Movimento dos Focolares

Sindicalistas pela fraternidade universal

Out 27, 2015

De 16 a 18 de outubro realizou-se, em Castelgandolfo (Roma), o seminário internacional “Liberemos o trabalho, nas raízes da experiência sindical”. Promovido pela associação “Made in the World”, fruto de um itinerário decenal de diálogo entre pessoas comprometidas em diversas associações de trabalhadores.

sindacalisti argentini 1Em sua “carta ética” definem-se como aqueles que estão «nas contradições e nas dificuldades do tempo presente, assumindo e compartilhando os sofrimentos do mundo do trabalho… na ótica da fraternidade universal». Nesta tensão podem ser percebidos os sinais da necessária “nova escola de pensamento” indicada por Pasquale Foresi (“é a vida que faz entender”), cofundador do Movimento dos Focolares, que afirmava: «O trabalho não é somente um meio para viver, mas é algo inerente ao nosso ser homens, e, por conseguinte, também um meio para conhecer a realidade, para entender a vida». O método pode ser confirmado na experiência dos dependentes da ex Cglobal de Pisa, envolvidos em uma das costumeiras restruturações e deslocamentos de empresas, e a história do fundo sindical “Liames de Fraternidade”, de Pomigliano d’Arco, em Nápoles, que nasceu graças à paróquia São Felix em Pincis, como ajuda mútua de uma comunidade com o risco de desintegrar-se diante da carência de ocupação ditada pela divisão internacional do trabalho, dirigida pelas sociedades multinacionais. O quadro foi completado pela exposição de Alberto Botto, secretário geral do sindicato Luz e Força, de Rosário, Argentina, sobre a resistência das organizações dos trabalhadores diante do poder das ditaduras militares e das receitas liberais de privatização, que ameaçaram dissolver o próprio país. Dialogo con Maurizio Landini.JPGDiante do paradigma “da economia que mata”, citando o Papa, justamente aqueles que decidiram atuar no sindicato “por sede de justiça”, estão experimentando, nestes anos, a fragilidade e os limites de suas formas organizacionais diante da mercantilização de toda uma vida. O encontro desejou criar um espaço “desarmado”, onde cada um pudesse oferecer as razões profundas do próprio empenho. Uma reciprocidade que proporcionou momentos de diálogo exigente com Maurizio Landini e Marco Bentivogli, secretários nacionais de dois sindicatos de metalurgia italianos (Fiom Cgil e Fim Cisl), e ainda com Giorgio Cremaschi, da área crítica e radical. Dialogo con EmmausO programa contou com o diálogo entre Cecilia Brighi, durante anos atuante pelos sindicatos, na Organização Internacional do Trabalho, e os professores Antonio Maria Baggio, Barbara Sena e Alberto Lo Presti, que apresentou a atualidade de um texto fundamental publicado por Città Nuova (“Questão operária e cristianismo”, de Von Ketteler). Os trabalhos do seminário, dirigidos por Antonella Galluzzi e Stefano Biondi, referentes de “Made in the World”, e acompanhados pelos responsáveis do diálogo cultural do Movimento dos Focolares, Caterina Mulatero e João Manuel Motta, tiveram a participação da presidente do Movimento, Maria Voce, que observou: «Não é verdade que falte trabalho. Deus não nos deixou sem trabalho, basta olhar ao redor e ver quantas urgências e necessidades têm a sociedade civil! O que parece faltar é o dinheiro. Aonde foi parar? Com a corrupção e a avidez dos lucros sem limites, criou-se uma fratura entre o trabalho e o dinheiro, o seu uso». Por esse motivo é necessário «assumir juntos as chagas da humanidade», com a nossa “competência” que é a «fraternidade universal, reconciliar o homem com o homem». Os participantes despediram-se com o forte desejo de partilhar o que viveram, para promover espaços de diálogo com outros sindicatos. «Entendemos que não estamos sós – afirmou um dos sindicalistas argentinos – e que é muito importante permanecer unidos para dar uma alma à luta sindical e levá-la a todos».

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