Movimento dos Focolares
Brasil: por uma saúde global

Brasil: por uma saúde global

congresso-saúde-A saúde como bem comum e a sustentabilidade dos sistemas de assistência são temas que os operadores sanitários se colocam em nível planetário, especialmente com o progressivo aumento da duração média da vida e o aumento da necessidade de tratamentos. Como assumir a responsabilidade, de maneira eficaz, mas ao mesmo tempo sustentável, da pessoa doente? E também: há um nexo entre espiritualidade e saúde global da pessoa? Sobre estes temas, foi falado no congresso organizado por Health Dialogue Culture, rede internacional de profissionais da saúde, nascida em 2003 para contribuir, através de um confronto vital com a ciência, para uma cultura respeitosa da vida, da dignidade e integridade de cada pessoa, numa perspectiva de promoção da saúde, individual e social. Inspirada no carisma da unidade do Movimento dos Focolares, Health Dialogue Culture propõe espaços de reflexão sempre conectados à práxis, de onde extrai linhas de pensamento, como contribuição ao debate sobre a necessidade de criar novos paradigmas dos sistemas sanitários. O congresso se realizou em continuidade com outros eventos anteriores sobre o mesmo tema, e em especial com o realizado em Pádua (Itália), em 2013, com o título Qual medicina: entre globalização, sustentabilidade e personalização das terapias, e com a Carta ética que recolheu os seus resultados. 21432974_10207896513811259_1595354460399849723_nEntre os novos paradigmas de tratamento da pessoa doente, está assumindo um papel cada vez mais estratégico a dimensão relacional, ou seja, o conjunto de relações, em múltiplos níveis (com os pacientes, entre profissionais sanitários, com as instituições) que giram ao redor do tema da terapia. Ignorada por demasiado tempo na elaboração de modelos socioassistenciais, também a dimensão espiritual, lá onde é aplicada, exerce uma influência substancial sobre a qualidade de vida e sobre os resultados das terapias. No congresso de São Paulo se viu um programa articulado, com palestras, laboratórios, workshops, partilha de experiências e boas práticas, com um debate profícuo sobre novas metodologias para atingir equidade e acessibilidade dos serviços sanitários, em nível local e global. «A verdadeira aposta deste congresso – dizem os organizadores – foi a riqueza cultural e profissional devida à pluralidade dos palestrantes e dos participantes (mais de 270) e à proveniência deles de países que têm padronizações assistenciais muito diferentes, como Congo, República dos Camarões, Noruega, Venezuela, Chile, Paraguai, Uruguai, Benin, Amazônia, Brasil, República Dominicana, Espanha, Reino Unido, Itália, Áustria. Uma atenção particular foi dirigida aos temas da deficiência, do envelhecimento, assim como às modalidades para enfrentar a dor e o sofrimento mediante as terapias paliativas e a formação dos operadores (o cuidado por quem cuida). 21433280_10207900287825607_5545911777823380403_nDurante o Congresso foi ativado um programa específico com sessões interativas para estudantes e jovens profissionais da área biomédica. Um jovem estudante de medicina comenta assim a conclusão dos trabalhos: «Saio deste congresso com uma mudança do meu pensamento sobre a medicina, com ideias diferentes que me tornam uma pessoa melhor e com a certeza de que estas ideias farão com que eu me torne também um profissional melhor». Um médico brasileiro: «A ciência não é fria e distante. Aprendemos que se pode fazer ciência sem esquecer a essência que nos une: o amor». Maria Voce, presidente dos Focolares, enviou aos participantes uma mensagem com os votos de «viver o profissionalismo com um amor que gera a fraternidade, todos lançados no bem da família humana». E lembrando uma frase de Chiara Lubich: «O equilíbrio do amor está em amar cada pessoa próxima e trabalhar pela comunidade inteira a partir do canto onde vivemos».

Living City completa 50 anos

Living City completa 50 anos

LC50years_invitationA revista na língua inglesa foi fundada em 1967, em Nova York, é uma das 32 edições do Movimento dos Focolares. Para comemorar os 50 anos de atividade foi organizado um simpósio com o título “Construir pontes: como a mídia pode facilitar o diálogo em uma sociedade polarizada?”. O evento, realizado na Fordham University de Nova York, no dia 24 de setembro, contou com a participação de professores e jornalistas especializados. Living City é lida e apreciada não somente nos Estados Unidos, mas, também, no Canadá, Austrália, Irlanda, Malta, Nova Zelândia e muitos outros países de língua inglesa. Os seus leitores são pessoas de todas as faixas etárias e de diferentes convicções religiosas. Recentemente a revista recebeu cinco prêmios conferidos pela Catholic Press Association da América do Norte.  

