Movimento dos Focolares

Na Índia, ao lado de mulheres solteiras e seus filhos

Jun 22, 2021

O Programa Bala Shanti é um projeto criado para ajudar mulheres solteiras, para apoiá-las a garantir a seus filhos os cuidados necessários, a escolaridade e uma condição de bem-estar, saúde e dignidade.

O Programa Bala Shanti é um projeto criado para ajudar mulheres solteiras, para apoiá-las a garantir a seus filhos os cuidados necessários, a escolaridade e uma condição de bem-estar, saúde e dignidade. Estamos em Coimbatore, uma região no sul da Índia. Em 1991, nasceu o Programa Bala Shanti, um projeto que ajuda e acolhe as crianças mais vulneráveis e necessitadas, entre 3 e 5 anos de idade, e suas mães, muitas vezes sozinhas. O programa faz parte do Shanti Ashram que é um centro internacional de desenvolvimento cultural, social e de saúde com o objetivo de atender às necessidades da comunidade da região, inspirado nos ideais e ensinamentos de Mahatma Gandhi. “Minha avó teve que viver sempre sozinha: por causa disso, minha mãe parou de estudar quando estava no ensino médio e teve que se casar quando tinha 16 anos. Isto aconteceu em 1978, mas hoje, depois de mais de 40 anos, ainda ouço histórias semelhantes ou iguais a esta”. Estas são as palavras de Deepa, chefe do Programa Bala Shanti. Ela explica que, ainda hoje, os filhos de mães solteiras experimentam três tipos de dificuldades muito grandes: a pobreza, o abandono escolar e o casamento precoce. O Programa Bala Shanti visa, portanto, a ajudar essas mulheres a criar seus filhos em condições de bem-estar, saúde e dignidade. De acordo com os relatórios das Nações Unidas de 2019-2020, cerca de 4,5% das famílias na Índia são sustentadas por mães solteiras e estima-se que destas 38% vivem em estado de pobreza. “Na Índia, uma mulher em condições vulneráveis dificilmente espera viver sozinha: não é uma escolha pessoal – explica Deepa – muitas delas se encontram em condições de negligência, insegurança, exploração”. O objetivo final do Programa Bala Shanti é, portanto, combater a pobreza, a desnutrição e as doenças que se desenvolvem em contextos de grande aflição, construindo uma sociedade de paz. Para isso, além da ajuda econômica, as crianças e suas mães são treinadas em temas como educação, paz, alimentação saudável, padrões de higiene e liderança. Atualmente, existem nove Bala Shanti Kendra – centros de desenvolvimento infantil – que acolhem mais de 200 crianças por ano. Desde 1991, mais de 10 mil crianças completaram seus estudos e, durante o ano da pandemia da Covid-19, foi prestada ajuda a 15 mil pessoas, incluindo crianças e famílias. Desde 1998, o projeto colabora com a AFN Onlus, a organização sem fins lucrativos ligada ao Movimento dos Focolares que, através do apoio à distância, ajuda a fornecer às crianças bolsas de estudo no Bala Shanti Program. Muitas pessoas poderiam testemunhar a importância do Programa Bala Shanti em suas vidas, como Fathima, 45 anos. Até alguns anos atrás, ela era uma mãe solteira com grandes dificuldades financeiras e não sabia como criar e educar seu filho, o pequeno Aarish. Desde que o Programa Bala Shanti começou a ajudá-la, sua vida mudou. Aarish passou por cursos de treinamento, recebendo uma bolsa de estudos à distância. “Eu também fui ajudada através do fornecimento de alimentos”, explica ela. “Fui colocada em contato com médicos competentes e convidada para shows e danças através das quais eu podia me distrair e pensar em algo diferente e belo”. Isso foi muito importante para mim”. Agora Aarish cresceu: ele tem 15 anos e é voluntário no Shanti Ashram, há 3 anos. Também com sua ajuda, o Programa Bala Shanti oferecerá mais e mais apoio às mulheres solteiras e seus filhos. Assim, a esperança de que esta cadeia de apoio se torne cada vez mais robusta e contagiosa permanece acesa.

Laura Salerno

___

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Subscrever o boletim informativo

Pensamento do dia

Artigos relacionados

Buscar a paz: um caminho nas mãos de cada um

Buscar a paz: um caminho nas mãos de cada um

Eliminar qualquer desejo de dominar. Em um mundo constantemente dilacerado por conflitos, seguindo o apelo do Papa Leão XIV para construir uma paz “desarmada e desarmante”, partilhamos uma reflexão muito apropriada de Chiara Lubich, extraída de uma Palavra de Vida de 1981.

Em direção a uma pedagogia da paz

Em direção a uma pedagogia da paz

Como nos tornarmos agentes de paz na realidade em que vivemos todos os dias? Anibelka Gómez, da República Dominicana, nos conta, por meio de sua experiência, como é possível formar redes humanas capazes de semear beleza para o bem de comunidades inteiras por meio da educação.

10 anos depois da Laudato Si’, o “Projeto Amazónia”

10 anos depois da Laudato Si’, o “Projeto Amazónia”

O dia 24 de maio marca os 10 anos da publicação da Encíclica “Laudato Si” do Papa Francisco. Um momento de celebração, de verificação do que foi feito e de a retomar e dar a conhecer a quem ainda desconhece o seu conteúdo. Conscientes de que “não haverá uma nova relação com a natureza sem um ser humano novo. Não ha ecologia sem una adequada antropologia” (LS, 118) apresentamos o “Projeto Amazónia”, contado por dois jovens brasileiros durante o Genfest 2024 realizado em Aparecida, Brasil.