Como você recebeu esta notícia?
Com surpresa e alegria. Espontaneamente pensei numa palavra, “servir”, segundo a escola de Jesus. Agora trata-se de servir a Igreja e, através dela, a sociedade.
Quais as suas primeiras impressões?
A primeira: poder dar a minha contribuição numa dimensão de comunicação em diálogo. A segunda diz respeito ao grupo dos consultores, composto por sacerdotes, religiosos, uma religiosa, uma leiga e alguns leigos, a Igreja nas suas diversas vocações, carismas, e na sua inter-culturalidade.
Qual é a sua formação e experiência no campo da comunicação social?
Formei-me em Comunicação Social, Ciências Sociais e Doutrina Social da Igreja. Os meus primeiros estudos foram de Magistério Pedagógico, em Montevidéu, a minha cidade natal. Mais tarde estudei Formação em Comunicação Popular e Análise em Comunicação Social, em Buenos Aires. Em seguida terminei o curso de Sociologia na Universidade Gregoriana, em Roma, e um mestrado em Doutrina Social da Igreja na Universidade Lateranense. Enfim, ainda na Gregoriana, o doutorado em Ciências Sociais, com especialização em comunicação. O meu trabalho desenvolveu-se no campo da comunicação, não apenas como teoria, mas como prática social, na construção recíproca entre teoria e práxis.
Qual é, atualmente, a sua experiência no CELAM?
Há seis anos participo como Consultora em comunicação, e como tal estive presente na V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano em Aparecida. Experiências como aquela marcaram-me profundamente, constatando pessoalmente a dimensão da socialidade constitutiva do povo latino-americano. Desde a sua fundação, em 1955, o CELAM possuiu um forte empenho de diálogo e comunhão permanente com a Igreja universal, justamente a partir do seu ser latino-americano. São um testemunho desse anseio as Conferências Gerais do Episcopado de Medellin, Puebla, Santo Domingo e Aparecida, na sua relação com o Vaticano II. Creio que trabalhar como consultora do PCCS, enquanto membro do CELAM, possa ajudar-me a ser como uma ponte, ainda que já exista uma grande comunhão entre esses dois componentes da Igreja.
De que maneira a espiritualidade de Chiara Lubich influi na sua ação?
Na espiritualidade da unidade está fundamentada a minha primeira vocação: partilhar o “sonho” de Jesus, “que todos sejam um”. Conheci a espiritualidade dos Focolares nos anos 1970, quando, como jovem latino-americana, procurava um projeto de vida capaz de transformar a realidade. Na espiritualidade de Chiara encontrei um Jesus vivo, e aprendi a encarnar o Evangelho, junto com muitos outros jovens, numa comunidade aberta a todos, construindo uma pequena cidade – a Mariápolis Lia – que podia dizer à sociedade: o Mandamento Novo de Jesus pode ser concretizado, a presença de Jesus entre as pessoas unidas em seu nome é uma realidade visível, capaz de transformar a sociedade. Com o passar do tempo essa experiência continuou, nas várias comunidades do Movimento onde estive. Até hoje, aqui em Bogotá, com o carinhoso povo colombiano.
É com o amor pela Igreja, que Chiara Lubich nos transmitiu com a sua vida, que assumo com alegria este novo serviço.
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