“Eu não conhecia Lionello Bonfanti. Hoje eu não só fiquei admirado com a vida dele; mas, estou profundamente comovido”. Esta é uma das muitas declarações recolhidas na conclusão do Simpósio “Direito em busca da justiça. O método de Lionello Bonfanti”. Foi uma tarde muito intensa de debates, realizada no dia 28 de novembro, em Parma, na sede da União Parmense das Indústrias. O evento foi organizado por Comunhão e Direito, seção do Movimento dos Focolares que tem por objetivo buscar e difundir, no campo do direito, a centralidade da pessoa, a sua plena dignidade, a sua capacidade relacional e a sua abertura à transcendência, como sujeito idôneo a doar ao mundo um semblante que seja mais conforme as aspirações de cada pessoa e dos povos.
Um evento sobre direito e justiça “dirigidos – como explicou a professora Adriana Cosseddu – a uma base comum, na qual a justiça, guardiã das relações, supera a base da prática legal para tornar-se partilha e capacidade de identificar-se com toda situação de dificuldade e de sofrimento. Existe uma valência universal porque é uma possibilidade, oferecida a todos, de reconstruir em uma lógica de gratuidade, uma infinidade de relações, para quase proteger – usando as palavras da filósofa Arendt – a capacidade de estabelecer relações com os outros e, especialmente, de colocar-se no lugar do outro”.
A metodologia da correta relação entre direito e justiça foi traçada exatamente por Lionello Bonfanti, que era juiz: “Realmente – assim expressou-se Maria Voce, presidente do Movimento dos Focolares, em uma mensagem endereçada a todos os participantes – da sua vida emerge o fato de que a busca pela justiça vai muito mais além da simples aplicação das normas. A busca de Lionello mira, em primeiro lugar, as relações, ao fato de reconhecer a dignidade de cada pessoa e colocar-se em relação com ela, quer seja o próprio colega, o advogado, o escrivão, a parte ofendida, o imputado, mesmo se de reatos graves. A sua tenacidade na busca de aplicar o direito para alcançar não tanto e nem somente a verdade processual; mas, a justiça, o guiou dentro e fora do tribunal, em direção a metas sempre mais amplas”.
E o respeito a cada homem, pelos seus direitos fundamentais, foi o assunto tratado pelo professor Mario Ricca: por meio de fábulas divertidas, em uma contínua provocação direcionada ao público e, de maneira especial, aos profissionais do setor jurídico, o titular de Direito Intercultural da Universidade de Parma evidenciou, entre outras coisas, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos é ainda tomada em pouca consideração e, concretamente, ainda pouco aplicada.
Um evento de caráter formativo, destinado a um público de magistrados, advogados e tabeliães, reconhecido pela Fundação Nacional dos Tabeliães e pelo Conselho da Ordem dos Advogados. Não faltaram testemunhos, para demonstrar que a metodologia utilizada por Lionello, na própria profissão é ainda atual e aplicável: falaram sobre isto a Dra. Maria Giovanna Rigatelli, os magistrados Mario Ciclosi e Gino Trombi, amigos de Lionello.
Houve também um momento insólito, uma performance artística sobre o homenageado, produzida pelo diretor Maffino Maghenzani, por meio das próprias palavras de Lionello, com um jogo de música e imagens, entrou-se intimamente na vida dele, na profissão e na sua escolha de viver para estabelecer relações verdadeiras, profundas e duradouras com cada homem. “Lionello hoje realmente voltou a Parma – assim afirmou Maria Grazia Bonfanti, sua irmã. Este simpósio, nesta sala de tanto prestígio, está à altura da sua vida, do seu trabalho”.
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