Movimento dos Focolares

Síria, incerteza do futuro

Dez 17, 2013

Enquanto a grande mídia parece ter retirado os holofotes da Síria, a população continua a viver e a morrer no medo. A revista “Città Nuova”, que acompanha atentamente a situação no país, escreve.

«Já são várias semanas que a nossa correspondência com a Síria foi interrompida. Giò precisou deixar a casa em Damasco e transferir-se ao litoral em busca de uma acomodação mais segura. A eletricidade continua a ir e vir, em todo o país: três horas de manhã e depois escuro, ou então algumas horas à tarde e depois já nos preparamos para o dia seguinte.

Telefonando para o apartamento de Damasco tivemos a sorte de encontrar uma amiga da nossa correspondente que tinha ido fazer uma inspeção. «Sabe, na capital também caem muitas bombas, mas aqui estamos bem». Ela tenta me tranquilizar e tranquilizar a si mesma, porque prossegue dizendo: «Vivemos momento por momento, não sabemos do nosso amanhã e por isso é o hoje que conta». Ela não trabalha há mais de dois meses porque seu chefe havia pedido que ela fizesse coisas desonestas e ela se demitiu. Não quis me dizer de que tipo de trabalho se tratava: mantém a reserva, para si e para o chefe. Mas dois dias atrás apresentou o seu currículo, e mais uma vez está esperando que algo mude.

Fala-me de seus pais. Eles moram em Talfita, próximo a Maaloula, a vila de onde foram raptadas as freiras ortodoxas no dia 3 de dezembro. Há uma grande aflição pela sorte delas. «Uma amiga minha falava com elas todos os dias, mas naquela terça-feira o telefone tocava, tocava, e ninguém respondia». Enquanto isso, um canal de televisão dos rebeldes mostrou um vídeo onde as religiosas declaravam não terem sido raptadas, mas protegidas contra os ataques na região. Mas ninguém acredita totalmente nisso.

A vida é muito difícil no norte do país, onde os rebeldes se mostram tão cruéis quanto o exército. Faz frio e a falta de eletricidade não consente uma vida normal. A necessidade é suprida com geradores a gasolina, mas o combustível serve mais para aquecer do que para iluminar. «A nossa vila foi quase toda queimada. As pessoas não saem de casa nem para comprar os itens de primeira necessidade. Contudo, Deus continua a intervir e a salvar a nossa vida, mas não vemos vislumbres de paz, tudo nos parece sem sentido, sem uma finalidade. Quando poderemos dizer chega a essa violência?».

Aos cuidados de Maddalena Maltese

fonte: Città Nuova

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Subscrever o boletim informativo

Pensamento do dia

Artigos relacionados

Chiara Lubich: “A mim o fizeste”

Chiara Lubich: “A mim o fizeste”

Com essa reflexão, inspirada no Evangelho de Mateus, Chiara Lubich se dirigi aos participantes do Congresso do Movimento dos Religiosos de 1995, delineando a perspectiva que nos aproxima dos outros, que nos aproxima dos necessitados, rompendo todo tipo de distância e colocando o amor no centro.

Recordando os 60 anos da revogação das excomunhões entre Roma e Constantinopla

Recordando os 60 anos da revogação das excomunhões entre Roma e Constantinopla

Na Mariápolis internacional de Loppiano (Itália) foi realizado um seminário internacional, promovido pela Cátedra Ecumênica Patriarca Athenágoras – Chiara Lubich, do Instituto Sophia. O Seminário foi aberto com as mensagens do Papa Leão XIV, do Patriarca Bartolomeu de Constantinopla e de Margaret Karram, vice grã-chanceler do Instituto e Presidente dos Focolares.