Movimento dos Focolares

Novembro de 2002

Out 31, 2002

«Portanto, vigiai, pois não sabeis o dia, nem a hora.» (Mt 25,13)

Jesus acaba de sair do Templo. Os discípulos lhe fazem observar com orgulho a imponência e a beleza da edificação. E Jesus: “Estais vendo tudo isso, não é? Em verdade vos digo: não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído”. Depois ele sobe ao Monte das Oliveiras, senta-se e, olhando para Jerusalém, que está diante dele, começa a falar da destruição da cidade e do fim do mundo.
Então os discípulos lhe perguntam como ocorrerá o fim do mundo e quando ele haverá de chegar. É uma pergunta que fizeram a si mesmas também as gerações cristãs que se seguiram, uma pergunta que todo ser humano faz a si mesmo. Realmente, o futuro é misterioso e muitas vezes incute medo. Ainda hoje há os que consultam cartomantes e controlam o horóscopo para saber como será o futuro, o que acontecerá…
A resposta de Jesus é límpida: o fim dos tempos coincide com a sua chegada. Ele, Senhor da história, voltará. É ele o ponto luminoso do nosso futuro.
E quando ocorrerá esse encontro? Ninguém sabe. Pode acontecer a qualquer momento. A nossa vida está efetivamente em suas mãos. Ele nos deu esta vida; ele pode retomá-la inclusive de súbito, sem pré-aviso. Contudo, ele nos adverte: vocês estarão preparados para esse evento, se estiverem vigilantes.

«Portanto, vigiai, pois não sabeis o dia, nem a hora.»

Com estas palavras Jesus nos lembra primeiramente que ele virá. A nossa vida na terra terminará, e começará uma vida nova que não terá mais fim. Hoje em dia ninguém quer falar da morte… Às vezes as pessoas fazem de tudo para se distrair, mergulhando completamente nas ocupações do dia-a-dia, até o ponto de esquecer Aquele que nos deu a vida e que nos haverá de pedi-la para introduzir-nos na plenitude da vida, na comunhão com o seu Pai, no Paraíso.
Estaremos prontos para o encontro com ele? Teremos a lâmpada acesa, como as virgens prudentes que esperam pelo esposo? Em outras palavras, estaremos no amor? Ou a nossa lâmpada estará apagada porque, tomados pelas muitas coisas que temos a fazer, pelas alegrias passageiras, pela posse dos bens materiais, acabamos esquecendo a única coisa necessária que é amar?

«Portanto, vigiai, pois não sabeis o dia, nem a hora.»

Mas, como vigiar? Primeiramente, como sabemos, quem vigia bem é justamente aquele que ama. Sabe disso a mulher que fica à espera do marido que vai chegar tarde do trabalho ou que está para voltar de uma longa viagem; sabe disso a mãe preocupada com o filho que ainda não voltou para casa; sabe disso o namorado que não vê a hora de se encontrar com a namorada… Quem ama sabe esperar, mesmo quando o outro demora para chegar.
Estaremos à espera de Jesus, se o amarmos e se desejarmos ardentemente encontrá-lo.
E estaremos à sua espera, se amarmos concretamente, servindo-o, por exemplo, naqueles que estão perto de nós, ou engajando-nos na construção de uma sociedade mais justa. É o próprio Jesus que nos convida a viver assim, ao contar a parábola do administrador fiel que, enquanto espera a volta do senhor, cuida do pessoal e dos negócios da casa; ou a parábola dos empregados que, sempre à espera do patrão, se esmeram em fazer frutificar os talentos recebidos.

«Portanto, vigiai, pois não sabeis o dia, nem a hora.»

Justamente por não sabermos nem o dia nem a hora da sua chegada, podemos concentrar-nos mais facilmente no instante que nos é dado, nos afazeres do dia, no momento presente que a Providência nos oferece para viver.
Tempos atrás me veio espontânea esta oração. Gostaria agora de relembrá-la.

“Sim, Jesus,
faz que eu sempre fale
como se fosse a última
palavra que profiro
Faz que eu sempre aja
como se fosse a última
ação que faço.
Faz que eu sempre sofra
como se fosse o último
sofrimento que tenho pra te oferecer.
Faz que eu sempre reze
como se fosse a última
possibilidade
que aqui na terra tenho,
de conversar contigo.”

Chiara Lubich

 

___

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Subscrever o boletim informativo

Pensamento do dia

Artigos relacionados

Esta maldição da guerra

Esta maldição da guerra

“Eu via o absurdo, a estupidez e, principalmente, o pecado da guerra…”. Igino Giordani, ao escrever as suas memórias, reflete sobre o período terrível da Primeira Guerra Mundial, quando ele mesmo foi convocado. O “massacre inútil”, como a definiu Bento XV. As suas palavras nos fazem pensar em como a história poderia nos ensinar a trabalhar pela paz, nos nossos dias, combatendo contra os novos, absurdos, inúteis massacres do nosso século.

Jubileu dos jovens: itinerários de caminho, esperança, reconciliação

Jubileu dos jovens: itinerários de caminho, esperança, reconciliação

Uma peregrinação a Roma, durante o evento, com a participação de jovens do mundo inteiro, para percorrer o histórico “itinerário das sete igrejas”, com catequeses, oração, testemunhos, aprofundamentos espirituais ligados ao carisma da unidade, música e partilha.

Indonésia: espalhar esperança

Indonésia: espalhar esperança

Em Medan, capital da província de Sumatra, na Indonésia, após o tsunami de 2004, a comunidade local dos Focolares criou o Centro Social «Sumber Harapan», Fonte da Esperança, para atender às necessidades dos mais pobres da cidade. Maximus e Fretty, animadores do centro, contam-nos as ações que realizam.