Bento XVI afirmou com frequência que uma teologia que não leva em consideração o encorajamento da contínua pesquisa filosófica e das solicitações da ciência não é uma autêntica teologia.
Com fundamento nesta convicção, a edição 2013 do Prêmio “Renata Borlone, mulher do diálogo”, foi conferido em Loppiano, ao astrofísico e cosmólogo Piero Benvenuti ao qual, domingo, 17 de fevereiro, no Salão Nobre da cidadezinha, encantou o público presente e os que seguiam via Internet, com a exposição da riqueza e a necessidade de estabelecer uma relação com o universo. Muito mais importante se se quer realmente conhecer a origem do universo, objeto da mesa-redonda durante a manhã, cujo título era: “No princípio…”, na qual participaram, além do Prof. Piero Benvenuti, professor de Astrofísica da Universidade de Pádua, o teólogo Pe. Piero Coda e o filósofo Prof. Sergio Rondinara, do Instituto Sophia. O que aconteceu no tempo precedente ao instante “10-43 segundos”, a ciência não tem condições de explicá-lo e nem de demonstrá-lo, precisou o cientista. Para compreender o “princípio”, a primeira fagulha que deu origem ao Cosmo, é necessário, portanto, aventurar-se em diversos âmbitos: primeiramente na Teologia e na Filosofia.
Renata Borlone, a quem se intitula o prêmio e Serva de Deus, foi o ponto central da primeira parte do programa da tarde. “Se a proclamação da santidade de alguém serve para que seja reconhecido o primado de Deus, porque não?” – afirmara no mês de setembro passado, Maria Voce, Presidente dos Focolares, por ocasião de LoppianoLab. E quem conheceu Renata pessoalmente, bem sabe quanto essas palavras a define. Um percurso de santidade, o de Renata, que é testemunho “da relação, da colegialidade, da reciprocidade com quem lhe estava ao lado”, como afirmara ainda Maria Voce.
Segui-se a cerimônia da entrega do Prêmio ao Prof. Piero Benvenuti, o qual é também Consultor do Conselho Pontifício da Cultura e diretor do CISAS (Centro Interdepartamental dos Estudos e Atividades Espaciais). A motivação de tal reconhecimento: “o constante tender ao transcendente no seu trabalho científico, a obra de difusão e divulgação da verdade científica como contribuição à fidedignidade sobre a pessoa humana e a contribuição ao diálogo entre ciência da natureza e teologia cristã”.
Numerosas as mensagens de congratulações recebidas na ocasião, entre as quais a do Card. Ravasi, presidente do Conselho Pontifício para a Cultura: “O exemplo de Renata Borlone – ele escreveu – com a sua dedicação ao serviço dos irmãos que se entrelaçou intimamente com a sua paixão pela ciência, é um esplêndido testemunho de um possível percurso de crescimento pessoal no qual a fé e a ciência resultam unidas e não contrapostas”.
Depois o Prof. Piero Benvenuti ministrou a lectio magistralis cujo título era “A cosmologia é realmente necessária?”, apresentando os fundamentos da cosmologia como ciência “ao alcance do homem”, que responde à natural aspiração humana que tende ao futuro e ao universal, ao eschaton. E, referindo-se a Renata, concluiu: “Agora que ela vê a verdade face a face, nos ajude a prosseguir no caminho científico em um horizonte que está sempre um pouco mais além daquilo que a nossa investigação racional nos mostra.”
Na conclusão alguns músicos ofereceram um recital, sublime expressão da infinita beleza que é um componente do universo.
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