Neste primeiro panorama do pontificado de papa Bergoglio, encontramos fortes sinais do perfil carismático da Igreja. Qual é a sua impressão?
«Evidenciaria primeiramente duas palavras: serviço e pobreza. Papa Francisco falou a respeito disso, mas sobretudo deu o seu testemunho através de gestos e fatos: pobreza para ressaltar sobriedade de vida, maior partilha dos bens com os mais necessitados, maior tutela da criação colocada por Deus à disposição do homem. É especial a sua capacidade de criar ocasiões de diálogo e de comunhão com o povo que encontra nas audiências, entre eles doentes e crianças, mas também com os trabalhadores do Estado da Santa Sé, que convida para as suas Missas matutinas. Estes e outros gestos expressam a atenção de papa Francisco em privilegiar o aspecto, por assim dizer, horizontal da Igreja que é aquele carismático. Esta dimensão está unida, na sua pessoa, ao aspecto mais especificamente institucional, e isso dá uma visão mais completa da Igreja, que contém o magistério e o amor, relações hierárquicas e relações na esteira da simplicidade e da “ternura”. Muitas vezes estamos acostumados a ver o aspecto hierárquico da Igreja como se fosse uma pirâmide, com um exagerado verticalismo. Papa Francisco, ao invés, faz emergir a realidade da Igreja-comunhão, com um centro, certo, mas ao seu redor convergem todos os dons que Deus concedeu através dos carismas».

Maria Voce
No próximo 18 de maio, véspera de Pentecoste, o papa Francisco encontrará os Movimentos e as associações leigas na praça de S. Pedro, na agenda das manifestações para o Ano da Fé. Como estão se preparando? O que esperam deste encontro?
«Mais do que esperar algo, gostaríamos de poder oferecer. Interessa-nos que o Papa sinta que tem diante de si milhares de pessoas com o único anseio de testemunhar a vitalidade da fé, a riqueza dos dons de Deus, a capacidade de responder aos desafios mais importantes do momento presente através de diversos carismas que movimentos e associações possuem. Como Movimento dos Focolares, de modo especial, desejaríamos que o Papa sentisse a nossa completa disponibilidade em ser instrumentos de unidade entre os vários componentes da Igreja, a partir dos filhos dos carismas antigos e novos, a serviço de uma Igreja-comunhão que é aquela que a humanidade hoje espera ver».
Fonte: Serviço Informação Focolares
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