Movimento dos Focolares
Os Focolares da África em festa!

Os Focolares da África em festa!

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© Verônica Farias – CSC Audiovisual

São esperados por um povo em festa, representado pela comunidade dos Focolares em Quênia e por algumas pessoas provenientes de várias nações: «Parto com muita alegria, sinto que através do Quênia encontrarei as outras partes da África», afirmou Maria Voce antes de deixar Roma. é a segunda visita no continente, depois daquela em 2009 em Fontem (República dos Camarões), para a solene celebração do Cry Die por Chiara Lubich. A agenda dos eventos apresenta em grandes linhas as chaves de leitura desta viagem muito esperada: inculturação, família e ecumenismo. São previstos muitos encontros com autoridades, além de momentos públicos, bem como com as comunidades do Movimento. O primeiro evento será a Escola para a Inculturação, de 17 a 20 de maio. Mais de 250 participantes provenientes de toda a África Sub-Sahariana receberão Maria Voce e Jesús Morán, que estarão presentes durante os trabalhos e participarão na sessão de abertura e na conclusão da escola. Além disso, Morán fará uma conferência sobre a exortação apostólica Amoris Laetitia. No dia 7 de maio de 1992, durante uma viagem a Nairobi para encontrar os Focolares do continente africano, Chiara Lubich escreveu no seu diário: “A inculturação, a grande estrada para a evangelização!”. Cinco dias depois, em 19 de maio, foi inaugurada a Mariápolis Permanente Piero (Nairobi) e Chiara fundou, na mesma data, a Escola para a Inculturação: uma intuição que se revelou como profética. A 11ª escola, intitulada “Família e Inculturação na África”, contará com a participação das várias comissões das regiões do Sub-Sahara, compostas por estudiosos, acadêmicos, especialistas e por famílias. Grande espectativa para o dia 25 de maio, na Faculdade de Direito da CUEA (Catholic University of Eastern Africa) onde Maria Voce – advogada e uma das iniciadoras da rede Comunhão e Direito – foi convidada para proferir uma aula sobre “O papel do Direito no mundo contemporâneo”. A Faculdade tem três departamentos: direito público, direito privato e direito internacional, e oferece o Curso de Bachelor of Laws (LL.B), para a formação com mestrado em Direito no Quênia, com uma perspectiva regional. O discurso de Maria Voce é dirigido principalmente a estudantes e docentes da Faculdade de Direito e aberto também a outras faculdades e ao público em geral. No dia 27 de maio será o encontro do International Ecumenical Movement of Kenya (IEM-K), Movimento Ecumenico Internacional do Quenia. Nascido nos inícios dos anos 90, o IEM-K mirou sempre a “evangelizar a cidade de Nairobi vivendo uma fé que não se intimida em enfrentar de modo prático, e a partir de uma perspectiva bíblica, as questões sociais, políticas, econômicas e de justiça que tocam diretamente as comunidades onde vivemos”. O objetivo geral do IEM-K é criar um fórum para uma comunhão cristã interconfissional. Maria Voce foi convidada para participar, no âmbito do evento, apresentando a experiência dos Focolares no campo ecumênico. Nos dias 28 e 29 de maio, é previsto o encontro com a comunidade do Movimento dos Focolares no Quênia, onde também estarão presentes representantes do Burundi, Ruanda, Uganda, Tanzânia. Na ocasião será inaugurada a Igreja “Maria da Luz”.

