, procurando ter relacionamentos corretos com os clientes, os fornecedores, os representantes ou qualquer pessoa que entrasse na nossa empresa. A providência de Deus não demorou para chegar”. Depois daquele momento de dificuldades, enfrentado com escolhas corajosas, chega a oportunidade de mudar de setor. Familiares, outros empresários e fornecedores oferecem a ajuda concreta que permite à empresa de reenguer-se. “O fruto mais bonito daquele período – continua – é que os nossos filhos maiores demonstram valorizar as coisas importantes como a escolha de uma vida sóbria e de poter experimentar o amor de Deus através de tantos pequenos e importantes sinais. Tudo isso reforçou o elo de união da nossa família”.
Porém, em 2009 a crise econômica mundial não poupa a empresa de Letizia, que não recebe mais pedidos. Também desta vez a família confia em Deus na oração e, em pouco tempo, chegam dezenas de encomendas. Em 2016 chega um pedido com promessa de continuidade, de modo a garantir à empresa a tranquilidade econômica por longo tempo. Todavia, apenas depois da primeira entrega Letizia descobre que aqueles produtos seriam destinados à indústria de armas. Diante das imagens de desespero de tantos refugiados em fuga das guerras, a Letizia e a sua família decidem renunciar àquele trabalho. “A escolha foi tomada com uma certa apreensão, mas eu e o meu marido não tivemos dúvidas e o nosso filho, que tinha começado a trabalhar conosco, foi totalmente de acordo”, afirma. A seguir veio uma outra crise que levou outra vez a empresa quase ao fechamento. A Letizia e a sua família confiam também desta vez à providência e chega um pedido de trabalho como não acontecia há muitos anos. “Verdadeiramente sinto que Deus caminha ao nosso lado”, confessa a Letizia, dirigindo o seu pensamento também à fundadora dos Focolares. “Agradeço a Chiara Lubich que, como luz no meu caminho, ajudou-nos sempre a fazer escolhas coerentes, baseadas nos valores da pessoa humana, pondo em segundo plano o lucro e a segurança econômica”, conclui. Chiara Favotti
10 Abr 2018 | Focolare Worldwide
Um semblante sereno e um tom de voz tranquilizador, Maria, mãe de dois adolescentes, casada com um francês, ensina língua italiana numa escola “difícil” da periferia norte de Paris. É uma daquelas escolas onde raramente os professores ficam. É preciso grande determinação, coragem e ardor para atuar numa região economicamente carente e marcada por um alto índice de “tráfico de entorpecentes, tráfico de armas, rackett”, com traficantes na frente das escolas e alunos de culturas e proveniências diferentes. “Para mim trata-se de responder a um chamado, o de trabalhar pela igualdade de possibilidades, para propor e preservar uma oferta de formação ambiciosa, e levar o amor de Cristo aonde aparentemente não existe”, ela diz. Maria explica como ter conhecido Chiara Lubich, ainda criança, a fez nutrir esta aspiração e mantê-la na sua vida adulta. “O meu modo de ver e o meu comportamento, graças à vida de unidade com quem compartilha do mesmo ideal, renova-se cada dia, apesar das dificuldades”. Com efeito, não foi fácil, principalmente no início, compreender como relacionar-se de maneira construtiva com os estudantes, como reagir às agressões verbais e aos atos de vandalismo. Logo se tornou claro que a ajuda a eles passava pelo envolvimento das famílias, e que também os novos colegas precisavam de apoio para decifrar aquela realidade complexa. Aliás, era precisamente a sinergia entre os colegas que podia dar aos alunos um exemplo construtivo: “Do ponto de vista didático desenvolvo o meu trabalho com projetos culturais interdisciplinares – explica a professora -, a organização de um projeto permite trabalhar em equipe, procurar viver a fraternidade entre colegas para depois propor aos jovens um modelo crível”. Projetos que muitas vezes se concluem com um passeio à Itália, que motiva os estudantes ao aprendizado da língua e favorece um intercambio cultural com jovens italianos: novos relacionamentos para fazer uma experiência de fraternidade. Além disso – explica ainda Maria – “Um projeto como este permite-nos envolver as famílias na vida escolar, instaurar uma relação de confiança para, juntos, encontrar soluções, a fim de que não existam dificuldades financeiras para nenhuma aluno”. Em outras palavras, o objetivo de Maria é criar uma rede educacional que envolva famílias e docentes, todos comprometidos com o crescimento humano e cultural destes jovens em situação de risco. E aos poucos se colhem os frutos. Aïcha atrapalha a turma, mas é suficiente explicar a ela, com calma e firmeza, que “para viver em harmonia cada um deve fazer a sua parte”, e ela escreve numa folha de papel: “Sinto muito pelo meu comportamento na sexta-feira, não era digno de mim. Não acontecerá mais. A senhora é uma grande pessoa, inteligente e sábia, que transmite para nós, alunos, os valores justos e a vontade de conseguir. Jamais a esquecerei”. Também o cuidado e o respeito por Yanis, em geral muito passivo, permitem que ele se abra e manifeste o seu interesse pela arte e a história. A chave para as relações, em todos os casos, é a atenção, o cuidado, a promoção da pessoa, cada um com sua história e sua sensibilidade. “Aprendi a não esperar resultados imediatos – conclui Maria -. Mesmo quando um jovem não muda, o importante é continuar a acreditar nele, e acompanhá-lo, não parar naquilo que não vai bem, mas tirar todo o positivo que existe nele, valorizando-o e gratificando-o. O desafio de cada dia é encontrar a coragem e a força de cultivar a esperança com atos concretos de interação”.
