Jan 23, 2016 | Focolare Worldwide
«O esporte pode realmente mudar o mundo e contribuir para que seja mais unido». Patsy Furtado, uma treinadora de hockey de Mumbai, que desde criança jogou na equipe nacional indiana de hockey, fala com uma forte convicção que vem da experiência marcante com crianças que vivem pelas ruas desta metrópoles. Em 2005 entrou em contato com os Focolares e conheceu o projeto de Sportmeet num evento de Run4unity. A sua paixão pelo esporte e a experiência de unidade que viveu naquele dia despertaram nela o desejo de unir forças com outros treinadores que têm as mesmas ideias, e de contribuir para mudar o seu ambiente, onde muitas crianças vivem na rua. Recentemente tinha conhecido uma casa para indigentes com 240 crianças rejeitadas pela sociedade. Teve a ideia de começar a dar treinos de várias disciplinas desportivas: futebol, basquete, hockey, atletismo… Começava todas as manhas às 6h30min com uma sessão de treino de uma hora. No início participavam 20 meninas e 30 meninos, sem calçados nem uniforme desportivo adequado. Agora são muitas equipes de crianças que usam tênis e uniforme, além de possuírem a mochila pessoal para o desporto. Em 2007, as crianças começaram a participar nas competições interescolares de Mumbai e a equipe de futebol sub-12 chegou ao oitavo lugar entre mais de 300 escolas. Este resultado foi notícia também no Hindustan Times, um dos principais jornais de Mumbai, com o título “United We Stand”. Elencando as numerosas realizações do projeto, Patsy salienta que o comportamento das crianças melhorou consideravelmente: o esporte ensinou-lhes a serem disciplinados e, depois de terem praticado algum esporte, toda a energia deles canalizou-se melhor. Considerando que é natural ser violentos e agressivos no ambiente do qual são provenientes, estão adquirindo nova segurança começando a ter respeito próprio, a cuidar melhor da higiene pessoal e a assumir responsabilidades. Professam várias religiões, mas não se veem diferenças entre eles: as crianças brincam juntas como uma equipe.
Em 2009 realizou-se em Mumbai o primeiro seminário sobre Sports4Peace. Promovendo o dado com as seis regras que educam para a paz através do esporte, este projeto chamou a atenção de vários treinadores e de outras pessoas empenhadas no âmbito desportivo em Mumbai e em outras cidades da India. “Play well”, “Hang in there”, “Look out for others”: simples regras que entraram na vida de muitos jovens e adultos amantes do desporto, estimulando-os a aplicá-las com paixão nas próprias disciplinas. A ideia do desporto em função da educação para a paz tornou-se parte integrante de atividades culturais inter-religiosas promovidas por várias universidades e em eventos da diocese de Mumbai e de Pune, uma cidade vizinha conhecida precisamente pelas suas numerosas universidades. Sports4Peace foi apresentado nas edições sucessivas de Run4Unity também em Nova Deli e em Mumbai na Semana Mundo Unido internacional, realizada em maio de 2015. Naquela ocasião foi instalado em Mumbai um dado de Sports4Peace permanente, no jardim público ao longo do Bandstand. O objetivo é recordar a todos que o desporto, vivido bem, pode ajudar a promover a paz e a fraternidade universal. Gustavo Clariá
Jan 23, 2016 | Focolare Worldwide
“Esta casa construída sobre a rocha nos lembrará com o seu nome (Palavra de Vida) a casa sobre a rocha de que fala Jesus. Chegam ventos e tempestades, mas ela não desmorona”, disse Chiara Lubich no dia 24 de maio de 1986 inaugurando o Centro Mariápolis da sua cidade natal. 23 de janeiro de 2016: dia de festa no Centro, hoje intitulado a ela, para lembrar trinta anos de história, testemunho, diálogo e comunhão, à luz do carisma da unidade. O evento se abre com a mensagem de Maria Voce e um vídeo que repercorre estes 30 anos de história. Em seguida, alguns testemunhos da presença local do Movimento no âmbito civil e eclesial e os cumprimentos do arcebispo de Trento, d. Luigi Bressan, do prefeito Alessandro Andreatta e de outras autoridades. Após trinta anos, o Centro de Cádine permaneceu fiel à própria vocação: a de ser um lugar de encontro e de formação para todos os que desejam se empenhar na irradiação da vida do Evangelho e a reconduzir, com o amor mútuo, a presença de Deus ao mondo. Um pouco de história. Na década de 1970, o Movimento dos Focolares, difundido na região, sente a necessidade de um centro de formação. Após várias buscas infrutuosas, a atenção se concentra em Trento. Ao ser comunicado este pensamento a Chiara, ela responde: “Eu sempre o imaginai lá: é uma cidade escolhida