Movimento dos Focolares

Um insólito convite para jantar

Out 17, 2018

Os jovens que estão no Centro Internacional dos Focolares, organizaram três jantares para 125 bispos, mais ou menos a metade dos padres sinodais, presentes uma centena de bispos e uns trinta ouvintes. Ocasiões de simples convívio e conhecimento recíproco, animadas por canções e testemunhos de vida evangélica.

Entre as mesas preparadas com gosto e agradável simplicidade, as conversas se entrelaçam em diversas línguas. Por três noites, os jovens dos Focolares fizeram as honras da casa, numa sala não muito longe daquela onde estão se realizando, até o próximo dia 28 de outubro, os trabalhos sinodais. Após algumas palavras de calorosas boas-vindas, os três jantares se revelaram idênticas ocasiões de intercâmbio, conhecimento e partilha informal. No momento da sobremesa, a apresentação do recente Genfest internacional de Manila e de algumas experiências, histórias de compromisso e coerência dos jovens, com o objetivo de favorecer um contato mais estreito com os Padres sinodais, em continuidade com um encontro já acontecido alguns dias antes, no qual foram propostas perguntas, incertezas, escolhas, na expectativa de que do Sínodo possam surgir algumas respostas. Durante a segunda noite, František, da República Tcheca, pega o microfone. Das suas palavras, emerge uma paixão genuína pela política, com um compromisso concreto em vista das próximas eleições para o Parlamento europeu. «Eu lhes peço que me apoiem com a oração, para que possa permanecer sempre fiel à escolha de servir a minha gente, sem nenhum interesse pessoal». Depois, é a vez de Nicola, 33 anos, originário de uma cidadezinha próxima a Roma, terapeuta pediátrico numa estrutura hospitalar universitária. «Eu me ocupo de patologias raras de origem pediátrica, e por isso estou continuamente em contato com situações-limite, muitas vezes no limiar da morte. Às vezes, a dificuldade está em comunicar aos familiares o prognóstico e as expectativas de vida da criança. Nestes momentos me confio a Deus, para que me sugira as palavras e a atitude justa. Às vezes a minha fé é posta à prova, mas depois não tenho tempo nem mesmo de refletir, “obrigado” a me ocupar das pessoas que tenho na frente e a amá-las. É este realmente um semblante de Jesus Abandonado. Se consigo acolhê-lo assim, pobre e miserável, isto preenche o meu vazio. São muitíssimas as situações em que me encontro a enfrentar. As famílias do leste são às vezes as mais desesperadas, pois não têm um sistema de saúde adequado, seja do ponto de vista econômico seja clínico, que possa ajudá-los. Por isso, realizam viagens de esperança na direção dos nossos hospitais, em busca de terapias, que em alguns casos comportam custos altíssimos para eles, sendo reembolsáveis somente a cidadãos residentes na Itália. São situações que levam você a refletir: às vezes, nascer de um lado ou do outro do mundo é só uma questão de sorte. É nestes casos que Deus se mostra ainda maior e pede a você o impossível. Certamente não podemos transgredir as leis, mas podemos procurar servir de ajuda de outros modos, por exemplo, propondo auxílios para conter da melhor maneira as deformidades articulares, ou então estando sempre perto e disponível». O tempo voou. Os convidados parecem não querer ir embora. O desafio da escuta profunda e recíproca entre gerações, o próprio motivo de todo o Sínodo, tomou forma e consistência também num jantar. E nas palavras de uma canção entoada a Maria, Silêncio altíssimo de amor, que o conclui. Organizado por Chiara Favotti e Gustavo Clariá

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