Movimento dos Focolares

Mulheres, religiões e diálogo

Jun 4, 2015

A Agenda da ONU para o desenvolvimento pós-2015 em discussão no Vaticano, por iniciativa do Conselho Pontifício Justiça e Paz. Entre os testemunhos de mulheres houve também o de Rita Moussalem, do Centro para o Diálogo Interreligioso dos Focolares.

20150604-aAtualmente, no mundo ocidental, se discute sobre a teoria do gênero; nos países em via de desenvolvimento é preocupante o drama da exploração; no Oriente Médio os direitos da mulher e a paz. E, ainda no Ocidente, elas são constrangidas a escolher o trabalho ou a família; vidas que sofrem violência… São alguns dos desafios e problemáticas – diferentes segundo as várias regiões geográficas – em discussão nas Nações Unidas, em vista da nova agenda para os Objetivos para o desenvolvimento sustentável, a ser atuada após o ano de 2015 (término do tempo no qual os 193 países membros esperam ter alcançado os famosos Objetivos do milênio). Desafios e problemáticas discutidas também nos três dias promovidos pelo Conselho Pontifício Justiça e Paz (Roma, 22-24 de maio de 2015), em colaboração com a União Mundial das Organizações Femininas Católicas e a World Women´s Alliance for Life and Family (em português Aliança Mundial das Mulheres pela Vida e a Família). Não somente uma panorâmica sobre as questões mais urgentes ligadas às condições da mulher, mas, nem mesmo, somente um momento de denúncia das violações da sua dignidade e dos seus direitos. As 120 mulheres provenientes de diversos países do mundo quiseram oferecer uma contribuição de experiências e idéias, formuladas depois em um documento final em vista da nova agenda das Nações Unidas para o Desenvolvimento pós-2015. Na sua mensagem ao Cardeal Turkson, presidente de Justiça e Paz, o Papa Francisco, intencionalmente, quis conferir maior expressão às instâncias do universo católico feminino nos processos internacionais, convidando a todos os que são “comprometidos na defesa e na dignidade das mulheres e na promoção dos seus direitos” a deixar-se “guiar pelo espírito de humanidade e de compaixão no serviço ao próximo”. “Assim – continua o Papa – os senhores farão emergir os incomensuráveis dons dos quais Deus enriqueceu a mulher, tornando-a capaz de compreensão e de diálogo para recompor os grandes e pequenos conflitos; de sensibilidade para sanar as feridas e ocupar-se e cuidar de cada vida, também no âmbito social e de misericórdia e ternura para manter as pessoas unidas.” As contribuições foram em diversos âmbitos: antropologia feminina, mulheres e educação, mulheres e diálogo interreligioso, tecnologias unidas à vida e à procriação, os direitos humanos, mulheres e trabalho agrícola, empresa e finança, entre outros. Seguiram-se atividades em ateliês temáticos (termo que recorda a arte do “trabalho artesanal” de fineza e laboriosidade, próprias das mulheres), sobre os Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável, para uma elaboração de propostas. Rita Mousallem, codiretora do Centro para o Diálogo Interreligioso do Movimento dos Focolares, fez um discurso cujo título é “Diálogo interreligioso, caminho para a paz duradoura. Papel da mulher”, tendo como referência também a própria experiência pessoal de cristã no Oriente Médio. Respondendo a muitas entrevistas, ela evidenciou a capacidade de escuta, característica típica da mulher, que oferece a possibilidade de entrar na própria interioridade e na dos outros; de saber sofrer e esperar até o fim, porque – sendo mãe – sabe muito bem o quanto vale a vida. Estes aspectos, junto a outros, fazem parte do “gênio feminino” – que também o Papa Francisco citou – dom e beleza típica da mulher, chamada a dar a sua contribuição na sociedade hodierna, para o benefício de todos. Leia também: Aleteia

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