por Deus”. Poucos meses depois, em todo o Movimento se vive a Palavra de Vida: “Vendei vossos bens e dai esmola”. O desejo de pôr em prática esta Palavra do Evangelho impele Nostra Fadanelli, aderente ao Movimento, a doar 9 hectares de um bosque de sua propriedade para a construção do Centro Mariápolis. O projeto é confiado a Carlo Fumagalli, focolarino arquiteto que, consciente de edificar um Centro na cidade onde o Movimento nasceu, repercorre os passos da sua história em Trento e no vale de Primiero, reproduzindo alguns detalhes na arquitetura da construção. O projeto é apresentado ao então arcebispo de Trento, d. Gottardi, que diz: “Este deve ser um ‘monumentum’ a Chiara Lubich, logicamente quando ela estará no Paraíso. E será o melhor monumento se, considerando a história de Trento, for… uma Mariápolis com sabor até ecumênico”, se reconectando ao mandato ecumênico à cidade de Trento, expresso pelo papa Paulo VI em 1964. E conclui: “Vocês têm esta missão!”. A partir daquele momento se põe em ação a generosidade de cada participante do Movimento, cada um com as suas possibilidades e com a criatividade de quem constrói a “própria” casa. Em outubro de 1980, enquanto o processo está em andamento, chega a notícia de que em Roma se está procurando uma casa para o Centro Mariápolis internacional. Com o acordo de todos, se decide doar tudo o que foi angariado até aquele momento: uma quantia importante que deixa Chiara mesma admirada. Parece uma loucura, mas no momento das autorizações para começar a construção, chega uma nova consistente quantia, mais de três vezes aquela doada, que faz com que se experimente as promessas do Evangelho: “Dai e vos será dado”. Deste modo, em 1982 se inicia a construção da parte diária: o ingresso, as salas de reuniões, a cozinha e o refeitório. Muitos querem colaborar dando tempo e forças e, no último ano das obras, cerca de 800 pessoas se alternam contribuindo em todos os trabalhos artesanais, de acabamento e de mão de obra. Memorável o trabalho de pavimentação em basalto da rua e da praça, ultimado na madrugada anterior à inauguração. No dia 24 de maio de 1986, na presença de cerca de 2.000 pessoas, entre as quais os representantes das mais importantes igrejas presentes na Europa, Chiara mesma inaugura o Centro Mariápolis, evidenciando a sua vocação formativa e ecumênica, e o intitulando “Palavra de Vida”. Após a morte de Chiara, que aconteceu em 2008, no dia 24 de janeiro de 2009, com uma cerimônia de grande relevo ecumênico, na presença de Maria Voce, sucessora de Chiara como Presidente do Movimento dos Focolares, e de muitas personalidades civis e religiosas, o Centro é intitulado a Chiara Lubich. Nestes 30 anos, dezenas de milhares de pessoas se alojaram no Centro, em grande parte membros do Movimento, mas não só, tendo em vista que ele abriu as portas inclusive a encontros promovidos pela diocese, por Movimentos Católicos e por outras realidades associativas leigas do território. O Centro acolhe, particularmente, simpósios, escolas de formação, grupos variados do Movimento provenientes do mundo inteiro, que vêm para repercorrer, em Trento e no Vale de Primiero, a experiência dos primeiros tempos, quando tudo começou. O que o Centro testemunha, como nos primórdios do Movimento, é a urgência de manter vivo um “laboratório de diálogo” entre os indivíduos, entre os povos, entre as igrejas e entre as grandes religiões para dar novamente espaço à fraternidade.
Jan 20, 2016 | Focolare Worldwide
No dia 2 de fevereiro o padre Susai Alangaram vai celebrar 25 anos de sacerdócio. Em Tiruchchirappalli, no estado de Tamil Nadu – extremo sul da Índia, banhado pelo Oceano Índico – ele era já sacerdote, havia seis anos, quando iniciou um projeto visando diminuir a pobreza das crianças da paróquia. Já bem antes havia conhecido o Movimento dos Focolares e começara a viver e a testemunhar a unidade com outros amigos sacerdotes, em uma sociedade paralisada pelo problema das castas. Com dois amigos iniciou um projeto de apoio à distância para 50 crianças, com o nome Ilanthalir que, na língua tâmil, significa “tenros raminhos”, para evidenciar o carinhoso cuidado necessário para o crescimento e o desenvolvimento destas crianças. Atualmente as crianças pobres, em vários povoados de cinco distritos de Tamil Nadu, recebem o apoio do projeto, em um território que compreende uma área de 125 km ao sul de Tiruchchirappalli, a 70 km em direção ao norte. Depois do tsunami de 2004 algumas crianças de dois vilarejos do litoral foram beneficiadas e, atualmente, elas já estudam na universidade.
