Movimento dos Focolares

Lubich:” Tenho um sonho para o novo milênio”

Mar 16, 2013

Este escrito de Chiara Lubich, de dezembro de 1999, revela uma visão profética da tão amada Igreja . O seu sonho de um mundo unido.

«…Sonho, para a nossa Igreja, com um clima mais condizente com o seu ser Esposa de Cristo; uma Igreja que se apresente ao mundo mais bonita, mais unida, mais santa, mais carismática, mais identificada com o seu modelo, Maria; portanto, mariana, mais dinâmica, mais familiar, mais íntima, mais configurada a Cristo seu Esposo. Sonho que ela seja um farol para a humanidade e que todo o povo de Deus se santifique num modo jamais visto.

Sonho que o despertar – que hoje se constata – na consciência de milhões de pessoas de uma fraternidade vivida, cada vez mais ampla na terra, torne-se amanhã, no decorrer do terceiro milênio, uma realidade geral, universal.

Por isso, sonho que desaparecerão as guerras, as lutas, a fome, os mil males do mundo.

Sonho com um diálogo de amor entre as Igrejas cada vez mais intenso, que nos fará avistar a composição da única Igreja.

Sonho com o aprofundamento do diálogo vivo e ativo entre pessoas das mais diferentes religiões, ligadas entre si pelo amor, “regra de ouro” presente em todos os livros sagrados.

Sonho com a aproximação e o enriquecimento recíproco das várias culturas no mundo, a fim de que dêem origem a uma cultura mundial que coloque em primeiro plano os valores que sempre foram a verdadeira riqueza de cada povo e que eles se imponham como sabedoria global.

Sonho que o Espírito Santo continue a inundar as Igrejas e a potencializar as “sementes do Verbo”, que existem fora delas, de modo que o mundo seja invadido por contínuas novidades de luz, de vida, de obras que só ele sabe suscitar. A fim de que um número cada vez maior de homens e mulheres se encaminhe por retos caminhos, conflua para o seu Criador, coloque o próprio espírito e coração a seu serviço.

Sonho com relacionamentos evangélicos não só inter-pessoais, mas entre grupos, Movimentos, Associações religiosas e leigas, entre povos, entre países, de maneira que se torne lógico amar a pátria alheia como a própria e lógico tender a uma comunhão de bens universal: pelo menos como ponto de chegada.

Sonho com um mundo unido na variedade dos povos…. Sonho já com uma antecipação de Céus novos e da terra nova, como é possível aqui. Sonho alto, mas temos um milênio para vê-lo realizado».

(extraído de Chiara Lubich, Atualidade ler o próprio tempo (aos cuidados de Michele Zanzucchi), Città Nuova Editora, Roma 2013)

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