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Manter o amor aceso! Aquele amor que o Espírito Santo infundiu em nossos corações […] deve se exprimir com fatos concretos. Devemos nos examinar precisamente sobre este particular do amor, sobre o seu aspecto concreto, e trabalhar para que se torne autêntico. Como? […]
Nós sabemos como, vivendo no mundo, é fácil se empoeirar: recolher, aqui e ali, coisas úteis ou menos úteis ou supérfluas, e guardá-las em casa. Trata-se talvez de um lápis a mais, de um livro, de uma roupa, um instrumento, um quadro, um tapete; de lençóis, de móveis, de coisas grandes, de pequenos objetos, de uma quantia de dinheiro… Por que não recolher todos estes objetos e colocá-los à disposição de quem está precisando deles na nossa comunidade, ou dos pobres? Ou ainda do “
Jesus Abandonado cotidiano”, como nós definimos as calamidades que lançam tantas pessoas na dor, na angústia, no frio e nos perigos? Todas as manhãs, assim que levantamos, lavamos o rosto.
Não será necessário, talvez, todos os anos, no início do ano, verificar o nosso supérfluo e dá-lo por dever de caridade? Nos focolares se faz, de tanto em tanto, aquilo que nós chamamos “il fagotto” (a trouxa): se amontoa tudo aquilo que temos a mais e se distribui. Mas isto não pode ser realizado por todos nós? […] Recolhendo o supérfluo e o doando, a nossa caridade para com o próximo será verdadeira e assim, por ela, salvaremos a presença viva do Ressuscitado em nós.
Eu experimentei que para fazer isso é necessário um pouco de tempo. É preciso examinar bem coisa por coisa. Naturalmente dispor só daquilo que podemos considerar nosso e definir: isto é supérfluo, isto não. E ser generosos, pensando que é preferível ficar sem alguma coisa útil do que ter a mais. […] Fujamos também nós daqueles apegos, daquele pouco ou muito de consumismo que penetrou, talvez involuntariamente, na nossa vida. Nós nos sentiremos mais livres, mais leves, mais aptos para trabalhar […] para fazer deste ano um ano frutuosíssimo! De “Buscar as coisas do alto” –
Cidade Nova, São Paulo 1992 – pág. 128-130.
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