O clima no país é muito quente e os vendavais são imprevisíveis: muitas vezes danificam plantações causando pobreza aos habitantes. Neste ano houve enchentes no norte e seca no centro do país. A pobreza é a maior causa do alto índice de analfabetismo e do trabalho infantil, e a primeira preocupação de muitas famílias indigentes é a de ter alguma renda para sustentar-se, e não a de educar os filhos. Ilanthalir busca prover as primeiras necessidades das crianças e garante os estudos até que elas encontrem trabalho e possam, por sua vez, sustentar a própria família. Neste ano, 456 crianças serão beneficiadas diretamente pela adoção a distância, um projeto de Famílias Novas, e outras 300 receberão assistência de Ilanthalir.
As crianças pertencem a várias religiões e, por meio do projeto, todas festejam juntas as principais festividades como Diwali (festa das luzes), Pongal (festa da colheita), o Natal, entre outras. O mês de outubro é dedicado ao cuidado com o ambiente e cada centro social organiza atividades como plantação de árvores, limpeza de lugares públicos e assim por diante. O que mais chama a atenção na experiência de Ilanthalir é o impacto da espiritualidade da unidade em um contexto que, de outra maneira, presta-se a favorecer uma cultura de sobrevivência e de isolamento. A Palavra de Vida, dos Focolares – um comentário que sugere como viver frases do Evangelho – é traduzida na língua tâmil e difundida entre as crianças e os pais delas e eles se encontram mensalmente para partilhar como procuram vivê-la e para renovar o compromisso pessoal. Todo ano eles transcorrem juntos um dia da Mariápolis, com cerca 300 pessoas, em Tiruchchirappalli, promovendo uma partilha fraterna entre todos. O fato de que as crianças de Ilanthalir buscam viver desta forma, com os pequenos gestos concretos de amor, faz com que se tornem agentes de unidade nas próprias famílias e ambientes, proporcionando uma nova esperança para muitas pessoas.
https://vimeo.com/155673931
Jan 17, 2016 | Focolare Worldwide
«Queremos testemunhar uma experiência transformadora que vivemos, de 11 a 13 de dezembro de 2015, com alguns membros da comunidade hebraica Bet-El e os habitantes da Mariápolis permanente dos Focolares, rezando uns pelos outros», escrevem a rabina argentina Silvina Chemen e Carlos Becaría e Nanni Espinosa da Mariápolis Lia. Um Shabbath especial. «Começamos amassando juntos o pão para o ritual – conta Silvina. Depois participamos do momento em que se acendem as velas de Hanuka, e relembramos o histórico pacto celebrado por Chiara Lubich e os hebreus em Buenos Aires, em 1998. Cantando juntos, esperamos o pôr-do-sol para receber as estrelas que anunciavam a chegada do Shabbath e assim, abraçados, entramos no salão que se transformou numa sinagoga para a ocasião. Rezamos juntos as vésperas do Shabbath e no sábado partilhamos a oração da manhã e a leitura da Torah. Foi um momento sagrado.