Da comunidade dos Focolares do México

Da comunidade dos Focolares do México

IMG-20170926-WA0005«Desde os primeiros momentos, muitos de nós, assim como a enorme maioria do povo mexicano, nos colocamos na linha de frente, apesar da apreensão e da emergência, para acolher a solicitação de ajuda que chegava de todos os bairros da Cidade do México e de outras localidades dos arredores atingidas pelo abalo sísmico. Um profundo sentido de solidariedade saltou por toda a parte. Os hotéis abriram as portas a todos os que perderam a casa, médicos e psicólogos prestam serviços gratuitos; nunca falta uma família que ofereça um prato de sopa quente. Centenas de voluntários trabalham duramente e sem descanso; são cidadãos que até poucas horas antes eram funcionários, vendedores ambulantes, donas de casa e operários. Mais uma vez se constata que, em seguida a uma tragédia, emerge a verdadeira natureza mexicana, que não perde a esperança, sabe se contagiar de alegria e entusiasmo até mesmo nos momentos mais escuros. Avalanches de pessoas ajudam das formas mais simples e criativas, dando a impressão de um povo vivo que se levanta, como um gigante, das ruínas. IMG-20170926-WA0007Vários membros da nossa comunidade ofereceram a própria ajuda, especialmente em Puebla, Morelos, Chiapas e Oaxaca, cidades nas quais os socorros chegaram com maior lentidão. Uma família da Cidade do México organizou um centro de coletas na própria casa e depois se transferiu para o estado de Morelos para distribuir alimentos e gêneros de primeira necessidade aos mais necessitados. Os jovens da cidadezinha El Diamante foram a Contla, uma localidade do estado de Puebla duramente atingida pelo terremoto. Removeram escombros, descarregaram e entregaram víveres e consolaram quem havia perdido tudo. Para chegar a esta comunidade, situada numa região de difícil acesso, atravessaram um rio e ultrapassaram um profundo precipício com uma ponte de corda improvisada. Ao mesmo tempo, o grupo de Economia de Comunhão de Puebla organizou atividades de socorro em Santo Antônio Alponocan, uma outra comunidade daquela região. Enfim, com o objetivo de coordenar as ajudas, criamos na Cidade do México um comitê de emergência que deu início a um levantamento dos danos e das necessidades, para organizar uma coleta de bens materiais e competências. IMG-20170926-WA0001Nestes momentos difíceis temos sempre em mente, e são para nós fonte de coragem e consolação, as palavras que Nossa Senhora de Guadalupe, sobre o monte Tepeyac, pediu a San Juan Diego que recordasse sempre: “Coloca isto no teu coração, meu filhinho: não temas. Não vês que estou aqui, eu que sou tua Mãe? Não vês que te encontras sob a minha sombra, sob a minha proteção? Não vês que sou eu a fonte da tua alegria? Não percebes que tu estás entre as dobras do meu manto, entre meus braços? Precisas de alguma outra coisa?”. Como Movimento dos Focolares reforçamos o nosso empenho de amor e fraternidade para a reconstrução material e espiritual do nosso amado país». Cidade do México, 25 de setembro de 2017

