Movimento dos Focolares

O Jubileu do Movimento dos Focolares no Novo Mundo

Abr 3, 2011

Reunidas na Mariápolis permanente, nos arredores de Nova Iorque, 1300 pessoas, representantes das muitas comunidades espalhadas no Canadá, Estados Unidos e Ilhas Caraíbas, para celebrar os 50 anos da chegada dos Focolares na América do Norte. Presentes também amigos judeus e muçulmanos afro-americanos.

No final parecia estar na Broadway, na conclusão de um musical. Camisas pretas para homens e mulheres, sapatilhas amarelas e azuis para as garotas, danças e uma sequencia de canções conhecidas, que contavam alegrias e anseios, dores e sonhos do povo americano. O aplauso prolongado exprimia a alegria e o reconhecimento por «um dia inesquecível para toda a América do Norte», como foi dito pelos apresentadores, e que necessitou de meio século de preparação.

O encontro, realizado a 150 quilômetros ao norte de Nova Iorque, celebrou os 50 anos da chegada do Movimento dos Focolares na América do Norte, reuniu 1300 pessoas, representantes das muitas comunidades presentes no Canadá, Estados Unidos e Ilhas Caraíbas. Judeus e muçulmanos afro-americanos também participaram da festa. «É um país adequado à espiritualidade do Movimento – afirmou Chiara Lubich, quando chegou aos USA em 1964 – existe um verdadeiro senso de internacionalidade».

Era a sua primeira visita. Seguiram-se outras seis, para sublinhar a importância estratégica que atribuía a esta parte do continente. Cada vez que a fundadora vinha abriam-se novas estradas, do diálogo com os muçulmanos afro-americanos (primeira mulher a falar na mesquita de Malcom X), à colaboração com atores, diretores e cenografistas de Hollywood.

E pensar que o tempo para desembarcar no Novo Mundo não parecia ter chegado. Foi assim a história. Julia Conley, de Detroit, ao retornar aos Estados Unidos depois da Mariápolis de Friburgo, em 1960, escreveu a Chiara Lubich e a pe. Foresi pedindo que enviassem alguém aos Estados Unidos, que ela teria hospedado. A carta não produziu efeito. Mas a senhora (como boa americana) não perdeu a coragem e escreveu novamente, desta vez enviando o dinheiro para duas passagens aéreas. Então Chiara disse: “Este é um sinal de Deus”. E mandou Silvana Veronesi, uma das suas primeiras companheiras, e Giovanna Vernuccio. Em 1961 Giovanna voltou para Nova Iorque, com Serenella Silvi (presente à celebração) e Antonio Petrilli, que iniciaram os dois focolares.

Jogando com os apps – aplicativos dos celulares de última geração – os jovens fizeram com que todos os presentes girassem pela América do Norte, apresentando fotos e narrativas, ao vivo e em vídeo, e iniciativas nos vários estados. E podiam faltar os efeitos especiais? As comunidades da Costa Oeste, do Pacífico, onde encontra-se Holywood, tiveram a ideia de iniciar com uma sigla, aquela da abertura dos filmes da Twenty Century Fox, com os refletores que cruzam o céu – todos lembram – e a inconfundível música de fundo, substituindo o nome da produtora por: West Coast Focolare.

Mas o momento culminante ainda deveria chegar. Subiram ao palco Maria Voce e Giancarlo Faletti para um diálogo com os presentes. Setenta minutos de conversa, respondendo a onze perguntas que tocaram temas fundamentais: o medo do sofrimento e da morte, o relacionamento entre Evangelho e níveis de bem-estar, os abusos sexuais na Igreja americana, a relação com a mídia.

«Deixem-me pensar naquelas duas jovens que tinham diante de si esta vasta nação – confidenciou a presidente – e ver hoje, após 50 anos, quanto cresceu a família que vocês representam». Um instante de pausa e depois o mandato: «Este é o mandato de Chiara, ser outra Silvana, outra Giovanna, que retorna para a própria cidade com o mesmo anseio de testemunhar o carisma da unidade».

Maria Voce ficou tocada pela simplicidade, genuinidade e generosidade deste povo, mas colocou em relevo também o otimismo, que ajuda sempre a encontrar um remédio, em qualquer situação. E espontaneamente lançou uma frase que soou como um slogan: «Depois desses 50 anos há ainda algo que podemos fazer, e o faremos!».

Enviando seus votos, Bento XVI sublinhou que «conscientes da sensível dimensão multicultural do Movimento dos Focolares na América do Norte, reza a fim de que os liames estabelecidos com membros das outras comunidades religiosas tragam frutos abundantes para o progresso da compreensão recíproca e da solidariedade espiritual, à serviço da inteira família humana».

Paolo Lòriga

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