Movimento dos Focolares

Maria, Rainha da Paz

Dez 31, 2016

Concluímos o ano falando de Maria, a mãe do “Príncipe da Paz”, com um trecho de um discurso pronunciado por Chiara Lubich no período do verão de 1959, a um público de representantes de 27 países.

maria loppiano[…] A história é feita só de guerras, e nós, quando crianças, por pouco não aprendemos nos bancos da escola que as guerras são boas, são santas, quase que salvaguardas da própria pátria. […] Mas se sentimos ressoar em nosso espírito os apelos dos Papas, […] vemos quanto eles receavam a guerra para a humanidade e iam, chamados ou não, até os governantes, tentando aplacar as iras, os interesses, e afastar a terrível catástrofe da guerra com a qual tudo se perde, enquanto com a paz tudo se ganha. Isto porque a história é uma sequência de lutas fratricidas entre povos irmãos a quem o único Senhor do mundo deu um pedaço de terra para cultivar e nela viver. Ele abençoa a paz porque Ele personificou a paz. Nós que vemos como o Senhor está conquistando para si um por um os corações de seus filhos de todas as nações, de todas as línguas, transformando-os em filhos do amor, da alegria, da paz, da ousadia, da força, esperamos que o Senhor tenha piedade deste mundo dividido e disperso, destes povos fechados na própria casca a contemplar a própria beleza – para eles sem igual – limitada e insatisfatória, a defender com unhas e dentes, os próprios tesouros — resguardar até aqueles bens que poderiam servir a outros povos nos quais se morre de fome — e faça cair as barreiras e jorrar em fluxo ininterrupto a caridade entre terra e terra, torrente de bens espirituais e materiais. Esperamos que o Senhor componha uma ordem nova no mundo, Ele, o único capaz de fazer da humanidade uma família e de preservar as distinções entre os povos, para que, no esplendor de cada um, posto a serviço do outro, reluza a única luz de vida que, embelezando a pátria terrena, faz dela a antessala da Pátria eterna. Talvez tudo o que se vem dizendo pareça um sonho. Mas –  à parte o fato que, se a relação entre os cristãos é o amor mútuo, a relação entre povos cristãos só pode ser o amor mútuo, pela lógica do Evangelho que não muda –  há um vínculo que já une fortemente os povos e que a voz do povo, de cada povo, que tão frequentemente é voz de Deus, já proclamou. Este vínculo oculto e guardado no coração de cada nação é Maria. Quem será capaz de dissuadir os brasileiros da ideia de que “Nossa Senhora Aparecida”, é a Rainha de sua terra? Quem poderá negar aos portugueses que Maria é “Nossa Senhora de Fátima”? Ou quem não reconhecerá que ela, para os franceses, é a “Sorridente Senhora de Lourdes”? Para os poloneses, a Virgem de Czestochowa? Para os ingleses, que sua terra é o “Feudo de Maria ”? E quem poderá negar que Maria é a “Castelã da Itália”? […] Todos os povos cristãos já a proclamaram sua Rainha, deles e de seus filhos. Mas falta uma coisa, e esta, Maria não pode fazer; nós é que devemos ajudá-la. Falta a nossa cooperação para que os povos católicos, como muitos irmãos unidos, vão até ela e a reconheçam ao mesmo tempo Mãe e Rainha. Poderemos coroá-la como tal se, com nossa conversão, com nossas orações, com nossa ação, tirarmos o véu que ainda cobre a sua coroa […].  A fração de mundo que está em nossas mãos, nós devemos depô-la  […] aos pés da maior Rainha que Céu e terra conhecem: Rainha dos homens, Rainha dos santos, Rainha dos anjos, pois quando viveu na terra soube imolar-se totalmente, serva do Senhor, e assim ensinar a seus filhos o caminho da unidade, do abraço universal dos homens, para que seja assim na terra como no Céu.   Livro Ideal e Luz – Editoras Cidade Nova e Brasiliense, São Paulo, 2003 – págs. 288-290.  

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Subscrever o boletim informativo

Pensamento do dia

Artigos relacionados

Novo curso no CEG: encarnar a sinodalidade nas realidades em que vivemos

Novo curso no CEG: encarnar a sinodalidade nas realidades em que vivemos

No dia 03 de novembro de 2025, se iniciará a quarta edição do curso de formação para a sinodalidade organizado pelo Centro Evangelii Gaudium (CEG) do Instituto Universitário Sophia, intitulado “Práticas para uma Igreja sinodal”. Maria do Sameiro Freitas, secretária geral do CEG, moderadora do Curso de Formação para a Sinodalidade, responde nossas perguntas.

Formação permanente e integral

Formação permanente e integral

Qual pedagogia brota do carisma da unidade? A primeira versão de um documento aberto sobre a formação permanente e integral do Movimento dos Focolares, está disponível online a partir de hoje; e poderá ser enriquecida com a experiência de todos os que atuam no âmbito educacional e da formação.