Partilha e diálogo. «À tarde, foi igualmente importante para os hebreus – conta Carlos – o momento da participação à celebração da missa, que foi antecipada no horário para responder ao desejo deles de estarem presentes. Na oração dos fiéis, houve uma em especial, pedindo a paz e o diálogo entre nós (Comunidade Bet-El e Focolares) que comoveu a todos. Este sentimento de unidade prolongou-se durante toda a tarde num workshop sobre o diálogo, com a participação de todos os jovens cristãos que frequentam as escolas da Mariápolis. Partilhamos perguntas, dúvidas, espectativas sobre o diálogo e as nossas várias tradições, com liberdade e profundidade. Concluímos elaborando juntos enfeites para a árvore de Natal que continham escritos os nossos desejos». Despedida do Shabbath. «Encontramo-nos outra vez ao ar livre – diz Nanni – para acender as velas uns dos outros até formar um círculo de luz. O som do corno de Shofar, como explica a Bíblia, acompanhava o rito porque era um momento sagrado». Não rezamos somente, mas também partilhamos os talentos artísticos durante «uma tarde cheia de alegria e de harmonia, onde Chiara Lubich esteve novamente presente através de um quadro que Sofia, da comunidade Bet-El, ofereceu como um presente à Mariápolis Lia. Sofia também participou no encontro do ano passado e sentiu-se interpelada pela mensagem e pela figura de Chiara», acrescenta Carlos. Domingo visita à Mariápolis permanente. «Após aprofundar alguns momentos da história e da espiritualidade do Movimento – continua Nanni – visitamos os vários setores da cidadela e concluímos no Auditório Vittorio Sabbione. Uma profundidade nova na leitura do Primeiro Testamento e a presença de Deus entre nós. Agora, nós que ficamos na cidadela não somos mais os mesmos de três dias atrás, e aqueles que voltaram para Buenos Aires partiram com a alegria de ter encontrado outros irmãos. Confirmaram aquilo que vivemos as palavras de uma participante hebreia: “É a terceira vez que venho à Mariápolis Lia. Todas as vezes ia embora com vontade de voltar. Hoje, pelo contrário, sinto que faço parte desta experiência, a Mariápolis Lia faz parte de mim e eu faço parte dela”. Já está marcado um encontro no próximo ano!». Gustavo Clariá
Jan 16, 2016 | Focolare Worldwide
A apresentação da edição italiana do livro do estudioso chinês, que há anos trabalha com estes temas e está concluindo sua pesquisa de doutorado no IUS, no dia 8 de janeiro passado, não podia passar despercebida, principalmente pelo local onde se realizou, a sede da Rádio Vaticana, em Roma. Um interesse particular tiveram também as contribuições dos convidados, D. Claudio Maria Celli, presidente do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais; o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé e da Rádio Vaticana, padre Frederico Lombardi; o historiador Agostino Giovagnoli e o vaticanista Gianni Valente. Mas o maior relevo dado nos numerosos artigos publicados nos dias sucessivos, na imprensa e na rede, foi ao tema do desenvolvimento do cristianismo na China, e a visão com a qual Chiaretto Yan, no seu livro “O Evangelho além da Grande Muralha. Desafios e perspectivas do cristianismo na China” (Emi 2015), faz uma leitura sobre o desenrolar-se das relações com a Santa Sé, à luz da confiança e da abertura ao diálogo. Uma leitura que encontrou confirmação inclusive no discurso de Pe. Lombardi, que relembrou algumas expressões do Papa Francisco, cheias de significado, em que o Papa salientou publicamente, em várias ocasiões, “o seu desejo de ir à China”. “Existe uma grande liberdade ao dizer que existe uma busca de caminhos de diálogo com as autoridades”, para encontrar soluções às questões ainda abertas, existe “um grande desejo de prosseguir”.
Há uma consistente continuidade na perspectiva de ação dos últimos três pontífices, de João Paulo II a Francisco. Dentre os sinais apresentados por D. Celli, um episódio vivido em primeira pessoa demonstra, mais do que muitas afirmações, a profunda atenção e a participação com a qual João Paulo II sempre acompanhou a vida dos cristãos na China. “Ele já estava na cadeira de rodas, e me disse: ‘O senhor acha que conseguirei ir à China?’”. “O diálogo não é fácil – afirmou D. Celli – mas o caminho é ir adiante, absolutamente”. O historiador Agostino Giovanogli evidenciou “a novidade na continuidade” presente na abordagem mais livre de Francisco ao falar da China. “Os chineses percebem a sua determinação no desejo de mudar as relações entre China e Santa Sé – observou. Isso dá segurança e afasta certas incertezas do passado”. Também o jornalista Gianni Valente elencou uma série de recentes aberturas.
