Movimento dos Focolares

“Não entendo, mas perdôo”

Jan 14, 2005

Experiência de uma família colombiana

 Parecia uma noite como as outras, mas não foi assim. Depois de vários convites, naquela noite decidi participar de uma reunião com um grupo de famílias que viviam a espiritualidade da unidade, renunciando à minha aula de natação. Voltei para casa feliz, comovida: eu tinha encontrado algo de grande pelo qual valia a pena viver. Com um enorme desejo de comunicar tudo a J., meu marido, que já estava dormindo, o acordei, mas ele não me levou muito a sério. No princípio, eu só pensava em quanto aquelas reuniões teriam ajudado J. a mudar alguns aspectos negativos do seu caráter, mas logo entendi que era eu que devia mudar. Comecei então a perdoar certos fatos passados que nunca tinha conseguido esquecer. Depois, procurei ser mais tolerante, e amar a todos mais e por primeiro, sem esperar nada em troca. Em casa, perceberam a minha mudança e, depois de algum tempo, também J. aceitou participar comigo dos encontros: via-o entrar aos poucos naquele clima de fraternidade que ali se respirava, até se tornar um construtor ativo, colocando-se a serviço de todos. J. decidiu também levar as nossas crianças e de colocar à disposição o seu ônibus, para transportar as pessoas do nosso bairro que quissessem participar dos encontros, assim teriam economizado o dinheiro da viagem. Mas, ele não pôde fazer isto, porque poucos dias depois, não só perdeu o trabalho, mas foi muito ameaçado. Algum tempo depois, ele foi convocado a comparecer no escritório da empresa. Sabia que era um grande risco ir lá, mas aceitou. No encontro marcado, o esperava alguém que tirou a sua vida. Para mim foi um golpe duríssimo, mas senti que Deus tinha preparado meu marido e a mim, para tudo aquilo que aconteceria. Rezo para que este sofrimento não seja em vão e o ofereço, para que a pessoa que nos fez tanto mal, possa se arrepender. Não entendo o porquê do que aconteceu, mas dentro de mim não existe o ódio. Faço de tudo para que também os meus filhos, de doze e de nove anos, superem o rancor e consigam perdoar. As palavras de Jesus sobre o perdão e sobre o amor ao inimigo, me dão forças dia após dia. Um nosso conhecido sabe quem é o culpado e me faz entender que, se quero, posso obter a vingança. «Não! – respondo – o entrego à justiça de Deus. Somos todos suas criaturas e esta pessoa, apesar de tudo, precisa de tempo para se arrepender». J. tinha experimentado que Deus nos ama. Fiz com que se escrevesse no seu túmulo: “Diga a todos: Deus te ama imensamente”. (B.L. – Colômbia) Extraído do livro “L’amore vince. Trenta storie vere raccontate dai protagonisti.”, Editora Città Nuova, Roma 2004

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