Movimento dos Focolares

Olhares de luz sobre a cidade

Jul 1, 2018

É tempo de Mariápolis, especialmente no Hemisfério Boreal. Uma das primeiras, de 14 a 17 de junho, se realizou em Lurisia, cidade do Piemonte (Norte da Itália). Quando a Mariápolis incide na vida da cidade.

«Olhares de luz. Fazem sempre bem, especialmente num mundo onde existem poucos». São as primeiras expressões que recolho de Anna, que se declara não crente, na saída da sala que este ano sediou a primeira Mariápolis do Piemonte. Olhares de luz era o título do evento de três dias vividos por mais de 200 pessoas de todas as idades e categorias sociais, provenientes de diferentes cidades desta região. Luz que brotou de momentos de espiritualidade e de partilha, que iluminou temas quentes de atualidade, como Europa, imigração, Oriente Médio, final da vida e terapias paliativas, alternados com programas de relax, excursões. Para regenerar alma e corpo. Não só. Sobre um fundo, um tanto quanto escuro, dos desafios da vida pública e das incertezas econômicas e políticas, num clima que mostra a fraternidade como um luxo para poucos, um olhar de luz iluminou também a vida de Bra, cidade com uma história antiquíssima, mas projetada no futuro. Aqui a fraternidade, elevada a categoria política, está inscrita há anos no Estatuto da cidade. E não permaneceu letra morta. Dois adolescentes, com o apoio de um power point, a mostram em ação, com um slogan, “vAMOs colorir” a cidade. Muitas as iniciativas, como pintar as paredes da escola ou as muretas danificadas da cidade, a coleta das “bitucas” do chão, a limpeza das ervas daninhas, a visita aos idosos nos asilos. Para deixar por toda a parte uma marca de amor e contagiar os outros com a felicidade que se experimenta quando se põe em ação a revolução do Evangelho. A mesma compreendida por uma cidadã honorária de Bra, Chiara Lubich. «As iniciativas destes adolescentes – salientou Bruna Sibille, prefeita de Bra – contaminaram os que têm alguns anos a mais, outras comunidades, como a albanesa, trabalhadores do setor da construção civil, grupos de ortodoxos, juntos ao pope deles, um grupo de romenos e outras realidades dos bairros. No próximo mês de setembro – anunciou – antes do início das aulas, nos reencontraremos para continuar a trabalhar juntos». Um dos pontos programáticos na base do seu mandato, que está para se concluir, foi “o aumento da coesão social passando da ideia de cidade para a ideia de comunidade inclusiva”. «Os adolescentes foram um aglutinante muito importante nesta direção. Assim – acrescentou – se colocam as bases para dar um sinal importante sobre como administrar uma cidade e formar as futuras gerações de administradores, num momento em que existem muitos exemplos negativos. Se se cuida da própria cidade e do bem comum – concluiu – se tem uma cidade mais segura e se superam muitos males, que nem sempre são reais, mas virtuais, e ainda mais difíceis de vencer».

Carla Cotignoli

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