Movimento dos Focolares

“… soubemos que a ilha chama-se Malta”

Fev 12, 2012

Lê-se nos Atos dos Apóstolos, referindo-se ao naufrágio na ilha. Semente de uma cultura cristã que ainda dá frutos. Boa viagem a Malta!

A República de Malta é formada por três ilhas principais: Malta, Gozo e Comino. A sua posição estratégica no Mediterrâneo, entre Europa e África, tornou-a uma fortaleza perfeita para muitos: fenícios, romanos, árabes, aragões, os Cavaleiros de São João, franceses e ingleses…os primeiros vestígios da presença de humanos na ilha são de 5200 a.C. Com uma extensão de 316 km², Malta é um dos estados menores e um dos mais populosos do mundo. A população atingiu os 400 mil habitantes. O setor turístico é um elemento fundamental da economia maltesa. Malta foi uma das primeiras colônias romanas a abraçar o cristianismo levado por São Paulo, por volta do ano 60 d.C, como lê-se nos Atos dos Apóstolos. A grande maioria dos malteses é católica e existem mais de 360 igrejas, entre Malta, Gozo e Comino. Há também a presença de outras denominações cristãs, entre as quais, anglicanos, luteranos, ortodoxos, a Igreja da Escócia, metodistas, e outras religiões, como judeus e muçulmanos. Desde 2004 Malta faz parte da União Europeia. As primeiras sementes da espiritualidade da unidade foram lançadas ainda na década de 1960. Em 1975 havia cerca de 70 pessoas que aderiam e começava a formar-se a primeira comunidade. Surgiram as primeiras vocações ao focolare e era grande o desejo de ter um focolare e de realizar uma Mariápolis na ilha. Foi em 1979 que, finalmente, aconteceu a primeira Mariápolis em Malta, com mil participantes. E no início da década de 1980 estabeleceram-se dois centros do Movimento. A vida continuou a crescer e aprofundar suas raízes. O ano de 1999 foi uma etapa fundamental deste caminho. Chiara Lubich recebeu da Universidade de Malta o doutorado honoris causa em Psicologia, motivado pela contribuição dada pelo seu carisma em “cultivar uma visão integral da pessoa humana no campo da psicologia”. A partir desta perspectiva de reflexão teve início Psicologia e Comunhão, uma rede internacional de agentes, com o objetivo de aprofundar esta abordagem psicológica original. Para relembrar os 10 anos da entrega do doutorado a Chiara, foi realizado em Malta um seminário especializado sobre o significado do paradigma relacional que emerge da espiritualidade da unidade. Ainda hoje, em Malta, a comunidade dos Focolares é florescente, com vários milhares de pessoas empenhadas, em várias maneiras, com a sua espiritualidade. Muito vivas as relações estabelecidas com a Igreja local e com outros Movimentos e comunidades eclesiais. Um fruto concreto é visto no trabalho que está sendo realizado atualmente, no caminho de Juntos pela Europa 2012. Existe um trabalho em estreita relação com pessoas de outras denominações cristãs, no Conselho Ecumênico maltês, e também com a Igreja local, na comissão ecumênica diocesana. Frequentes e muito amigáveis os contatos com a comunidade muçulmana, especialmente em alguns eventos onde há uma colaboração nas atividades com adolescentes. Um dos desenvolvimentos mais recentes é no âmbito cultural, sobretudo no campo médico, pedagógico, esportivo, e também no ambiente político e jurídico, onde membros do Movimento dos Focolares, pertencentes aos dois principais partidos políticos, procuram dar o próprio testemunho de fraternidade. Entre as várias iniciativas de adesão à Economia de Comunhão, em 1992 foi inaugurada a escola de inglês The Voice, que tem o reconhecimento do Ministério da Educação, pelo profissionalismo do seu trabalho e pelo clima cordial e acolhedor. Uma acolhida que o próprio São Paulo experimentou, quando naufragou na ilha (At 27,26), e ali ficou por três meses, deixando – como recordou Bento XVI na sua viagem de 2010 – “um sinal indelével na história do vosso país”. E, naquela ocasião, o Papa recordou ainda como, graças à presença de Paulo entre os malteses, o Evangelho de Jesus enraizou-se solidamente e trouxe “muito fruto, não apenas na vida dos indivíduos, das famílias e das comunidades, mas também na formação da identidade nacional de Malta, como também na sua cultura vibrante e peculiar”.

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