Movimento dos Focolares

Evangelho vivido: companheiros de viagem

Out 29, 2020

Como Jesus, também nós podemos nos aproximar do nosso próximo sem medo, nos colocarmos ao seu lado para caminharmos juntos nos momentos difíceis e alegres, valorizar as suas qualidades, compartilhar bens materiais e espirituais, encorajar, dar esperança, perdoar.

Como Jesus, também nós podemos nos aproximar do nosso próximo sem medo, nos colocarmos ao seu lado para caminharmos juntos nos momentos difíceis e alegres, valorizar as suas qualidades, compartilhar bens materiais e espirituais, encorajar, dar esperança, perdoar. A arte de ensinar Durante a pandemia eu também, como os outros colegas, dei as minhas aulas através dos meios digitais. No início havia a novidade e, portanto, uma certa participação da parte dos adolescentes, mas com o passar do tempo, alguns “sabidinhos” encontraram o modo de fazer outras coisas, se desinteressando lentamente das aulas. Nesta variedade de respostas ao meu esforço por eles, procurei não mostrar preferências ou aprovações, mas sempre pôr a ênfase na responsabilidade pessoal que naquele tempo de crise resultava certamente mais difícil. Porém, o verdadeiro dilema foi no momento de fazer uma avaliação, mesmo porque eu via claramente como as tarefas escritas que me mandavam não apresentavam muita originalidade, para não dizer que eram copiadas. Um dia perguntei aos próprios alunos como e o que teriam feito no meu lugar. Foi a ocasião para uma sincera análise da própria participação ou não participação. E – isto me comoveu – foram eles mesmos que fizeram a própria crítica. Talvez uma lição de vida assim, eu nunca tinha vivido. (G.P. – Eslovênia) Superar a crise juntos Não conseguimos ter filhos e este “desafio” fez com que ambos mirássemos tudo na carreira. Depois de 24 anos, o nosso casamento estava em crise. Ele parecia escapar das minhas mãos. Tendo entendido que estávamos passando de um amor de jovens a um de adultos, decidi que cabia a mim dar o primeiro passo e pedi ao meu marido que me acompanhasse a uma especialista. Uma vez em casa, ele, visivelmente perturbado, confessou que não imaginava que eu sofresse tanto assim e me pediu desculpas. Pedi ajuda a Deus, rezei. Achei que era bom deixar aquele emprego que me levava a me sobressair e procurei estar mais presente em casa, mais afetuosa e compreensiva. Foi necessária muita doçura e paciência, mas agora o nosso relacionamento amadureceu, não mais ligado a expressões que quando jovens nos pareciam essenciais. Hoje ouço me dizer frases impensáveis alguns anos atrás, como: “Não poderia viver sem você”. Somos como dois companheiros de viagem conscientemente lançados em realizar o desígnio de Deus para nós dois unidos. (S.T – Itália) Um neto adolescente Durante o período em que as escolas estavam fechadas por causa da pandemia, o meu neto adolescente se tornou mais agressivo do que nunca. Moramos na mesma casa e posso dizer que, como avó, o criei, substituindo frequentemente os pais; também o acompanhei nos momentos difíceis com os colegas da escola e os professores. Um dia, a sua reação a uma comida de que não gostou se tornou até mesmo ofensiva. Os primeiros pensamentos que tive foram de duro julgamento, mas logo depois o instinto de ser a primeira a amar me fez ir à cozinha para preparar rapidamente um doce de que ele gosta. Quando percebeu o cheiro que saía do forno, veio até mim, me abraçou e me pediu perdão. Não lhe disse nada, como se nada tivesse acontecido. Então ele começou a se abrir e nasceu um diálogo como há tempo não acontecia. Quando os pais voltaram, para minha surpresa, disse que, em relação aos colegas da escola, se sentia um privilegiado por ter a avó na mesma casa. (P.B. – Eslováquia) Sem mais queixas Frequentemente, ao invés de sermos gratos a Deus pelo que temos e compartilhá-lo com quem não tem, nos queixamos da comida de que não gostamos, das nossas casas apertadas, da falta de certas roupas e assim por diante. Nós nos esquecemos que Jesus considera feita a si qualquer coisa que fazemos em prol de um irmão nosso. O que fez mudar de atitude a mim e a outros amigos, nos dando um forte impulso para olharmos para as necessidades dos outros, foi o furacão Maria que causou vítimas e destruições no nosso país. Entre os muitíssimos que ficaram sem um teto, havia também a família de um meu colega de aula: pais e seis filhos que viviam num porão, ficaram desprovidos de tudo. Junto com os outros colegas, fiz uma lista das coisas de que precisavam e organizamos uma coleta com a válida ajuda também dos coroinhas da minha paróquia. Quando fomos entregar a “providência” angariada, era tocante ver com que alegria e emoção o nosso colega e os seus familiares acolheram tudo. (Némesis – Porto Rico)

organizado por Stefania Tanesini

(tirado de Il Vangelo del Giorno, Città Nuova, ano VI, n.5, setembro-outubro de 2020) _______ 1 C. Lubich, Palavra de Vida outubro de 1995, in Parole di Vita, organizado por F. Ciardi (Opere di Chiara Lubich 5), Città Nuova, Roma 2017, pp. 564-565.

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