Movimento dos Focolares

Outubro 2013

Set 28, 2013

“Não fiqueis devendo nada a ninguém... a não ser o amor que deveis uns aos outros, pois quem ama o próximo cumpre plenamente a Lei.” (Rm 13,8; cf. Lv 19,1)

“Não fiqueis devendo nada a ninguém… a não ser o amor que deveis uns aos outros, pois quem ama o próximo cumpre plenamente a Lei.”

Esta Palavra de Vida põe em evidência duas coisas.

Primeira: o amor nos é apresentado como uma dívida, ou seja, como algo que não nos pode deixar indiferentes, que não podemos adiar; como uma coisa que nos impele, nos persegue, não nos deixa em paz enquanto não a tivermos pagado.

Seria como dizer que o amor recíproco não é algo “a mais”, fruto da nossa generosidade, do qual, em última análise, poderíamos dispensar-nos sem incorrer nas penalidades da legislação vigente; esta Palavra pede-nos com insistência que coloquemos em prática esse amor, sob pena de trairmos a nossa dignidade de cristãos, de pessoas chamadas por Jesus a serem instrumentos do seu amor no mundo.

Segunda: a Palavra de Vida nos diz que o amor recíproco é o que motiva todos os mandamentos, é a sua alma, o objetivo para o qual eles tendem.

A consequência é que, se quisermos cumprir bem a vontade de Deus, não poderemos nos satisfazer com uma observância fria e legalista dos seus mandamentos, mas será preciso levar em conta sempre esse objetivo que Deus nos propõe por meio deles. Assim, por exemplo, para viver bem o sétimo mandamento, não podemos nos limitar a não roubar, mas devemos nos empenhar seriamente em eliminar as injustiças sociais. Somente assim demonstraremos que amamos os nossos semelhantes.

“Não fiqueis devendo nada a ninguém… a não ser o amor que deveis uns aos outros, pois quem ama o próximo cumpre plenamente a Lei.”

Como viver, então, a Palavra de Vida deste mês?

O tema do amor ao próximo, que ela novamente nos sugere, tem uma infinidade de matizes. Vamos nos deter especialmente num deles, que as palavras do texto parecem sugerir de modo especial.

Se é verdade, como diz são Paulo, que o amor mútuo é uma dívida, então é necessário possuir um amor que seja o primeiro a amar, como fez Jesus conosco. Será, portanto, um amor que toma a iniciativa, que não espera, que não deixa “para depois”.

Neste mês, portanto, vamos fazer isso. Procuraremos ser os primeiros a amar cada pessoa que encontrarmos, à qual telefonarmos ou escrevermos, ou que convive conosco. E que o nosso amor seja concreto, um amor que sabe compreender, antecipar-se; que é paciente, confiante, perseverante, generoso.

Perceberemos que a nossa vida espiritual dará um salto de qualidade; isso para não falar da alegria que invadirá o nosso coração.

Chiara Lubich


Este comentário à Palavra de Vida foi publicado originalmente em setembro de 1990.

___

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Subscrever o boletim informativo

Pensamento do dia

Artigos relacionados

Buscar a paz: um caminho nas mãos de cada um

Buscar a paz: um caminho nas mãos de cada um

Eliminar qualquer desejo de dominar. Em um mundo constantemente dilacerado por conflitos, seguindo o apelo do Papa Leão XIV para construir uma paz “desarmada e desarmante”, partilhamos uma reflexão muito apropriada de Chiara Lubich, extraída de uma Palavra de Vida de 1981.

Em direção a uma pedagogia da paz

Em direção a uma pedagogia da paz

Como nos tornarmos agentes de paz na realidade em que vivemos todos os dias? Anibelka Gómez, da República Dominicana, nos conta, por meio de sua experiência, como é possível formar redes humanas capazes de semear beleza para o bem de comunidades inteiras por meio da educação.

10 anos depois da Laudato Si’, o “Projeto Amazónia”

10 anos depois da Laudato Si’, o “Projeto Amazónia”

O dia 24 de maio marca os 10 anos da publicação da Encíclica “Laudato Si” do Papa Francisco. Um momento de celebração, de verificação do que foi feito e de a retomar e dar a conhecer a quem ainda desconhece o seu conteúdo. Conscientes de que “não haverá uma nova relação com a natureza sem um ser humano novo. Não ha ecologia sem una adequada antropologia” (LS, 118) apresentamos o “Projeto Amazónia”, contado por dois jovens brasileiros durante o Genfest 2024 realizado em Aparecida, Brasil.