Ninguém ia à ‘Mansão dos Carvalhos’ para fazer tratamento; somente para morrer. Eu não sabia disso porque era apenas um jovem de 15 anos feliz, que andava de bicicleta,e, também porque esses lugares horríveis eram escondidos. Mas, eu fiquei curioso: parecia que certos idosos caminhavam no alto das árvores. Mas não: tratava-se um hospital de doenças crônicas cercado por árvores frondosas, e no sétimo andar havia um terraço onde os pacientes caminhavam. Entrei por curiosidade, mas fui impedido por cinco idosos que começaram a gritar. Entre os doentes vi um jovem paralisado por uma doença e, com a desculpa de que ia visitá-lo, eles me deixaram entrar. Encontrei também pessoas com grave desequilíbrio mental, mas, tinham um grande respeito por Gianni. Feliz por receber a visita de um jovem, imediatamente ele me falou sobre a doença, contraída na idade de 24 anos, depois de uma carreira na marinha e também no cinema. Dera adeus às belas jovens e ao muito dinheiro; agora existia a solidão e a morte certa, dentro de poucos meses. Ele me pediu para levar veneno: queria dar fim à sua vida. Voltei a visitá-lo uma semana depois e ele já não falava mais. Eu conseguia entendê-lo pelo movimento de seus lábios. Contaram-me que ele conseguira chegar, na cadeira de rodas, até o sétimo andar para jogar-se lá do alto, mas, depois de uma queda na escadaria, ele não pode mais sair da cama. Diante do seu desespero eu fazia fortes apelos para que acreditasse que Deus o amava, e constatei que esta graça entrou no coração dele quando, improvisamente, os seus olhos começaram a brilhar como as águas do oceano quando refletem o sol. E começou a rir com gosto, enquanto o nosso diálogo continuava somente por meio do movimento das suas sobrancelhas, que eu conseguia decifrar. Eu lhe fazia perguntas ou propunha alguma coisa e ele me respondia com movimentos das sobrancelhas ou com sorrisos maravilhosos. Eu comecei a levar as pessoas mais estranhas para visitá-lo: uma jovem anárquica, que ele transformou em uma perfeita enfermeira, somente por causa das suas risadas. Uma dessas pessoas compreendeu o motivo da sua própria rebelião: não eram motivos “políticos” e sim um ódio profundo contra a forma do seu próprio corpo, que não aceitava. Imediatamente aquela pessoa decidiu mudar totalmente a sua vida. Eu levava ateus, protestantes, missionários, e a vida de Gianni inexplicavelmente comunicava algo e se estendia no tempo. Depois de uma cirurgia os médicos decidiram não fazer mais os pontos, era inútil, Gianni estava morrendo. Mas, quando notaram que ele retomara as forças e fizera um belo sorriso, continuaram o procedimento. Hoje eu tenho uma bela foto de Gianni com o Papa Paulo VI, que lhe pedia orações. Agora que estão juntos, eles são uma força para nós, a força que, no sofrimento, sabe também sorrir!” (Pe. Marco S. – Itália)
Aprender e crescer para superar as limitações
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