Movimento dos Focolares

Sínodo, para caminhar juntos

Out 24, 2015

O Sínodo dos bispos é “um dos mais belos frutos do Concílio Vaticano II”, afirmou Maria Voce ao evidenciar a participação do Movimento dos Focolares na comemoração dos 50 anos da instituição do Sínodo, no dia 17 de outubro, no Vaticano. Um comentário espontâneo logo após o evento.

20151024-02Uma celebração solene, presentes todos os padres sinodais, delegações, embaixadores e o Papa Francisco – que fez um pronunciamento definido como um dos mais importantes do seu pontificado – a que se realizou no dia 17 de outubro, na Sala Nervi, para comemorar os 50 anos da instituição do Sínodo dos bispos, iniciativa de Paulo VI. “Uma obra-prima”, afirmou Maria Voce, presidente dos Focolares, em um comentário espontâneo referindo-se ao discurso do Papa. “Ele demonstrou que não pode existir um caminho da Igreja a não ser o sinodal. Chamou-me a atenção o fato de que evidenciou a importância do sensus fidei, ou seja, o sentido da fé e a infalibilidade do povo de Deus que, junto, escuta o Espírito Santo, expressando assim a fé da Igreja. E isto parte sempre da base. Desta maneira, todas as figuras jurídicas colegiais, nascidas após o Concílio Vaticano II – Papa Francisco nos faz entender – se não vivem este aspecto sinodal, partindo do povo ao qual se dirige, não servem à comunhão. São máscaras.” “E, ainda, o primado do serviço: “Não o esqueçamos nunca!” disse o Papa. “Para os discípulos de Jesus, ontem, hoje e sempre, a única autoridade é a autoridade do serviço, o único poder é o poder da cruz, segundo as palavras do Mestre: ‘Sabeis que os governadores das nações as dominam e os grandes as tiranizam. Entre vós não deverá ser assim. Ao contrário, aquele que quiser tornar-se grande entre vós seja aquele que serve, e o que quiser ser o primeiro dentre vós, seja o vosso servo’ (Mt 20, 25-27).’ Entre vós não deverá ser assim: nesta expressão tocamos o próprio coração da Igreja – ‘entre vós não deverá ser assim’ – e recebemos a luz necessária para compreender o serviço hierárquico”. Ele fala também de “pirâmide invertida”, uma expressão na qual, há certo tempo procuramos nos espelhar, exatamente no sentido com o qual se explica: “o vértice encontra-se embaixo da base. Por isto, aqueles que exercitam a autoridade chamam-se ‘ministros’, porque, segundo o significado original do termo, são os menores dentre todos.”

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Foto SIR

O discurso ressaltou, mais uma vez, a sintonia entre o Papa Francisco e o Patriarca Batolomeu I: “O empenho a edificar uma Igreja sinodal – missão à qual todos somos chamados, cada um na função que o Senhor nos confia – é repleto de implicações ecumênicas. Por esta razão, falando a uma delegação do patriarcado de Constantinopla, recentemente eu reafirmei a convicção de que o ‘atento exame de como se articulam na vida da Igreja o princípio do aspecto sinodal e o serviço daquele que preside oferecerá uma contribuição significativa ao progresso das relações entre as nossas Igrejas”. “Uma sintonia – evidencia Maria Voce – que não é somente a propósito dos problemas da criação, expressa na encíclica ‘Laudato si’; é exatamente a consciência de ser sinodal da Igreja que impulsiona o Papa a abrir uma porta para dizer: devemos nos reunir. Uma responsabilidade que o impulsiona a buscar maneiras de agir para dar passos mais concretos na direção à plena comunhão. Porque é somente na plena comunhão de todos os cristãos que se expressa o aspecto sinodal da Igreja.” Maria Voce disse ainda: “A busca não do compromisso, mas, do que o Espírito Santo nos quer oferecer, é um desafio que requer uma grande unidade de toda a Igreja. Conversamos com diversos participantes do Sínodo sobre a família, em andamento durante esses dias, também com os focolarinos casados da Colômbia, María Angélica e Luis Rojas, e todos nos pediram para rezar. Então, intensifiquemos a oração como se fossemos nós mesmos a estar lá, procurando entender como ir ao encontro das angústias e das dificuldades da família no tempo atual e a olhar a família no desígnio de Deus.” A motivação e as profundas palavras de Paulo VI que acompanharam a instituição do Sínodo dos Bispos, no dia 15 de setembro de 1965, são de grande importância para o Movimento dos Focolares, exatamente porque a instituição do Sínodo, explica Maria Voce, “trouxe uma nova atmosfera na Igreja, uma transformação: a da colegialidade, da comunhão, da passagem de um modo individual de conduzir a Igreja, sobretudo hierárquico, a um modo colegial.”  “Como Movimento dos Focolares, como movimento da unidade, não podíamos desconsiderar este evento e acolhi, com alegria, o convite do cardeal Baldisseri a participar da comemoração.” Com os sínodos, de fato, se atua uma espécie de prosseguimento do Concílio Vaticano II: “Paulo VI, evidentemente movido pelo Espírito Santo, depois de ter feito a experiência conciliar tão bela, que trouxera à Igreja novas realidades – basta pensar aos documentos Gaudium et Spes, Lumen Gentium, Nostra Aetate – havia sentido que esta experiência deveria continuar.” De fato, “Sínodo” quer dizer exatamente “caminhar juntos”, como explicou tanto o cardeal Schönborn no seu discurso sobre o nascimento do Sínodo dos bispos e sobre vários Sínodos, quanto o Papa, de maneira incisiva. Portanto, significa, que “a Igreja está caminhando, juntos. Não o Papa sozinho, os bispos sozinhos, o povo de Deus sozinho, os leigos sozinhos: este caminho é feito pela Igreja, na qual todos têm algo a dizer e a doar.”  

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