Filipinas: DULA TA Bai

Filipinas: DULA TA Bai

20160513-03O tema da participação política nas Filipinas, especialmente entre as faixas juvenis, foi sempre um ponto chave; com o passar dos anos, o Movimento dos Focolares, percebendo a necessidade de formar as pessoas a uma participação cívica democrática, para uma reconstrução équa do país, promoveu atividades para impulsionar o empenho civil. A poucos dias de distância das eleições, de 12 a 14 de maio, está acontecendo um evento animado pelos jovens e adolescentes dos Focolares, no contexto da Run4Unity, com o claro objetivo de reforçar os laços sociais. Chama-se, no dialeto local, “DULA NAPUD TA Bai”, que significa “Vamos jogar, amigo”, abreviado para “DULA TA, Bai”. «O evento – escreve Joops Miranda, um dos jovens organizadores – tem o objetivo de criar a consciência de que cada pessoa pode ser um catalizador do mundo unido; quer reforçar as relações interpessoais, assim como ajudar a construir novas; mira a encorajar o diálogo entre jovens de diferentes comunidades sobre assuntos de atualidade, num ambiente onde possamos também nos divertir. Esperamos alcançar estes objetivos por meio de muitas atividades esportivas e recreativas. E isso salienta a nossa finalidade final, que é unir as pessoas com diferentes origens étnicas, nacionalidades, credos religiosos, para nos tornar uma família». 20160513-02E qual a origem da ideia do “DULA TA Bai”? Joops continua a explicar: «No verão de 2014, com outros amigos, nos perguntávamos como não “desperdiçar” mais um verão na frente do computador, no videogame, no nosso tablet… Foi assim que a centelha se acendeu, batendo papo. Por que não passar um dia inteiro (que depois viraram três dias) com vários tipos de atividades físicas? Com tudo o que é possível fazer juntos, ao ar livre, convidando todas as comunidades adjacentes?». Dois meses depois estavam juntos, eram 200, de várias partes das Filipinas. 20160513-01Basquete, vôlei, ginástica artística, futebol, freesbe, e a popular “Amazing race (uma corrida), são os ingredientes esportivos que compõem “DULA TA Bai”, que terminará com uma noite intitulada “U-Nite”: música e histórias compartilhadas. Mas, sendo esse o segundo evento, os jovens quiseram evoluir: «a inovação do pensamento e dos processos tem um papel vital na nossa abordagem do “que todos sejam um” (Jo 17,21)», explica Joops. «Instalamos, então, um espaço para aprofundar o tema da consciência ambiental (Pagkabana Kalikupan). Procuramos responder ao apelo do Papa Francisco na Laudato Sì, que nos lembra o grito da Mãe Natureza, para contribuir a uma ecologia integral. Isto é, uma ecologia, como explica o Papa, que não se concentre apenas na natureza, deixando de lado a humanidade e suas necessidades, mas que inclua uma ecologia “humana”.  Gostaríamos, seguindo essa linha de pensamento, de transmitir aos outros jovens o valor de cuidar do outro (participando das atividades esportivas, culturais, musicais e artísticas) e do ambiente». Maria Chiara De Lorenzo

