Movimento dos Focolares

Ir. Francesca: a coragem da misericórdia

Set 7, 2016

A história da Ir. Francesca Vitulano, Franciscana dos Pobres, que esteve até poucos dias atrás na mariápolis permanente internacional de Loppiano (Florença, Itália) por ocasião do encontro das religiosas italianas dos Focolares e preparando-se para viajar para as Filipinas.

SuorFrancesca«Sou originária da província de Nápoles e venho de uma família simples. Meu pai, ministro extraordinário da Eucaristia, era encarregado principalmente pelos doentes e pobres da cidade que, de certo modo, tornaram-se de casa para nós. Tinha 14 anos quando meu pai, aos 40 anos, deixou-nos por causa de um tumor. O sofrimento foi muito forte: então não era verdade que Deus cuidasse de nós, como ele mesmo tinha sempre afirmado. Lancei-me com tenacidade nos estudos, o meu objetivo era ganhar muito dinheiro e construir uma casa só para mim. Aos 20 anos Deus apresentou-se novamente na minha vida: um grupo de amigos convidou-me para um encontro do qual, honestamente, não me lembro de nada. A única coisa que me levou a procurá-los de novo foi a alegria que via no grupo e que eu não tinha. Estudava, tinha boas notas, tinha muitos amigos, mas não me sentia feliz como eles. Queria entender melhor quem era este Deus do qual falavam e o que iria fazer da minha vida, depois de alguns anos. Conheci a minha congregação quase por acaso. Confesso que não tinha uma grande consideração pelas religiosas. Na minha região o convento até agora é visto como uma forma de fuga do mundo: portanto, não poderia ser a minha estrada! Sou uma pessoa alegre, gosto de estar em companhia de outras, estudei e também tive namorados. Mas nesta família religiosa encontrei o amor da minha vida, Deus, a quem não pude dizer não. Aquela era a casa que, desde a adolescência, tanto tinha desejado, mas com um algo a mais: não estava sozinha, tinha outras irmãs que, como eu, amavam Jesus. A minha família religiosa – as Irmãs Franciscanas dos Pobres – entrou em contato com o Movimento dos Focolares no fim dos anos 60. Vivia um momento de grande sofrimento por causa de algumas dificuldades internas da Congregação, e não só. O nosso carisma – ver Jesus nos pobres e curar as suas feridas – em contato com a espiritualidade da unidade assumiu uma nova luz e o Evangelho com a sua mensagem de amor recíproco era a resposta a todo aquele sofrimento. As irmãs criaram um Centro juvenil, para que as adolescentes pudessem entender o que fazer das suas vidas. Depois, voltando às fontes do nosso carisma, entendemos que os pobres não são apenas os doentes: a pobreza está em cada sofrimento que atinge o coração humano. 20160907-02Atualmente, na Itália, ocupamo-nos das pessoas sem residência fixa, de mulheres que decidem sair de uma situação de exploração, dos imigrantes; trabalhamos com a Caritas. Oferecemos a nossa ajuda e assessoria também no âmbito familiar: novas uniões, separações e divórcios; prestamos serviço nas prisões e com os adolescentes, etc. Sou formada em Ciências da educação. Nestes últimos seis anos, trabalhei como educadora em Messina, numa comunidade terapêutica para jovens que estão sob a jurisdição do Tribunal da Infância e da Juventude. Ia ali por eles, para que descobrissem o quanto são importantes para a sociedade. Muitas vezes me diziam: “Quando estás conosco sentimos algo de bom e alegre, talvez isso seja Jesus?”. Recentemente, com o contrato por tempo indeterminado, chegou também um pedido por parte dos meus superiores: uma transferência para as Filipinas para trabalhar nas prisões e com adolescentes que vivem nas ruas. A experiência que fiz nestes anos pode ser útil também ali. Dei o meu sim a Deus e não quero voltar atrás justamente agora. Em setembro partirei por seis meses, para ver se posso dar a minha contribuição naquela terra».

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