O Movimento dos Focolares em movimento

O Movimento dos Focolares em movimento

VietnamSão assim chamados os “Focolares temporários”, grupos de pessoas, pertencentes às várias vocações do Movimento que se disponibilizam, deixando suas casas por semanas e até mesmo alguns meses para visitar comunidades distantes, em áreas isoladas de algumas regiões. Nestes últimos meses, foram realizadas cerca de quarenta viagens em diferentes partes do mundo, do Siri Lanka aos Açores, do Vietnã para Santo Domingo, do Brasil para a Tanzânia.Todas essas viagens “autofinanciadas” com as mais diversas iniciativas e muitas vezes com grandes sacrifícios. A igreja e a comunidade local abrem suas portas para acolher essas pessoas tão generosas, cada uma dessas viagens tem uma história diferente, mas com um único denominador comum: formar lares temporários e com o fogo do amor reciproco entre eles iluminam novas vidas. Idalina e Toni são uma família de Portugal, com outras sete pessoas, incluindo dois jovens, em agosto partiram para Saurimo, Angola. “Estávamos alojados na casa do arcebispo, transcorríamos com ele grande parte do dia, conhecendo as comunidades locais, compartilhando as refeições e trocas de experiências em muitos momentos do dia. Durante as duas semanas de permanência ali, entrelaçamos muitos relacionamentos com adultos, jovens e  adolescentes na comunidade: “No final dos quinze dias que ali estivemos, nos perguntávamos quando seria possível retornar, devido a forte experiência e a descoberta da arte de amar de Chiara Lubich que foi para muitos uma grande surpresa. Canada_03Outra experiência muito positiva foi a permanência de um mês entre os povos indígenas dos territórios do Noroeste do Canadá, o Padre Harry Clarke (sacerdote da Colúmbia Britânica, parte ocidental do Canadá), Marilena e Mike Murray (um casal de Washington) Maria Santana (Montreal) e Ljubica Dekic (Toronto) relatam: “Em Yellowknife, capital da região e lar da diocese, fomos recebidos pelo Bispo emérito que passou toda a sua vida entre os povos indígenas do norte. De lá, partimos para Wha Ti, uma das quatro aldeias da tribo Tlicho, a 40 minutos de avião.Fomos hospedados na casa paroquial. As pessoas dessa região são muito simples e reservadas. Um dos problemas dessas aldeias é a falta de comunicação entre os idosos, que são muito enraizados na cultura e na língua indigena e é difícil o relacionamento com esses jovens do local porque  já não falam mais a língua da tribo. O alcoolismo, o jogo e as drogas complicam a situação. Apresentamos a espiritualidade da unidade, nos dedicamos às várias atividades da pequena comunidade católica para crianças e adultos. As circunstâncias colocaram-nos em contato com dois luteranos e um casal de  menonitas que estavam ali em missão, nasceu entre nós um espirito de colaboração e conhecimento. Para nos deslocarmos de um local ao outro nos movíamos com canoas ao longo do rio, participamos de várias festividades das várias tribos ali presentes, que justamente naquele periodo estavam reunidas para a Assembléia anual das aldeias. Desta viagem permaneceu em cada um de nós as historias de vidas com as suas vitórias e dores, relacionamentos de confiança e confidências construidos. Uma outra viagem cheia de surpresas foi em Bambio a 300 quilometros de Bangui na Republica Centro Africana, o” focolare temporário”foi ao encontro de um grupo de pigmeus que a mais de 20 anos conhece e vive o Ideal da unidade. Fidelia uma das jovens que participava dessa experiência nos escreveu: “É impressionante entrar nesse território e sentir a saudação calorosa das pessoas que vivem ali. Em contato com esse povo nos deparamos com tantos valores que condividimos plenamente: a fidelidade, a monogamia, a pureza, a sacralidade. Eles nos contaram suas experiências sobre a arte de amar e sobre a Palavra de vida. Cada vilarejo escolheu um dia  da semana para se encontrarem, das 6 às 8 da manhã, antes de ir para o trabalho. Nos contaram que as pessoas do focolare os ensinaram a viver, a amar, a fazer-se um com os outros. Não existe mais vocês e nós, mas somos todos “nós”. Angola_02Continuaram a contar que é dificil se misturar com outras pessoas do vilarejo, porque eles não são aceitos, mas os focolarinos nos consideram iguais, vieram viver conosco, compartilhar as nossas alegrias e dores. Eles nunca nos propuseram de nos tornarmos católicos, mas nos ensinaram o amor. “Nós pigmeus temos tantas práticas culturais que fazem parte de uma tradição, mas quando começamos a fazer parte dos “focolares” deixei alguns costumes de lado, por exemplo quando o meu filho ficou doente, eu não o levei para o curandeiro como eu sempre fazia, mas entendi que devia levá-lo para o hospital. Somente os focolarinos ficaram sabendo disso e vieram me ajudar até que o meu filho ficou curado. Gratidão e reconhecimento são duas palavras que permanecem em quem fica e em quem retorna,  à medida que aumenta a consciência de ser uma unica familia

