«É ainda muito viva na mente dos quenianos, a lembrança dos sofrimentos causados pelas batalhas sangrentas durante a eleição de 2007, na qual mais de mil pessoas perderam a vida.
“Não agora e jamais!” atualmente este é o apelo no coração de todos, enquanto o país se prepara para eleger o presidente, em março de 2013.
Muitos jovens se tornam protagonistas de iniciativas a favor de um ano pacífico.
Irmã Bernadette Sangma, diretora do Instituto da Pastoral Juvenil,
e algumas pessoas do Movimento dos Focolares que trabalham na Universidade Católica de Nairóbi, percebem esta exigência e promovem a idéia de criar uma “caravana da paz” imaginária que unifique as vozes dos universitários de Nairóbi e tenha um efeito sobre a opinião pública. Pensaram que o símbolo deste “terremoto da paz” poderia ser uma música a ser amplamente divulgada na inteira nação!
Este foi o pedido que chegou ao Gen Rosso. Com o Tangaza College existem laços de profunda amizade depois da turnê em 2007 e o retorno de alguns membros do Gen Rosso ao Quênia, em 2009, para ministrar algumas aulas e workshop em nome da “música com valores”. Colaborar tornou-se tradição. E, portanto, como não responder a este novo convite?
A canção foi logo composta: Jivunie! “Sejam orgulhosos da própria nação. A tribo não é uma arma. Ao passado, não voltaremos mais. A nossa chamada é ser uno”.
Jivunie nchi yako, kabila si silaha Nyuma twasema, kamwe haturudi
wito wetu ni umoja.
Nesse ínterim, o Tangaza College e a Universidade Católica começaram a selecionar moças e rapazes de várias universidades da capital. Muitos jovens de outras localidades aderem ao projeto. Cresce o entusiasmo pela iniciativa!
Magdalene Kasuku, jovem jornalista, apresentou a canção Jivunie ao cerimonial da Presidência da República, que também se ocupava da grande celebração do 49° ano da independência do Quênia, no dia 12 de dezembro passado, no Estádio Nyayo, em Nairóbi.
A proposta foi aceita com entusiasmo e o governo incluiu Jivunie no programa da grande manifestação, na presença do presidente Emilio Mwai Kibaki.
Gravamos Jivunie com o coral para torná-la cem por cento queniana e para deixá-la como base musical para todas as iniciativas que acontecerão até o próximo mês de março. Ponsiano Pascal Changa criou uma coreografia para a performance do dia 12. O objetivo era o de apresentar um coral que dance e transmita força e alegria com os movimentos dos jovens.
Conseguimos gravar tudo, fazer a mixagem e a preparar a coreografia em três dias!
Para a ocasião forma-se o grupo “Quênia Jovem pela Paz”, formado por 120 jovens. A coreografia é envolvente pela sua força e vivacidade. Os jovens cantam e dançam diante da multidão no estádio: Jivunie! “Sejam orgulhosos! Somos irmãos e irmãs, da mesma nação!”
Nós sentimos a alegria de ter oferecido aos jovens quenianos um palco do qual eles podem dizer a todos quem são eles, podem expressar o próprio, imenso, desejo de construir um mundo de paz. Com eles nos tornamos uma família. Família: experiência que a África pode doar à humanidade inteira».
Beni Enderle
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