Movimento dos Focolares

Da comunidade dos Focolares de Atenas

Mar 18, 2016

A situação na Grécia, com a chegada de milhares de refugiados, se tornou dramática. Fala-se de crise humanitária, aguçada com o fechamento da rota balcânica. As infraestruturas para a assistência são precárias, mas irrefreável é a solidariedade.

20160318-03Há meses o fluxo de refugiados não para: vivem num estado de emergência nas ilhas de Lesbos, Cós, em Atenas, em Idomeni. Numerosas são as Associações leigas ou religiosas – ortodoxas, católicas, protestantes – e as ONGs que não deixam de estar presentes para socorrer e aliviar os grandes sofrimentos destas pessoas. A comunidade do Movimento dos Focolares, embora pequena, seja em Atenas seja em Tessalônica, abriu coração e braços, colaborando com várias associações, entre as quais a Cáritas, a Comunidade Papa João XXIII e outras. «Especialmente em Atenas – escrevem – fomos a diversos campos de refugiados que se abrem e se fecham segundo a afluência das chegadas. Envolvemos colegas e amigos na coleta de alimentos e roupas a serem levados nos vários centros de acolhida. De Tessalônica, todas as semanas, diversas pessoas da comunidade dos Focolares, em colaboração com a Cáritas, vão à fronteira com a Macedônia para os socorros e as ajudas urgentes». 2010318-01«Fui com alguns amigos e colegas de trabalho a um campo aonde todos os dias chegam entre 500 e 1000 pessoas – escreve Mariangela, do focolare de Atenas –. Ajudamos na distribuição das refeições, na repartição e organização das coisas, brincamos com as muitas crianças. Gostaríamos de dizer a eles algumas palavras para compartilhar os seus pesos, mas às vezes a língua é um obstáculo. Não nos resta que comunicar com um sorriso, uma carícia, com gestos concretos. No final, você sente que alguma coisa passa. Tudo parece pouco neste mar de desespero, mas tentamos dar pelo menos uma gota de amor». Maristella Tsamatropoulou, trabalha na Equipe nacional da Cáritas Grega: «A atual emergência dos refugiados não faz senão ampliar o panorama de ajudas que a Cáritas já tinha posto em ação para aliviar a crise socioeconômica grega». Trata-se, explica, «de ajudas humanitárias que veem a distribuição de refeições, de bens de primeira necessidade tanto nas ilhas quanto lá onde as aglomerações exigem… Mas depois, hospedagem em hotéis onde é muito importante também a presença de animadores para crianças, de psicólogos e a oferta da possibilidade de se lavar. Os vários programas estruturados e sustentados pelos financiamentos estrangeiros não poderiam se realizar sem a corrente de solidariedade que vê empenhados muitos voluntários seja em primeira fila seja na retaguarda (aqueles que sensibilizam e recolhem o necessário)». 20160518-02Na ilha de Siros, numa Confeitaria, os proprietários envolvem os clientes com ações de solidariedade, como coleta de medicamentos, roupas, alimentos e a iniciativa “um café à espera…” em que se pode deixar um café pago para quem não pode. No Natal chegaram 235 destes! Seguindo este exemplo, alguns padeiros lançaram “um pão à espera…”. «Estamos impressionados com a generosidade e solidariedade das pessoas» – escrevem ainda da comunidade dos Focolares – «o povo grego, apesar da grave crise que vive, está recorrendo a todas as suas potencialidades de fraternidade para com os mais pobres, encontrando energias inesperadas e criatividade para erguer e aliviar muitas pessoas. Uma verdadeira lição de humanidade!».

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