Equador: um novo início

Equador: um novo início

Ecuador_01O Festival pela paz, no Equador , marca a conclusão da Semana Mundo Unido, exposição de ações de fraternidade, promovida pelos jovens do Movimento dos Focolares. A narração de Francesco Ricciardi, da delegação internacional que percorreu as estradas do país latino-americano, numa experiência que fez emergir de modo muito evidente e forte a vocação comunitária da América do Sul. «Instrumentos tradicionais e modernos unem-se para fazer uma festa. No palco, alternam-se jovens da África, da Ásia, da Europa, das Américas… Enfim, hoje o mundo inteiro está presente em Quito! “Mesmo na destruição das semanas anteriores – diz Juan Carlos vimos gerar-se uma cadeia de generosidade e de solidariedade”. Falam de muitas ações concretas depois do terremoto. Jesús, por exemplo, conta: «Quando vimos as primeiras imagens, demo-nos conta da gravidade dos danos. Com alguns amigos organizamos uma recolha de bens de primeira necessidade, trabalhando desde de manhã até tarde da noite, por amor dos nossos irmãos e irmãs». Continua Natalia: «Fomos aos lugares mais atingidos pelo terremoto para responder a este grito de sofrimento. No início não sabíamos como ajudar. Entendi que podia amar escutando as pessoas, para abraçar o sofrimento de quem encontrava». David conta: «vi mãos desinteressadas estendidas para dar alimento, água, remédios, dinheiro; e mãos que, mesmo não tendo nada, puseram-se à disposição para ajudar. Vi um Equador despedaçado pelo desespero, pelo medo, pela fome e pela sede; mas também vi rostos cheios de alegria, de satisfação e de esperança ao receberem a ajuda desinteressada. Trabalhei ao lado de pessoas que deixaram tudo para trás: o trabalho, os estudos e as próprias famílias para socorrer quem tinha perdido tudo. Pude ver de perto a bondade dos equatorianos e não só». Ecuador_04Momentos artísticos tornam a festa ainda mais agradável e preparam para acolher muitos testemunhos. Melany conta: «Quando comecei a cantar no coro universitário, entendi que, para ganhar um lugar no grupo, os meus colegas não hesitavam em ofender e insultar. Um dia decidi partilhar as músicas que tinha escrito. Foi o primeiro passo. Desde então, tudo mudou. Também outros colegas começaram a partilhar os seus talentos escondidos que, finalmente, podiam mostrar sem medo! O relacionamento entre todos melhorou muito. No dia 8 de maio de 2015, organizamos um concerto de música latino-americana com o objetivo de transmitir o valor da fraternidade». Giorgio e Lara, jovens libaneses que, apesar de viverem no meio de uma das mais cruéis guerras da história, sentem a força para amar a todos: «A guerra na Síria causou mais de 6,5 milhões de refugiados no nosso país e 3 milhões fugiram para os países vizinhos. Apesar disso, centenas de manifestações foram organizadas em todo o Oriente Médio para recolher fundos e bens de todos os gêneros e para testemunhar juntos, cristãos e muçulmanos, que a unidade é possível. Concertos, festas e vigílias de oração transformaram o medo em esperança, o ódio em perdão e a vingança em paz. Muitas famílias, mesmo tendo poucos recursos econômicos, acolheram os refugiados iraquianos. Na Síria muitos disseram-nos que “o amor vence tudo, mesmo quando parece impossível”». David e Catalina, apresentam as “Escolas de Paz”, iniciativa promovida em colaboração com o Instituto Universitário Sophia: «O objetivo é criar espaços de formação teórica e prática para aprofundar o relacionamento consigo mesmo, com os outros, com a criação, com os objetos e com a transcendência. A fraternidade universal pode criar uma política ao serviço do homem; uma economia baseada na comunhão; uma ecologia em equilíbrio: a Terra casa de todos». Uma realização do United World Project. O festival da inculturação concluiu-se com Samiy, jovem indígena da comunidade Kitu Kara: «Vivemos uma semana onde experimentamos que é possível levar a fraternidade, a unidade, a solidariedade e a paz na nossa vida, no nosso ambiente e em todo o nosso planeta. A humanidade é viva; o nosso empenho é pessoal, mas podemos concretizá-lo só se nos sentimos parte de uma comunidade. Hoje assistimos um verdadeiro espetáculo de beleza da diversidade e da riqueza das culturas». E impossível conter a alegria. Por isso, no fim do espetáculo cantamos e dançamos todos juntos na arena! Jovens, adultos e crianças. Todos juntos para festejar e alegrar-nos. Mas não é uma alegria passageira, é a consciência de que somos muitos, somos um povo que tem como bandeira o Amor verdadeiro. E como disseram a Lídia e o Walter «essa não é uma conclusão. Isso é so o início!». Fonte: Città Nuova online

Semana de oração pela unidade dos cristãos no hemisfério sul

Semana de oração pela unidade dos cristãos no hemisfério sul

2015-Posadas-preghieraNa proximidade da festa de Pentecoste, em todo o hemisfério sul, assim como em algumas igrejas evangélicas do norte, a convite do Conselho Ecumênico de Igrejas e juntamente com a Igreja Católica, celebra-se a Semana de Oração pela unidade dos cristãos, com o tema “Proclamai os altos feitos do Senhor” (1Pe 2,9). O Movimento dos Focolares, em várias partes do mundo, trabalha ativamente, com os representantes das várias igrejas, na preparação de momentos de encontro e reflexão entre os fiéis e de ações compartilhadas entre as igrejas locais em favor dos mais necessitados. Por exemplo, em Rosário, Argentina, no ano passado foram coletados fundos para auxiliar um albergue de acolhida noturna para moradores de rua. No Chile, reuniram-se várias autoridades eclesiásticas: o cardeal de Santiago, o arcebispo da Igreja Sírio-Ortodoxa, o bispo luterano e numerosos pastores e dirigentes de movimentos e comunidades cristãs. A Semana de Oração é ainda um ponto de partida para outras atividades durante o ano.souc_nova

Depois da crise, o amor. Aquele verdadeiro.

Depois da crise, o amor. Aquele verdadeiro.

