«O bispo encarregou-me de trabalhar na consulta para o ecumenismo e o diálogo. Quinze anos atrás, quando um amigo sacerdote da diocese vizinha, de Fano, havia proposto que eu criasse um projeto interdiocesano para promover parcerias ecumênicas entre paróquias europeias, eu havia respondido que não». A narrativa de Pe. Giorgio começa com uma perplexidade que se resolve logo, ao recordar o convite de Chiara Lubich, em Londres, em 1966, a viver um “ecumenismo de povo”, um “ecumenismo da vida”. «Retomei então os contatos com o amigo de Fano e, com ele e outros amigos sacerdotes, iniciamos a experiência das parcerias ecumênicas». A primeira paróquia com a qual entram em contato é ortodoxa, do padre Nicu, na Romênia. «O relacionamento de fraternidade entre nós gerou uma colaboração educativa entre os jovens do Movimento Diocesano da região Marche e os jovens ortodoxos, que se alargou em círculos concêntricos: a partilha da Palavra de Vida e da espiritualidade da unidade entre jovens católicos e ortodoxos, mantida em contatos assíduos. Dois momentos fortes, todos os anos, são um acampamento na Romênia, no Natal, e outro durante o verão, na Itália. Há ainda a experiência do Meeting Ecumênico juvenil de Loreto, que nasceu da amizade com o responsável pelo Centro João Paulo II, de Montorso (Loreto, Itália), que nos propôs a realização de um acampamento ecumênico com todos os jovens, conhecidos por meio da parceria e não, para uma interação das riquezas das respectivas igrejas. Este ano, de 29 de julho a 4 de agosto, acontecerá a sétima edição que prevê a participação de mais de 200 jovens ortodoxos e grego-católicos da Romênia, luteranos da Dinamarca e Suécia, anglicanos da Inglaterra e católicos da Itália».
Enfim, é a promoção da “cultura do diálogo” no mundo juvenil. Em janeiro deste ano, durante a Semana de Oração pela unidade dos cristãos, por exemplo, a paróquia de Borgo Santa Maria hospedou cerca de 20 jovens romenos de uma paróquia com a qual iniciou a parceria. Com os jovens italianos do Meeting Ecumênico, eles reuniram-se com estudantes de quatro faculdades da província de Pesaro e Urbino. Barbara, a porta-voz de uma família da paróquia, continua a contar: «Num mundo oprimido por guerras, divisões e terrorismo, estes jovens quiseram nos propor e doar uma mensagem de esperança e alegria, certamente uma cultura nova: a cultura da relação e do encontro que faz compreender que na diversidade do outro é possível descobrir aquela riqueza que une e não que divide. Depois de terem visto um filme e escutado os testemunhos dos jovens do Meeting Ecumênico, os estudantes dividiram-se em pequenos grupos para aprofundar o conhecimento dos amigos romenos e dialogar com eles. Embora com a dificuldade da língua, os jovens fizeram de tudo para conseguirem se comunicar do melhor modo. Nós, que participamos como família desse momento, como expectadores externos, sentimos o dever de agradecer a todos aqueles que acreditaram, acreditam e acreditarão nesse projeto; penso nos párocos e nos diretores das faculdades , mas principalmente em Deus, que no seu imenso amor nos fez encontrar jovens decididos e motivados a mudar as coisas. Nós estamos com eles e acreditamos que, envolvendo cada vez mais jovens, podem criar um mundo melhor, onde é possível viver em paz e harmonia».
Curar as feridas que encontramos nos outros
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