Albânia: o meu rosto pela paz

Albânia: o meu rosto pela paz

20170921-02«Domingo 20 de agosto de 2017, 5:00h. De longe ouço o chamado do Muezim para a oração. O termômetro já mostra 30°. Estou num minúsculo chalé de madeira na pequena Aldeia da paz em Escútare, na Albânia. Construída pela Igreja católica para os refugiados, durante a segunda guerra balcânica no final de 1999, agora hospeda o nosso campo go4peace». Começa assim a narração-diário de Meinolf Wacker, jovem sacerdote alemão, há mais de 20 anos empenhado, junto com outros sacerdotes do Movimento dos Focolares, em organizar nos Balcãs – terra martirizada por guerras e divisões – “escolas de paz” para centenas de jovens. O primeiro pensamento da manhã vai ao programa da noite, concluído poucas horas antes, e ao grande concerto proposto pelos jovens na praça da catedral de Escútare. Na conclusão, na qual Mark, que vem da Irlanda, se fez porta-voz do apelo deles: “Estamos aqui do Norte e do Sul, do Ocidente e do Leste da Europa. A paz é uma meta a ser alcançada, devemos ver no outro um irmão ou uma irmã. Se nos amarmos, a paz será o fruto. Exige paixão, paciência e tenacidade. Queremos nos tornar uma geração cheia de paixão pela paz”. 20170921-01Os componentes da banda que se apresentou na noite anterior, depois de não poucas peripécias, eram da Albânia, da República dos Camarões, da Eslovênia, da Espanha e da Alemanha. Os alemães, por exemplo, uma vez chegados a Sarajevo, atravessaram as regiões montanhosas de Montenegro numa van alugada, quase 40 horas de viagem. Nem bem o tempo de retomar o fôlego e logo a subdivisão em pequenos grupos para se conhecer. Cada dia, um slogan para viver. “Não parar de doar!”, por exemplo. Mas também um olhar sobre a natureza podia inspirar um novo slogan, como ver uma vaca deitada no pasto, que se ocupa o tempo todo em ruminar:  num mundo cheio de frenesi é preciso parar de vez em quando, e “ruminar” interiormente aquilo que Deus nos sugeriu. «No início do campo – escreve Meinolf – paramos sobre a famosa Ponte de Meio, na cidadezinha de Mes. Unidos, dando as mãos, todos os participantes, muçulmanos, evangélicos, católicos ou de outras visões do mundo, nos confiamos ao mistério de Deus, em silêncio. Durante a semana se realizaram 31 workshops que deram aos jovens a ocasião de entrar em contato com as pessoas do lugar. Cada dia, mais de cem crianças nos esperavam em Fermentim, na periferia de Escútare, onde trabalha permanentemente uma comunidade de irmãs». Aqui os jovens produziram chaveiros e trabalharam em tingimento e na pavimentação da creche e da casa de uma família. Albania«Outras etapas foram o Museu da Catedral de Santo Estêvão, em Escútare, onde são lembrados os 38 mártires mortos pelo regime comunista de 1945 a 1974, o Museu da memória com os horrores cometidos naqueles anos, e a visita a uma mesquita. Num workshop inter-religioso se falou das relações entre as religiões nos Balcãs. Também plantamos árvores, pintamos algumas casinhas da aldeia, nos encontramos com as crianças confiadas às irmãs de Madre Teresa. O dia terminava sempre com um jantar festivo na aldeia». «Junto com Christoph e Tobias, da agência 18frames Film+Media Produktion, de Hamburgo, planejamos a campanha “Yourope” para envolver os jovens europeus em “expor a própria cara” para mostrar uma Europa sem barreiras. Um videoclipe realizado durante o campo, com os nossos rostos, sobre um fundo preto, termina com o convite a nos mandarem outros vídeos breves com a mesma frase inicial: Eu mostro meu rostoArmela pegou uma pequena mascote do meu carro – um alce – colocou nas suas costas e gravou a si mesma: “Eu mostro meu rosto porque sou da Albânia, estudo na Áustria, estou sentada em um carro francês com um motorista alemão e um jovem amigo da Suécia“.  Em poucos dias, mais de 50 mil pessoas viram o clipe». Dois participantes contam: «Quando, um ano atrás, soube que o campo aconteceria em Escútare, fiquei crítica. Venho da Albânia e conheço a mentalidade do meu país. Durante a preparação ajudei como podia. Os primeiros dois dias  correram bem. Mas quando começaram os workshops reinava uma grande confusão. “Bem-vindos ao caos”!, pensei. Depois, porém, tudo foi de modo diferente do que eu imaginava. Por ocasião do concerto final eu devia explicar a campanha “Yourope”. Nos olhos do público se via uma alegria verdadeira! O amor foi mais forte do que os obstáculos!». «As missas à noite não eram rituais vazios, mas fé vivida, profunda, que me envolveu totalmente. As explicações sobre o sentido da dor e sobre o encontro com Jesus no sofrimento me deram muito, e ainda durante longo tempo continuei a ruminá-las». Ver o Videoclipe

