Movimento dos Focolares

Chiara Lubich: “A minha noite não tem escuridão”

Jun 6, 2022

Em 1976, durante a primeira Escola Gen, Chiara Lubich respondeu a perguntas de muitos jovens membros dos Focolares de todo o mundo. Referindo-se ao que ela vivia naqueles dias, ela disse o seguinte

Em 1976, durante a primeira Escola Gen, Chiara Lubich respondeu a perguntas de muitos jovens membros dos Focolares de todo o mundo. Referindo-se ao que ela vivia naqueles dias, ela disse o seguinte Eu li […] uma página que talvez vocês já tenham lido. É breve assim […] e diz: “Jesus Abandonado, abraçado, estreitado a si, consumado em um conosco, nós consumados em um com Ele, feitos dor com Ele-dor, eis como nos tornamos Deus, o Amor”. Esta frase me tocou profundamente. São coisas que escrevi quando vivia numa fase iluminativa, que são maiores do que aquelas que eu podia viver; ou até as vivia, mas como uma principiante. Quanto mais caminho, mais descubro o seu valor e a sua profundidade. […] eu gostei e o Espírito Santo evidenciou este aspecto de não sermos dois: eu e Jesus Abandonado, isto é, eu e uma dor repentina, eu e a dúvida que tenho; eu que o descubro e aos poucos o abraço, e depois levar alguns minutos para dizer a Jesus… Não; já. “Feitos dor com Ele-dor”. Querer somente isso. “Eis como nos tornamos Deus, como nos tornamos Deus!, o Amor”, o Amor. Depois […]., eu tinha acabado de receber uma carta de padre Mário Strada, de Loppiano, e junto com a cartinha ele me mandou algumas fotografias da sua nova igrejinha de Capiano, creio, com belíssimos afrescos. Num deles estava escrita embaixo esta frase: “Nox mea – a minha noite – obscurum non habet – a minha noite não tem escuridão”, de que gostei muito. Foi como se Deus a tivesse mandado a mim, pois – eu disse – é isso que eu quero viver. Isto é, tão logo chega a dor, devo abraçá-la com rapidez, devo estreitá-la a mim, consumá-la em um […] com Ele, feita dor com Ele-dor. Assim nos tornamos o Amor, Deus, e não dor. […] Percebi, gen, que vivendo-a o dia inteiro é como se tomasse um fortificante de Ideal inimaginável, inimaginável. Porque se começa já de manhã. Às vezes me levanto um pouco cansada, pois não consegui dormir de noite. Aí está, o cansaço: “Ah, que maravilha! A minha noite não tem escuridão”. Isto é, esta dor não existe porque eu a amo. Logo depois venho a saber de dificuldades, de problemas. Enquanto me dizem: “Chiara, quero lhe dizer uma coisa”, dentro de mim digo: “Que esplêndido, Jesus! É agora. Eu te abraço estreitamente a mim, feita dor contigo, imediatamente… “A minha noite não tem escuridão”. E faço assim durante todo o dia. Eu creio que espiritualmente se cresce mais numa semana, vivendo esta única ideia, do que em meses e meses, vivendo de outra maneira. […] Em relação a tudo aquilo que é dor: dor nos pés, um pouco de frio; uma resposta brusca que magoa; é um sacrifício fazer alguma coisa; … No mesmo instante: “É agora”. […] e assim podemos afirmar sempre, antes de dormir: “Jesus, a minha noite não teve escuridão”. […] Realmente se sente que podemos afirmar – que Deus confirme o que digo – que não somos nós a viver, mas é o Amor, é Deus, que vive em nós. […]

Chiara Lubich

(Grottaferrata, 2 de Junho de 1976, na Escola Gen) https://www.youtube.com/watch?v=ZH0qBuFIkjs

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