O que a pesquisa de Chiaretto Yan salienta é a passagem de diferentes fases que, ao lado de incidentes de percurso e momentos às vezes dramáticos que reabriram feridas, ao mesmo tempo mostra um progressivo relaxamento das tensões e a percepção de um diálogo que está amadurecendo, possibilitado pelas maiores chances de comunicação direta, após o black out que marcou os anos da perseguição. Nos últimos vinte anos, a exigência mais sentida é a de dar um fim às fraturas entre as diversas comunidades eclesiais, em nome de “uma única Igreja e mais comunidades”. É de 2007 a histórica Carta aos católicos chineses, de Bento XVI, um grande pronunciamento do magistério, que pediu o abandono do conflito interno e externo em favor do diálogo. O total reconhecimento com o qual o Papa Francisco apoiou esse documento nada mais faz do que confirmar a intenção de prosseguir no mesmo caminho. “O desafio para a Igreja – concluiu Chiaretto Yan, respondendo a uma jornalista – é sempre o mesmo: testemunhar a unidade na distinção; neste horizonte, isso pode significar também sustentar a vida de diferentes comunidades eclesiais, dentro da mesma sólida experiência de comunhão”. Fonte: www.iu-sophia.org
Jan 15, 2016 | Focolare Worldwide
“Eu gosto muito de natação e de carros; assim que eu sarar vou tirar a carteira de habilitação. Tenho uma irmã e gosto muito dela e o meu irmão mais velho é o meu modelo. Eu gosto de quase todos os estilos de música, especialmente tecno. Eu gostaria também de ter um cachorro… Antes eu não gostava de ler, mas, agora que estou internado, tornou-se interessante porque o tempo passa mais rápido.” Certa vez Nikola estava no cinema com a irmã dele e sentiu dor de dente. Não poderia imaginar que fosse o primeiro sintoma de algo grave. Nos dias seguintes o lado esquerdo da face ficou muito inchado e ele quase não conseguia abrir a boca. “Eu sentia muita dor, mas, ao invés de ir ao dentista, fiz uso de pomadas e compressas. Não adiantou nada, só piorou. E assim, fui ao dentista. Ele ficou chocado e imediatamente me encaminhou a um cirurgião e este me internou. Eu estava surpreso, mas, não fiquei muito preocupado. Pensei que depois de dois dias eu voltaria a casa”. Pelos exames, porém, foi constatada uma anomalia no sangue. Nikola foi transferido a outro setor e, depois, a outra clínica. E, enfim, a dura diagnose: leucemia. “Eu não sabia nada sobre essa doença – ele nos conta – não imaginava que seria necessário submeter-me à quimioterapia e que o tratamento seria longo. Comecei as primeiras sessões e me parecia ficar louco. Eu tinha pensamentos absurdos. Comecei a duvidar da existência de Deus e a me perguntar a razão de isto ter acontecido justamente comigo. O que eu havia feito de mal, será que Deus me abandonou? Indaguei pela resposta e compreendi que esta doença é uma mensagem de Deus para mim. Eu experimentei a presença Dele de maneira mais forte, estava sempre ao meu lado. Dei-me conta de que Deus queria algo de mim e pensei muito sobre o que poderia ser. Muitas ideias passaram pela minha cabeça, talvez eu deveria doar-me totalmente aos outros? A doença me despertou de uma vida vazia que passava diante de mim, mudou a minha visão do mundo e agora vejo tudo de maneira mais serena. Uma das coisas que fiz foi deixar de fumar e me sinto orgulhoso por isto! Aqui no hospital eu conheci pessoas que estimo muito e tenho dois bons amigos. Durante um dia ensolarado eu abri a janela, vi que passava uma jovem e ela me sorriu com muito amor. Depois eu fiquei sabendo que é uma enfermeira. Com isso eu compreendi que a felicidade está nas pequenas demonstrações de atenção. Um jovem disse-me: ‘tudo o que e meu, é também teu’. Nunca alguém me havia dito uma coisa semelhante. Eu senti uma grande alegria!” “Eu tive sorte porque sou compatível com meus irmãos para o transplante de medula. Isso diminui o tempo do tratamento e a probabilidade de que a doença retorne. Tenho muito reconhecimento por todas as orações e por todas as mensagens que recebo do mundo inteiro, por meio do Facebook. No hospital fazemos companhia uns aos outros e quando nós, jovens, nos encontramos, o tempo passa bem mais rápido. Tenho um irmão muito bondoso que deixou comigo o computador dele! Assim eu posso assistir filmes e acessar a Internet… Passo muito tempo rezando. As condições nas quais vivemos não tornam a vida fácil, mas se habitua a tudo…”
À pergunta sobre o que diria aos coetâneos, Nikola respondeu: “Eu diria: vocês podem até aprender do passado, podem também fazer planos para o futuro; mas, o mais importante é viver o momento presente, foi isto que aprendi. Saibam que a verdadeira felicidade se alcança com pequenas demonstrações de atenção e não se preocupem com o futuro, porque – quando aprenderem a não se preocupar – vocês se sentirão muito melhor. Se vocês tiverem pensamentos negativos, transformem, imediatamente, em positivos. Façam sempre assim e, com o tempo, os pensamentos negativos desaparecerão. Amem quem passa ao lado de vocês e tenham sempre reconhecimento por tudo o que têm.” Fonte: Novi Svet 1-2. / 2015