Brasil: Jovens Missionários Continentais

Brasil: Jovens Missionários Continentais

20170919-02As palavras ditas pelo Papa Francisco na Jornada Mundial da Juventude do Rio, em 2013, “vão para servir, sem medo”, provocaram nos jovens dos Focolares o estímulo a entrar no jogo. E assim, aqueles de Juiz de Fora (500 mil habitantes), lançaram um projeto que reúne jovens de vários carismas. «A intenção é testemunhar a unidade na diversidade da Igreja – dizem os jovens – sendo discípulos de Cristo e missionários, em continuidade com o convite dos bispos latino-americanos dirigido a todos os cristãos. É claro que as dificuldades não faltam, mas isso não nos desencoraja». Foi o arcebispo, D. Gil Antônio Moreira, que deu ao grupo – cerca de 60 jovens – o nome de “Jovens Missionários Continentais” (JMC). «Nós viemos de diferentes experiências espirituais  – eles explicam -: Movimento Carismático, novas comunidades, grupos paroquiais e Movimento dos Focolares. O início da missão acontece com a consagração pessoal a Deus por um ano, que pode ser renovada por mais um. E há três pontos que nos ajudam a orientar a bússola: oração, formação e missão, colocando-nos ao serviço». YoungContinentalMissionariesPassados quatro anos do início do projeto, são numerosas as missões já desenvolvidas nas paróquias da arquidiocese de Juiz de Fora, com uma centena de visitas às famílias das comunidades rurais, às periferias e bairros violentos da cidade, a asilos e orfanatos, e a um centro de reeducação para menores infratores. «Realizamos ações sociossanitárias, como no caso da luta contra a dengue, atuando nos locais onde é registrado um maior índice de mortes. Trabalhamos especialmente para cuidar da higiene dos ambientes, eliminando o lixo e esgotos que favorecem a proliferação do mosquito que transmite a doença, mas também informando a população com panfletos e cartazes. Neste período estamos atuando em missões especiais no Haiti e na cidade de Óbidos (Pará), no Centro Educativo para menores infratores, e com os “cartoneros” (catadores de papel para reciclagem). Procuramos colocar em evidência a importância do trabalho que eles fazem em benefício do nosso planeta». Não faltou o apoio financeiro e psicológico a jovens em situações mais graves. «Além disso, o “Natal solidário” nos permite coletar alimentos não perecíveis e outros gêneros de primeira necessidade que depois entregamos a uma entidade assistencial». Os JMC, com o tempo, desejaram lançar-se em outros lugares, chegando até Óbidos, no estado do Pará, no coração da Amazônia. «Em contato com as pessoas, vimos que nelas ressoava o chamado a uma vida missionária, e vimos nascer uma variedade de vocações». 20170919-01Superando as fronteiras brasileiras chegaram até ao Haiti. No dia 17 de julho passado, um grupo de seis pessoas da arquidiocese de Juiz de Fora, com o seu arcebispo, viajou para o Haiti. A situação daquele país é muito desafiadora, sete anos depois do terremoto que o devastou: em apenas 35 segundos desmoronaram mais de 300 mil prédios, entre civis e institucionais, provocando a morte de 200 mil pessoas. Com 7,2 graus na escala Richter, foi o pior terremoto registrado nas Américas. «O Haiti é a periferia mais pobre da América Latina. É para aquele lugar – escreve D. Gil Antônio Moreira – que se dirige o meu olhar e o olhar dos Jovens Missionários Continentais. Com grande alegria vamos para servir, sem medo, porque o motivo, o nosso objetivo é Jesus Cristo». Os jovens dos Focolare concluem: «O que nos dá a segurança de que estamos no caminho certo são, paradoxalmente, as dificuldades que encontramos, nas quais procuramos amar um semblante de Jesus Abandonado. É Ele o segredo da nossa alegria e dos frutos que constatamos».