Movimento dos Focolares

Espiritualidade de comunhão na Universidade De Paul, de Chicago

Abr 13, 2011

Espiritualidade e teologia trinitária na vida e no pensamento de Chiara Lubich, ilustrados por Maria Voce e outros estudiosos reunidos para a Semana do Catolicismo Mundial, no renomado campus universitário americano.

“Mostrar-te-ei o caminho da Sabedoria”. É o lema, em latim, que se sobressai em vários ângulos da Universidade De Paul, fundada no final do século XIX pela Congregação das Missões de São Vicente de Paulo, para garantir uma formação adequada aos filhos dos imigrantes católicos na cidade de Chicago. Hoje, com seu 25 mil estudantes, é o maior instituto universitário do Illinois e um dentre os dez primeiros dos USA.

A frase, tirada do Livro dos Provérbios, parece assumir um significado especial nestes dias, nos quais a universidade organizou a “Semana do Catolicismo Mundial” semana de reflexão, realizada anualmente, com o título “Espiritualidade Católica: uma comunhão global”. Durante a semana estão previstos discursos de figuras de destaque. No dia da abertura, 11 de abril, caracterizado por diversas mesas-redondas, algumas simultâneas, alguns estudiosos do Movimento dos Focolares foram convidados a apresentar aspectos da dimensão de comunhão da espiritualidade de Chiara Lubich. A professora Judith Povilus apresentou a experiência interdisciplinar, inter-étnica e inter-cultural do Instituto Universitário Sophia, de Loppiano. O prof. Donald Mitchell expôs o aspecto da ecologia conjugado ao diálogo inter-religioso, e o prof. Paul O’Hara enfrentou o aspecto do perfil mariano.

Maria Voce falou da espiritualidade e teologia trinitária na vida e no pensamento de Chiara Lubich. Numa sala repleta de personalidades acadêmicas e de representantes do mundo católico, a presidente dos Focolares evidenciou quatro pontos da espiritualidade de comunhão – Deus Amor, o amor ao irmão, o amor recíproco e Jesus abandonado, chave para realizar a unidade – detendo-se, em especial, no mistério de Jesus abandonado como segredo para sanar todas as feridas provocadas pelas divisões e fraturas.

Referindo-se à experiência de luz vivida por Chiara Lubich no verão de 1949, e das suas intuições sobre a espiritualidade de comunhão, como reflexo da vida trinitária, leu alguns textos da fundadora do Movimento dos Focolares, salientando tratar-se de uma experiência comunitária. Concluiu sublinhando a profunda consonância entre a espiritualidade de comunhão e o pensamento expresso na Nuovo Millennio Ineunte e apresentando o desafio do Instituto Universitário Sophia, que deseja «fornecer fundamentos e perspectivas de um saber global, de uma cultura que brota do carisma da unidade, fruto de uma espiritualidade comunitária profundamente vivida como reflexo da vida trinitária».

Dois teólogos responderam a Maria Voce, o prof. Tom Norris, membro da Comissão Teológica Internacional, e o prof. David Schindler, diretor do Instituto João Paulo II para os estudos sobre o matrimônio e a família, da Universidade Católica da América. Ainda que a partir de perspectivas diferentes, ambos indicaram a atualidade do pensamento trinitário de Chiara Lubich e a coragem da sua proposta à Igreja e à reflexão teológica contemporânea. Norris recordava, de fato, que recentemente um teólogo afirmou que a Trindade é a gramática de cada teologia. Schindler colocou o acento sobre o perfil mariano da espiritualidade comunitária de Chiara e a sua capacidade de responder de modo positivo ao iluminismo.

Terminando este dia era impossível não pensar numa ligação entre aquele Caminho da Sabedoria, que a Universidade De Paul propõe aos seus estudantes e o carisma de comunhão de Chiara Lubich, dom de Deus para caminhar naquela estrada.

Do enviado Roberto Catalano

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