Movimento dos Focolares

Chiara Lubich: o aspecto concreto do amor

Jan 13, 2018

Recolher o supérfluo que se acumula nas nossas casas e doá-lo a quem necessita. É a proposta para o início do ano de 1988, lançada por Chiara Lubich em uma teleconferência mundial no dia 22 de dezembro.

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Foto: Pixabay

Manter o amor aceso! Aquele amor que o Espírito Santo infundiu em nossos corações […] deve se exprimir com fatos concretos. Devemos nos examinar precisamente sobre este particular do amor, sobre o seu aspecto concreto, e trabalhar para que se torne autêntico. Como? […] Nós sabemos como, vivendo no mundo, é fácil se empoeirar: recolher, aqui e ali, coisas úteis ou menos úteis ou supérfluas, e guardá-las em casa. Trata-se talvez de um lápis a mais, de um livro, de uma roupa, um instrumento, um quadro, um tapete; de lençóis, de móveis, de coisas grandes, de pequenos objetos, de uma quantia de dinheiro… Por que não recolher todos estes objetos e colocá-los à disposição de quem está precisando deles na nossa comunidade, ou dos pobres? Ou ainda do “Jesus Abandonado cotidiano”, como nós definimos as calamidades que lançam tantas pessoas na dor, na angústia, no frio e nos perigos? Todas as manhãs, assim que levantamos, lavamos o rosto. Não será necessário, talvez, todos os anos, no início do ano, verificar o nosso supérfluo e dá-lo por dever de caridade? Nos focolares se faz, de tanto em tanto, aquilo que nós chamamos “il fagotto” (a trouxa): se amontoa tudo aquilo que temos a mais e se distribui. Mas isto não pode ser realizado por todos nós? […] Recolhendo o supérfluo e o doando, a nossa caridade para com o próximo será verdadeira e assim, por ela, salvaremos a presença viva do Ressuscitado em nós. Eu experimentei que para fazer isso é necessário um pouco de tempo. É preciso examinar bem coisa por coisa. Naturalmente dispor só daquilo que podemos considerar nosso e definir: isto é supérfluo, isto não. E ser generosos, pensando que é preferível ficar sem alguma coisa útil do que ter a mais. […] Fujamos também nós daqueles apegos, daquele pouco ou muito de consumismo que penetrou, talvez involuntariamente, na nossa vida. Nós nos sentiremos mais livres, mais leves, mais aptos para trabalhar […] para fazer deste ano um ano frutuosíssimo!   De “Buscar as coisas do alto” – Cidade Nova, São Paulo 1992 – pág. 128-130.

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