9 Abr 2018 | Focolare Worldwide
Como foi recebida, em Loppiano, a notícia da visita do Papa? “Um segundo depois que a presidente, Maria Voce, tinha divulgado a notícia, nas nossas redes sociais e entre os grupos dos moradores houve uma chuva de postagens de alegria e surpresa”. Para o senhor, enquanto habitante de Loppiano, o que representa este evento? “Já o Papa João Paulo II, em 2000, devia vir aqui. Quatro dias antes, por uma mudança de programa imprevista, a visita foi cancelada. Tinha ficado em todos nós, moradores daquele tempo, o desejo de uma visita do Papa, e o mesmo desejo existe nos habitantes de hoje. Para quem não conhece Loppiano, o que caracteriza este lugar: “É um dos lugares onde pode-se experimentar, de forma mais concreta, o carisma da unidade que Chiara Lubich recebeu de Deus e sobre o qual nasceu e se desenvolveu o Movimento dos Focolares: a unidade, à qual se chega construindo relações de fraternidade, vivendo o testamento de Jesus “Que todos sejam um”. Em Loppiano moram cerca de mil pessoal de 65 nações, com culturas, religiões, formações, condições sociais diferentes. Aqui aprendem a ser, antes de mais nada, uma comunidade. O que as une é o desejo de viver a lei que fundamenta a Mariápolis: o amor mútuo. Isto faz de Loppiano um lugar de fraternidade”.
Como se desenrola a vida na Mariápolis: “Há várias atividades econômicas, 11 escolas de formação, um instituto universitário, um grande santuário que receberá o Papa, muitas habitações e campos cultivados. Aqui estudamos, trabalhamos, nos socializamos, vivemos a vida normal de todas as cidades, só que procuramos fazê-lo vivendo a lei do amor recíproco”. O Papa irá a Loppiano depois de visitar Nomadelfia. Que relacionamento existe entre as duas cidades? “Há muitos pontos em comum, ainda que com histórias e carismas completamente diferentes: ambos são lugares de fraternidade, que consideram os últimos e tem como lei o Evangelho. Tivemos várias ocasiões de encontro, inclusive recentes. Por isso estamos felizes porque o Papa chegará aqui trazendo no coração o que ele irá receber em Nomadelfia. Será recebido com o mesmo amor e entusiasmo”. Aonde o Papa vai acendem-se os refletores da mídia mundial. Como explicar a opção de visitar Loppiano? “Penso que por trás deste desejo exista, antes de tudo, o amor pela dádiva do carisma da unidade, que Deus fez por meio de Chiara Lubich. Bergoglio conheceu o Movimento na Argentina, porém, mais ainda como Pontífice. Loppiano é o lugar onde este carisma tem maior visibilidade”. De que maneira vocês estão se preparando para a visita? “O que Maria Voce disse tornou-se o nosso imperativo. Nestes cem dias nos empenhamos em intensificar a vida do amor e da unidade enraizada no Evangelho, de modo que o Papa possa encontrar a realidade de “Onde dois ou mais estão reunidos no meu nome (Mt 18,20), ou seja, a presença de Jesus entre nós”. O Papa fará uma oração no Santuário Maria Theotokos, aonde existe uma capela dedicada aos cristãos de outras confissões. Que significado tem esse lugar? “Chiara quis que o Santuário estivesse justamente no centro geográfico de Loppiano, para que fosse um ponto de unidade de toda a Mariápolis. É o lugar onde nós, habitantes, nos encontramos todos os dias para rezar, mas é uma referência também para toda a vizinhança. É o símbolo da Mariápolis”. É também um modo para salientar a centralidade da figura de Maria no Movimento: “Certamente. Não por acaso foi dedicado a Maria Theotokos, Maria Mãe de Deus, para sublinhar a característica fortemente mariana do carisma e do Movimento dos Focolares. E, justamente porque Maria é Mãe de Deus e, portanto, da humanidade, o Santuário é aberto também a pessoas de outras confissões cristãs, de outras religiões e convicções, e dentro dele existem diversos locais aonde cada um pode rezar, encontrar abrigo e recolhimento”. A visita do Papa acontece no 10º aniversário da morte de Chiara Lubich. Uma coincidência? “Creio que podemos receber essa visita como um dom de Deus, como uma carícia, um sinal do Seu amor pela Obra de Maria. E esperamos para escutar o que Papa desejará nos dizer”.