Movimento dos Focolares

Nascida em Londres, anglicana, focolarina

Set 4, 2015

O testemunho de Cathy Limebear. O contato com a espiritualidade da unidade despertou nela a sede do Evangelho, até à decisão de doar a própria vida a Deus e aos irmãos.

CathyLimebearDurante uma viagem a Harefield (Grã Bretanha) – onde está o hospital onde eu estudava enfermagem – chamou-me atenção a maneira de ser de uma colega. Aproximar-se dela não foi uma das coisas mais simples porque sou tímida, e muitas vezes rodeada de amigos tão ‘selvagens’ como eu. Mas, aquela colega não desprezava a minha companhia, ao contrário, um dia convidou-me para almoçar. E assim nos tornamos amigas. Fazia tempo que o meu cristianismo não me satisfazia: eu frequentava a igreja por um sentido de dever, para ficar com a consciência tranquila. Ela, ao contrário, me falava de uma fé alegre, autêntica, que compartilhava com outros jovens da sua idade, uma fé iluminada pelo amor. Um dia ela chegou ao hospital trazendo um violão para festejar o aniversário de uma enfermeira com a qual, notoriamente, não era fácil o relacionamento. E eu disse a mim mesma: “Mas, se esta colega chega a este ponto, talvez valha a pena saber o que a impulsiona a agir desta forma”. E ela me falou que se sentia fortalecida pela espiritualidade da unidade. E assim, tal como minha colega, comecei a conviver com as pessoas do Focolare e muitas vezes, ou melhor, sempre descobria novas ocasiões para doar-me: doava algumas das minhas roupas ou alimentos a quem precisava, oferecia-me para ajudar quem estava em tratamento ou para outros serviços e assim por diante. Estes pequenos gestos, fruto do Evangelho que também eu comecei a colocar em prática, me proporcionaram muita alegria. Ainda sem saber bem o que era o Movimento dos Focolares, eu percebi que havia encontrado a minha casa. Mas, eu poderia fazer a escolha total que faziam as focolarinas? Elas são católicas, eu, anglicana… No meu íntimo ressoou uma voz: “Por que não? Basta que você pronuncie o seu sim a mim”. Senti-me como alguém que se atira em um abismo, mas, ainda assim, disse o meu sim a Deus, feliz por querer segui-Lo para sempre. Conclui o curso de enfermagem, me especializei em obstetrícia, seguindo um grande desejo de contribuir à transformação da sociedade. Eu pensava que com aquele diploma eu poderia trabalhar no exterior e já havia economizado uma soma para a viagem. Quando entrei no focolare doei aquele dinheiro a quem estava precisando e comecei a minha formação para ser focolarina. A minha primeira destinação foi o focolare de Leeds, onde fiquei cinco anos. Lá eu trabalhava em um bairro perigoso. Vindo de um ambiente abastado, em relação aos pobres eu tinha uma idéia poética: eu não sabia como as pessoas viviam “realmente” na pobreza. Eu me ocupava de uma jovem que já tinha um filho. Todas as vezes que ela comparecia para os exames de rotina eu notava que sempre usava a mesma roupa e o collant muito rasgado. Procurei estabelecer com ela uma amizade que favorecesse a sua abertura, que pudesse falar-me da sua situação, onde morava… E assim, certa vez, fui visitá-la. Fui recebida pelo seu companheiro, uma pessoa agressiva e anti-social. Chocada com a sua atitude, com a sujeira e a desordem daquela casa eu não sabia o que dizer para iniciar uma conversa. Quando, dentro da casa, notei que havia um grande depósito de água que serve para criação de peixes, comecei a falar de peixes e assim a tensão diminuiu. Na visita sucessiva eu levei algumas roupas e, depois, indo visitá-la outra vez, aquela jovem estava usando as roupas que eu levara e queria que eu visse isto. Atualmente moro no focolare de  Welwyn Garden City (nas proximidades de Londres) e continuo a trabalhar no setor da Saúde Pública Nacional (NHS). Nestes últimos anos, aqui na Inglaterra, houve uma grande desorganização quanto à política da saúde pública e não é fácil continuar levando ao ambiente de trabalho aquela transformação que impulsionava o inicio da minha carreira. Mas, mesmo com essas desordens eu procuro fazer cada coisa como um gesto de amor a Deus, presente nos irmãos. Viver em comunidade com pessoas que fizeram também a minha escolha de vida é uma excelente oportunidade, muito importante também para o meu trabalho. E, também, para crescer juntas na unidade e na fé em Deus Amor, doando-nos ao próximo, indo além do fato de sermos católicas ou anglicanas”.

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