Movimento dos Focolares

Coragem de falar

Nov 1, 2012

Oferecer o próprio testemunho e as próprias convicções sem esperar que as condições sejam favoráveis faz com que uma nova vida seja acolhida. Fatos de “Uma boa notícia. Gente que crê, gente que age”.

«Sou vendedora e trabalho em uma loja de roupas. Eu gosto muito desse trabalho porque me permite estabelecer sólidos relacionamentos com os clientes. Particularmente com uma senhora que frequentemente vinha à loja. Comprava roupas para a sua filha, que morava na Austrália e, dizia que eu era muito semelhante à filha, tanto que me pedia para provar as roupas. Sempre conversávamos e ela me confidenciava sobre a filha.

Um dia, como sempre acontecera, eu a vejo chegar, mas, percebi imediatamente que havia algo diferente no seu semblante, era triste, sombrio. Viera para conversar comigo. Recebera a notícia que a sua filha, na Austrália, tinha uma relação com um homem bem mais velho do que ela. O grande desejo dos pais era que a filha voltasse para casa, mas, poucos dias antes, ao telefone, a filha dissera aos pais que estava grávida e queria praticar o aborto. Aquela senhora estava confusa, irritada, cheia de rancor. Todavia, pensava que liberar-se da criança seria a única solução possível. No seu íntimo, esperava que cedo ou tarde, a filha voltaria a casa.

Até então eu tentava sempre satisfazê-la, além do mais, era uma cliente. Mas, naquele momento eu compreendi que deveria dizer o que realmente eu penso. Eu desejava ajudá-la concretamente e não somente ajudá-la a carregar o peso que a esmagava. Decidi tentar conversar com a sua filha e pedi o numero do telefone. Rezei para encontrar as palavras certas. Para a minha grande surpresa, a jovem ficou feliz de conversar comigo. Disse-me que gostaria de praticar o aborto e, ao fazê-lo, esperava que ela também morresse porque era demasiadamente grande o peso do sofrimento que ela causara à sua família depois de toda a dedicação que sempre recebera dos seus pais. Mas, em meio a essa situação dolorosa eu percebi um sinal de esperança, junto ao arrependimento sincero por ter causado o sofrimento dos pais. Falei acerca de tudo isso à minha cliente, explicando-a que a sua filha estava arrependida e disposta e recomeçar.

Depois eu conheci pessoalmente aquela jovem e o seu companheiro. Além de decidir pelo nascimento do filho, eles querem se casar e oferecê-lo uma família. Também os futuros avós estão felizes e sempre demonstram quanto estão agradecidos». (Twinette, Zimbábue).

Fonte: Uma boa notícia: gente que crê, gente que age. Editora Città Nuova  – Una buona notizia. Gente che crede gente che muove – Città Nuova Editrice, 2012

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