
Foto: Martin Felder
«O nosso grande sonho – declara
Noorjehan Majid na cerimônia de entrega do prêmio, dia 22 de janeiro, na Alemanha, diante de autoridades civis e religiosas – é poder tratar um milhão e meio de pessoas, doentes de Aids, no nosso país. Até agora isso aconteceu apenas para 300 mil, das quais 70 mil crianças. Além disso, por meio de uma terapia específica, foi possível que mais de 60 mil mães infectadas dessem à luz crianças sadias». Ainda que a meta esteja distante, estes resultados lisonjeiros abrem à esperança, justamente pelo empenho de pessoas, como Noorjehan e a sua equipe, que atuam no projeto Dream, promovido pela
Comunidade de Santo Egídio.
Noorjehan Majid é uma crente muçulmana. Como mulher de fé, a sua ação não se limita ao campo médico. Deseja proporcionar o encontro entre cristãos e muçulmanos, a fim de que se possa contribuir na mudança de uma mentalidade que ainda hoje marginaliza e estigmatiza os portadores do vírus. O seu esforço de “construir pontes” na multiplicidade das culturas e tradições, unindo os homens entre si em nome da humanidade, «é um sinal potente – exprime Maria Voce, presidente dos Focolares, em sua mensagem – do quanto as mulheres do continente africano podem contribuir para o desenvolvimento humano e ético da sociedade».

Foto: Ulrike Comes
O prêmio, instituído em 2004 e entregue a cada dois anos a personalidades que se distinguem como
“criaturas ponte” – entre estas o professor judeu Ernst-Ludwig Ehrlich (2004), e o Patriarca Ecumênico Bartolomeu I – este ano desejou prestar reconhecimento a uma mulher muçulmana, definida por Annette Schiavan, embaixadora alemã junto à Santa Sé, «boa samaritana do nosso tempo». De um artigo de
Klaus Hemmerle (1980): Somos criaturas ponte desdobradas do infinito ao pó. Somente nesta tensão somos homens. Mas essa tensão conserva-se só porque existe o Uno, que é Deus e pó: Jesus Cristo. Ele nos envia. Ele vive em nós. Ele vem a nós em cada pessoa. De: La Luce dentro le cose – meditazioni per ogni giorno. Organizado por Erich Strick, Città Nuova 1998, pag. 127.
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