«Nasceu em Kinshasa o Movimento Político pela Unidade!». Com estas palavras, Upira Dieudonné, deputado nacional da oposição na República Democrática do Congo (RDC), encerrou o primeiro encontro do Movimento Politico pela Unidade em Kinshasa, em 29 de outubro. «A situação política atual no nosso país é delicada. Existem fortes tensões políticas e sociais. Há poucos meses, houve confrontos que causaram a morte de várias pessoas. Por sua vez, o poder constituído e a oposição radicalizaram as suas posições», escreve. Mas, como foi que as coisas evoluíram até este ponto? «Depois da participação no congresso de Roma, no mês de junho passado, com políticos do mundo inteiro, juntamente com a Senhora Georgine Madiko (deputada honorária, membro do Gabinete da Assembleia Nacional, atualmente responsável política de uma célula de um partido da maioria presidencial) decidimos fazer alguma coisa pelo próprio país», explica. Para além das diferenças políticas, os dois deputados ao retornarem de Roma estreitam a amizade que os une, com a troca de opiniões. Sonham trabalhar para formarem jovens como líderes políticos. Como afirma, trata-se «de uma formação à verdadeira política, uma política com valores». Nesta troca de opiniões, decidem que o primeiro passo para a concretização deste projeto em Kinshasa é o lançamento do Movimento Político pela Unidade. «Isto pode permitir a criação de uma rede de vários atores que trabalham na política, que fazem ou gostariam de fazer o bem através da política». Organizam o evento, mas questionam-se: «Será que as pessoas convidadas terão a coragem de vir?». Esta incerteza continua a crescer quando, no sábado fixado para o encontro, uma chuva torrencial desaba quase ininterruptamente sobre Kinshasa. Por causa das más condições das estradas e do mal estado dos transportes públicos, as pessoas evitam ao máximo sair quando chove! Apesar disso, trinta pessoas respondem ao convite, entre estas deputados e dirigentes de vários partidos políticos, membros da administração pública, professores de ciências políticas, estudantes, integrantes dos movimentos sociais, advogados e jornalistas. O debate programado dá espaço a uma troca de ideias que se realiza num clima de escuta recíproca. Contam: «Ouvimos frases como: “queremos continuar em contato com vocês e multiplicar o diálogo”, “diante da perda dos valores devemos trabalhar para incutir o positivo no nosso sistema educativo para formar pessoas que amanhã possam ser bons políticos”, “sinto que se não faço alguma coisa, Deus um dia me perguntará o que é que eu fiz com tudo o que ele me deu”, “somos jovens e queremos aprender de vocês, que são mais velhos. Não nos esqueçam”». As impressões espontâneas dos participantes exprimem o pensamento dos organizadores e tornam este momento sagrado. Na conclusão, a Senhora Georgine Madiko afirma: «Através da nossa ação devemos ser uma luz num mundo que está na escuridão. Devemos pregar com o nosso exemplo. E àqueles que tocados pelo nosso comportamento, perguntam se fazemos política ou religião, respondemos que uma política sem valores é a ruína das nações». Antes de se despedirem um dos participantes propõe: «Devemos esquecer os nossos títulos, e encontrar-nos regularmente mesmo só para saber como estamos. Gostaria que cada um de nós partisse daqui com a lista de todos os participantes para podermos manter o contato». O próximo encontro será no dia 3 de dezembro. Gustavo Clariá
Promover a paz por meio do esporte
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