Movimento dos Focolares

Lionello Bonfanti, o direito em busca da Justiça

Dez 6, 2014

Um simpósio em Parma, sua cidade natal, em homenagem ao magistrado e focolarino italiano, a sua mensagem ainda hoje é de grande atualidade

20141204-03Eu não conhecia Lionello Bonfanti. Hoje eu não só fiquei admirado com a vida dele; mas, estou profundamente comovido”. Esta é uma das muitas declarações recolhidas na conclusão do Simpósio “Direito em busca da justiça. O método de Lionello Bonfanti”. Foi uma tarde muito intensa de debates, realizada no dia 28 de novembro, em Parma, na sede da União Parmense das Indústrias. O evento foi organizado por Comunhão e Direito, seção do Movimento dos Focolares que tem por objetivo buscar e difundir, no campo do direito, a centralidade da pessoa, a sua plena dignidade, a sua capacidade relacional e a sua abertura à transcendência, como sujeito idôneo a doar ao mundo um semblante que seja mais conforme as aspirações de cada pessoa e dos povos.

Um evento sobre direito e justiça “dirigidos – como explicou a professora Adriana Cosseddu – a uma base comum, na qual a justiça, guardiã das relações, supera a base da prática legal para tornar-se partilha e capacidade de identificar-se com toda situação de dificuldade e de sofrimento. Existe uma valência universal porque é uma possibilidade, oferecida a todos, de reconstruir em uma lógica de gratuidade, uma infinidade de relações, para quase proteger – usando as palavras da filósofa Arendt – a capacidade de estabelecer relações com os outros e, especialmente, de colocar-se no lugar do outro”.

A metodologia da correta relação entre direito e justiça foi traçada exatamente por Lionello Bonfanti, que era juiz: “Realmente – assim expressou-se Maria Voce, presidente do Movimento dos Focolares, em uma mensagem endereçada a todos os participantes – da sua vida emerge o fato de que a busca pela justiça vai muito mais além da simples aplicação das normas. A busca de Lionello mira, em primeiro lugar, as relações, ao fato de reconhecer a dignidade de cada pessoa e colocar-se em relação com ela, quer seja o próprio colega, o advogado, o escrivão, a parte ofendida, o imputado, mesmo se de reatos graves. A sua tenacidade na busca de aplicar o direito para alcançar não tanto e nem somente a verdade processual; mas, a justiça, o guiou dentro e fora do tribunal, em direção a metas sempre mais amplas”.

20141204-01E o respeito a cada homem, pelos seus direitos fundamentais, foi o assunto tratado pelo professor Mario Ricca: por meio de fábulas divertidas, em uma contínua provocação direcionada ao público e, de maneira especial, aos profissionais do setor jurídico, o titular de Direito Intercultural da Universidade de Parma evidenciou, entre outras coisas, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos é ainda tomada em pouca consideração e, concretamente, ainda pouco aplicada.

Um evento de caráter formativo, destinado a um público de magistrados, advogados e tabeliães, reconhecido pela Fundação Nacional dos Tabeliães e pelo Conselho da Ordem dos Advogados. Não faltaram testemunhos, para demonstrar que a metodologia utilizada por Lionello, na própria profissão é ainda atual e aplicável: falaram sobre isto a Dra. Maria Giovanna Rigatelli, os magistrados Mario Ciclosi e Gino Trombi, amigos de Lionello.

Houve também um momento insólito, uma performance artística sobre o homenageado, produzida pelo diretor Maffino Maghenzani, por meio das próprias palavras de Lionello, com um jogo de música e imagens, entrou-se intimamente na vida dele, na profissão e na sua escolha de viver para estabelecer relações verdadeiras, profundas e duradouras com cada homem. “Lionello hoje realmente voltou a Parma – assim afirmou Maria Grazia Bonfanti, sua irmã. Este simpósio, nesta sala de tanto prestígio, está à altura da sua vida, do seu trabalho”.

 

 

___

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Subscrever o boletim informativo

Pensamento do dia

Artigos relacionados

Buscar a paz: um caminho nas mãos de cada um

Buscar a paz: um caminho nas mãos de cada um

Eliminar qualquer desejo de dominar. Em um mundo constantemente dilacerado por conflitos, seguindo o apelo do Papa Leão XIV para construir uma paz “desarmada e desarmante”, partilhamos uma reflexão muito apropriada de Chiara Lubich, extraída de uma Palavra de Vida de 1981.

Em direção a uma pedagogia da paz

Em direção a uma pedagogia da paz

Como nos tornarmos agentes de paz na realidade em que vivemos todos os dias? Anibelka Gómez, da República Dominicana, nos conta, por meio de sua experiência, como é possível formar redes humanas capazes de semear beleza para o bem de comunidades inteiras por meio da educação.