Mariarosa e Renzo Bardi-a«“A história de uma família está marcada por crises de todo o gênero”. Assim começa o papa Francisco, ao se preparar para falar da crise de casal em Amoris Laetitia (AL 232 e segg.), interceptando com grande realismo as suas várias passagens. Páginas que parecem contar a minha história. Minha, de menino de 5 anos, que a guerra faz órfão de pai e de perspectivas. Minha, de jovem, que no amor de uma garota encontra um sopro de vida nova e uma esperança de felicidade. Minha, de homem, desiludido e deixado sozinho. Mas também a história de uma comunidade que acolhe e que salva. Ao terminar os estudos náuticos e embarcando nos navios da Marinha Mercante, numa folga do trabalho conheço Maria Rosa e brota o amor. Um sentimento tão grande que não admite distâncias. Por ela, deixo o mar. O novo trabalho nos leva a viver longe das nossas famílias, dos amigos, da vida de sempre. Todo o universo está circunscrito a nós dois, envolvidos no sonho: tanto eu quanto ela projetamos sobre o outro toda expectativa de felicidade. Tudo corre bem até que as nossas diferenças, atraentes no início, começam a nos aborrecer. Até se apresentarem a nós como inaceitáveis, até não nos reconhecermos mais e a nos convencermos de termos escolhido a pessoa errada. E com amarga desilusão temos que admitir que o sonho acabou. E com ele, o nosso casamento. Nós nos separamos. Eu me encontro sozinho, na casa vazia, dominado pela raiva e pelo desespero. image027Na festa de casamento de um colega, um dos convidados me oferece uma carona para voltar para casa. Encorajado pela profundidade da sua atenção lhe falo sobre a minha situação. Ele se oferece para nos tornarmos amigos, mas eu, desiludido da vida e das pessoas, lhe digo não acreditar na amizade. “Eu lhe proponho uma amizade nova – dispara confiante –, de nos amarmos “como Jesus nos amou”. Aquele “como” abre uma brecha na minha alma. Começo a frequentar a sua família e os seus amigos do Focolare, amigos que se tornam meus também. É disso que eu preciso de verdade: estar perto de pessoas que não me julgam, não dão conselhos, não ostentam a própria felicidade. Ao invés, sabem compreender a angústia de quem, como eu, está confuso. O seu modo de viver é como um espelho em que revejo todo o meu passado, o encadeamento de erros e de egoísmos que o tinham arruinado. Seguindo o exemplo deles, eu também começo  a fazer algo bom para os outros. 20160511-01Dois anos depois, totalmente inesperada, chega uma carta de Maria Rosa. Ela também, por caminhos totalmente diferentes, na sua cidade, conheceu pessoas que a fizeram se encontrar com o olhar amoroso de Jesus. Vacilantes, nos reencontramos e naquele momento percebemos que Deus nos tinha dado um coração novo e a certeza de que o nosso amor podia brotar de novo. Um amor cuja medida não era mais ter expectativas, mas doar. Na misericórdia começa um percurso até a refundação da nossa família, que será alegrada por seis filhos, dentre os quais, trigêmeas. Mas não mais isolados: com outros casais compartilhamos o recomeçar de cada dia, experimentando que, embora no meio das dificuldades e das provações, que nunca faltam, podemos construir-nos como casal com um horizonte de felicidade. Num dia a dia entretecido de comunhão, de reciprocidade, de profunda partilha de sentimentos, de propósitos, de doação aos filhos e a todos. Experimentando, na alegria, como escreve Francisco, que uma crise superada leva realmente a “melhorar, sedimentar e maturar o vinho da união”. E que cada crise é a ocasião para “chegar a beber, juntos, o vinho melhor” (AL 232)».

Maria Voce e Jesús Morán no Quênia

Síntese da programação da viagem:

  •  15 de maio: recepção festiva na “Mariápolis Piero”
  •  17-20 de maio: participação em vários momentos da Escola para a Inculturação
  •  21-22 de maio: participação no encontro pan-africano de Famílias Novas
  •  25 de maio: saudação ao Conselho Acadêmico da CUEA (Universidade Católica da África Oriental)
  •  27 de maio: discurso à Comissão Ecumênica
  •  28-29 de maio: encontro com a comunidade do Movimento dos Focolares no Quênia e representantes do Burundi, Ruanda, Uganda, Tanzânia – inauguração da igreja “Maria da Luz”