Oito pessoas possuem individualmente a riqueza correspondente à metade da parte mais pobre da humanidade, segundo o relatório Oxfam 2017. O abismo da desigualdade chega ao extremo, condena à pobreza centenas de milhões de pessoas e evidencia a iniquidade do atual sistema econômico. Nesta complexa situação a Economia de Comunhão, como outras iniciativas econômicas, pode ser considerada um sinal profético. Iniciou em 1991, como reação à situação escandalosa das favelas que circundam a cidade de São Paulo. Chiara Lubich convidou um grupo de empresários a fundar empresas que, seguindo as leis do mercado, produzam renda “a ser colocada livremente em comunhão”. Com este objetivo: soerguer os pobres, oferecer emprego, promover a cultura do dar, em alternativa à cultura do ter. Desde então se passaram 25 anos. Sábado, 4 de fevereiro de 2017, o papa Francisco, na Sala Paulo VI, encontrará 1100 protagonistas da Economia de Comunhão (EdC), na maioria empresárias e empresários, que escolheram a economia como estilo de vida pessoal e empresarial. Com eles muitos jovens, pesquisadores e professores que, por meio dos estudos e da atividade acadêmica querem dar um fundamento teórico ao binômio economia-comunhão. A diversidade dos lugares de proveniência demonstra que a EdC encontra espaço em qualquer área geográfica e cultural, pobre e rica. Numerosos os participantes da Ásia: China, Coreia, Filipinas, Hong Kong, Índia, Malásia, Singapura, Tailândia, Vietnã. A África está bem representada: Burquina Faso, Burundi, República dos Camarões, Costa do Marfim, Etiópia, Uganda, Nigéria, República Democrática do Congo. Participarão empresários de 11 países das Américas: Argentina, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Cuba, México, Panamá, Paraguai, Uruguai, USA. Grande participação de 20 nações da Europa. A Oceania é representada pela Austrália. A presidente dos Focolares, Maria Voce, participará da audiência com o Conselho Geral do Movimento. Uma assembleia heterogênea que, primeiramente, quer agradecer ao papa Francisco por ter evidenciado, no seu magistério e na sua ação, a dignidade dos pobres e dos excluídos. Ao mesmo tempo poderá apresentar-lhe alguns resultados da história da EdC que, começando pelos pioneiros, enfrentou os desafios e a crise que afligem o mundo. Atualmente a EdC inspira polos industriais na Europa e na América Latina, gera vida de comunhão em mais de 800 empresas, alivia a situação de uma grande quantidade de pobres, assegura o estudos para os filhos deles, desenvolve uma reflexão cultural que contribui a repensar as categorias econômicas como a reciprocidade, dom, gratuidade e a própria ideia de mercado. Além disso, está implantando e atuando novos projetos:
- uma rede internacional (Economy of Communion International Incubating Network – EOC-IIN), com hub em alguns Polos Industriais EdC (mas não somente), para dar apoio especialmente aos jovens empresários. Estão em atividade na República dos Camarões, Portugal, Croácia, México e Brasil. Neste aspecto está funcionando, com sucesso, um sistema de geminação com organizações da economia social e civil para um training com 100 jovens provenientes de situações de risco. Em Portugal e no México está em andamento laboratórios de formação ao empreendedorismo “de comunhão”, endereçados em particular aos jovens, também em colaboração com entes acadêmicos como, por exemplo, a universidade de Puebla, no México, para a incubação de projetos de uma comunidade indígena;
- um Observatório da Pobreza que recolhe best practices na luta contra a pobreza, desenvolvendo uma contribuição inspirada nos valores da comunhão e da reciprocidade.
Sobre este e outros temas se articularão três congressos, do dia 1º a 5 de fevereiro, no Centro Mariápolis de Castelgandolfo (Roma), para definir pistas e projetos para o período de 2018-2020. Luigino Bruni, economista e coordenador internacional da Economia de Comunhão, afirma: “Se decidirmos olhar o mundo junto aos pobres e excluídos não podemos permanecer no pedestal, devemos entrar na luta, ao lado das vítimas, combater por elas e com elas. Como resposta a isso, ganharemos olhos novos, veremos coisas que os outros não veem, às vezes horríveis; outras vezes de uma grande beleza. A EdC faz isso há 25 anos. Se ela quer viver deve continuar fazendo isso, todos os dias, fazer mais e melhor.” Imprensa Edc-online
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