Movimento dos Focolares

Francisco, na África, a serviço

Nov 23, 2015

De 25 a 30 de novembro, três nações símbolo do continente africano serão tocadas pela viagem do Papa Francisco: Quênia, Uganda, República Centro-africana. Para entrar nas chagas, mas também nos desafios e potencialidades de um continente.

20151123-02«A chave de leitura desta viagem ainda deve ser descoberta no programa e na escolha das atividades que o Papa desempenhará», escreve Liliane Mugombozi, diretora de New City, a revista do Movimento dos Focolares no Quênia. Com ela repercorremos as diretivas de uma viagem que se preanuncia importantíssima. «Papa Francisco escolheu três países com uma grande comunidade católica, atormentados por várias tensões: deseja, com isso, começar a fazer parte, como pastor do povo, da redação de uma nova página da história da África hoje no contexto mundial, e pôr-se a caminho, juntos, em busca de soluções para os problemas que tanto interessam a estas populações». Quais as expectativas? «Esperamos, da sua mensagem, uma ressonância em todos os setores da vida, da governança à gestão dos bens, da política à educação, à saúde, ao diálogo e aos relacionamentos inter-religiosos…». E a quem objeta que o Papa Francisco conhece pouco a África, o Arcebispo de Kinshasa, República Democrática do Congo, card. Monsengwo, responde: «É verdade. Mas aquilo que é realmente fabuloso é que ele vai aonde se sofre. Se não fosse pela epidemia de Ebola, já teria ido muito antes». Desde 19 de outubro passado, quando o Vaticano confirmou as datas da viagem, inúmeras análises acompanharam este anúncio: «No Quênia – escreve Lili Mugombozi – a luta contra Al-shabab, responsável por violentos ataques nos últimos anos, é um dos desafios políticos maiores. «Durante a nossa visita ad limina em Roma, nos fez perguntas sobre o massacre de Garissa e disse que viria confortar o povo do Quênia», afirma D. Rotich, presidente da secretaria que está se ocupando da visita. Em Uganda, Papa Francisco visitará os santuários anglicano e católico para homenagear a memória dos jovens mártires: 23 anglicanos e 22 católicos mortos por causa de sua fé. «Para muitos ugandenses – explica ainda Liliane – este gesto de Francisco, é uma recordação alegre do distante ano de 1969, – quando Paulo VI, primeiro Papa a pôr os pés em solo africano, canonizou os primeiros santos africanos – mas também um novo empenho pelo diálogo entre as Igrejas». «Neste aniversário – escrevem dos Focolares de Uganda – nos sentimos particularmente interpelados a viver a santidade de povo». 20151123-01Na República Centro-africana, num contexto político tenso que suscita preocupação, Francisco «para manifestar a proximidade de toda a Igreja a esta nação tão atormentada e exortar todos os centro-africanos a serem cada vez mais testemunhas de misericórdia e de reconciliação», no dia 29 de novembro abrirá a porta santa da catedral de Bangui, antecipando simbolicamente o início do Jubileu da Misericórdia, e dará um sinal muito forte com o discurso na Mesquita central. «Em cada um destes países – continua a diretora de New City – o Papa se encontrará com os chefes de Estado, se dirigirá ao corpo diplomático, celebrará uma Missa pública onde são esperados milhares de fiéis e terá vários encontros com os líderes religiosos e com milhares de jovens. E os pobres, os sofredores não podem faltar ao encontro marcado com ele: se encontrará com quem vive na favela de Kangemi, na periferia de Nairóbi, os portadores de deficiência de uma casa em Nalukolongo, subúrbio de Kampala, em Uganda, e num dos campos de refugiados na República Centro-africana». Também o Movimento dos Focolares acompanha com a oração e com a preparação concreta a viagem de Francisco na África. No Quênia estão presentes nos lugares mais variados: entre os 10.000 voluntários da segurança; nas delegações de universidades, colégios e paróquias. A jovem Mary Mutungi dirigirá o coro de 600 universitários durante a Missa com os jovens. Entre as canções propostas, está também “We can find a way to live in peace”, escrita por uma banda filipina por ocasião do Genfest. Em Uganda os membros dos Focolares estão empenhados nos preparativos através das paróquias. Alguns têm a responsabilidade da coordenação pela Diocese. Geneviève Sanzè, do Centro internacional dos Focolares, originária da República Centro-africana e membro do Pontifício Conselho para os Leigos, estará presente na última etapa da viagem papal. Fidélia, de Bangui, afirma: «Há muita esperança no nosso povo de que a vinda do Papa nos ajudará a nos convertermos realmente, e a tender à reconciliação para uma paz duradoura».

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