Movimento dos Focolares

Igino Giordani: a perfeição no amor

Abr 18, 2015

No dia 18 de abril recorre o 35° ano da morte de Igino Giordani. Nesta ocasião, recordamos as palavras de Chiara Lubich sobre ele. “Foco” foi o primeiro focolarino casado e era considerado pela Lubich um cofundador dos Focolares.

20150518-a«Não se pode dizer com palavras quem foi Igino Giordani para o Mo­vimento dos Focolares. Basta pensar que ele é um co­fundador do Movimento. Ser fundador ou também cofundador de uma Obra reconhecida pela Igreja, comporta uma ação tão múltipla e complexa da graça de Deus, impulsos tão vários e válidos do Espírito Santo, comportamentos, por parte do sujeito, muito decisivos para a Obra e, na maioria das vezes, imprevi­stos porque sugeridos pelo Todo-poderoso, pedido de sofrimentos muitas vezes penetrantes e pro­longados no tempo, dádivas de graças de luz e de amor, não ordinárias, que é melhor confiar à história da Igreja e dos Movimentos espirituais que a embelezam de século em século, a revelação desta figura.

Pode-se dizer alguma coisa, embora não seja fácil, de Igino Giordani como focolarino.

Um focolarino faz de tudo, reza, trabalha, sofre, para chegar a este objetivo: ser perfeito no amor. Penso que devamos realmente firmar que Giordani alcançou esta meta. Na nossa opinião, ele foi per­feito no amor.

Portanto, personificou o nome de batalha com o qual era chamado no Movimento: Foco, fogo, isto é, aquele­ amor para com Deus e o próximo, so­brenatural e natural, que é a base e o vértice da vida cristã, contribuindo de maneira única para manter viva entre todos nós a realidade da “palavra de vida” que lhe tinha sido indicada no seu ingresso no Movimento: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”.

Quem conheceu Igi­no Giordani profundamente, concorda em constatar e em afirmar que ele viveu as bem-aventuranças.

“Puro de coração” de ma­neira excepcional, abriu a pessoas casadas de ambos os sexos, de várias partes do mundo, a pos­sibilidade de uma original consagração a Deus, embora no estado matrimonial, mediante uma virgindade espiritual, e­feito da caridade mais ardente.

Esta pureza de coração refinou e potencializou os seus sentimentos mais sagrados. Tinha um deleitável amor pela sua esposa. E no fim da sua vida comovia e im­pressionava a intensidade de afeto para com os seus quatro filhos, assim como pelos seus netos. Era um pai perfeito, um avô perfeito e um homem todo de Deus.

Foi “pobre de espírito” com um desapego completo não só de tudo o que possuía, mas sobretudo de tudo que era.

Era cheio de misericórdia. Perto dele o pecador mais miserável sentia-se perdoado e o mais pobre sentia-se um rei.

Uma das características mais marcantes, como também documenta a sua histó­ria de homem político, era aquela de “operador de paz”.

E chegou a possuir esta mansidão a tal ponto de fazer entender porque o Evangelho diz que quem tem esta virtude possui a terra: com a mais nobre gentileza, com o seu modo de tratar, com as suas palavras, ele conquistava a todos que dele se aproximavam. Qualquer pessoa sentia-se à vontade, considerado com dignidade, também os jovens conseguiam estabelecer com ele um relacionamento de igual para igual. E constatava-se, principalmente nos últimos anos, que irradiava, ao falar, algo de sobrenatural.

“Tinha fome e sede de justiça” pela qual lutou toda a vida. E sofreu perseguições pelo no­me de Deus, por isso hoje acreditamos que esteja na posse do Seu Reino.

Mas muitas outras palavras do Evangelho recordam a pessoa dele.

Foco fazia compreender o que significa a con­versão que Jesus pede, pela qual é preciso ser como crianças. Cristão de alto calibre, inteligente, apo­logista, apóstolo, quando teve a impressão de ter encontrado uma fonte de água genuí­na, que jorrava da Igreja, soube “vender tudo” para seguir Jesus que o chamava a saciar a sede com aquela água.

Tendo sofrido muito pela marginalização espiritual dirigida aos leigos no seu tempo, ambicionava com o seu grande coração derrubar os muros que dividiam as pessoas que viviam no estado de perfeição e as outras – acrescentava brincando – que viviam “no estado de imperfeição”. Em prática, era muito sensível aos sinais dos tempos. Pode-se dizer que ele próprio era um sinal dos tempos, destes tempos em que o Espírito Santo chama todo o povo de Deus à santidade.

Quando Igino Giordani encontrou o Mo­vimento, este era formado somente de pessoas virgens. Foi ele que o abriu aos quem são casados, que na sua sequela advertiram a fome de santidade e de consagração, concretizando aquele projeto, antes apenas entrevisto, de uma convivência de virgens e casados, de acordo com a especificidade da própria vocação, à imagem da família de Nazaré. Giordani foi uma das maiores dádivas que o céu deu ao Movimento dos Focolares».

(extraído de: Chiara Lubich, Igino Giordani focolarino, «Città Nuova» n. 9-10 maio 1980)

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